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Por fim, encontramos com meu pai e a Marcella. Quando Joaquim contou que encontrou o Gabriel, eles não acreditaram obviamente, até que eu mostrei a foto. O esperado aconteceu.

Meu pai ficou todo bobão e a Marcella? Ah, Marcella teve um mini taquicardia.

Flamengo ganhou de 2x1 pra um time que eu não faço nem noção de qual seja.

                             ~ Dia seguinte
         📍Café da manhã na casa dos meus pais

— Meu garotão da sorte! -meu pai diz ao escutar pela milésima vez o Joaquim falar do encontro de ontem

— Cara, eu tô sem acreditar até agora. Mano, o Gabigol! -minha irmã dizia sem acreditar- Qual a chance disso acontecer comigo?

— Ele ainda perguntou se a mamãe queria tirar foto com ele

— Você tirou? Deixa eu vê -Marcella perguntou

— Claro que não. Por qual motivo eu ia tirar foto com ele? -dou de ombros

— Ah para Margot, o cara é bonito e estilosão! -minha mãe disse tomando um gole do café

— Eita Dona Lucy -rimos- tá escutando isso pai? -pergunto brincando

Eu e minha família sempre fomos muito grudados. Tenho Marcella como minha melhor amiga. Sempre criei esse vínculo com ela, porque eu tenho um dever enorme de protegê-la de tudo. Pra mim, ela ainda é minha menininha.

Essa foi a criação que nossos pais deram pra gente. É isso que eu tento passar para o Joaquim. Apesar deu não estar mais com o pai dele.

Por falar nisso, eu e João até tentamos ter uma boa convivência por causa do Joaquim. Na maioria das vezes, falhou e ainda falha. Nunca tivemos um relacionamento sério. Pelo motivo de que ninguém queria dar o braço a torcer e admitir que estava apaixonado. Nosso lance sempre foi esse. A gente vivia como um casal, fazíamos tudo como um, mas não nos assumimos como tal.

Ele não foi 100% presente na gestação, mas tentou compensar isso quando Joaquim nasceu.

Meu sonho nunca foi ser mãe pelo contrário, se eu pudesse escolher optaria por não ter filho. Eu achava que não levava jeito pra coisa. Que não saberia a noção básica pra acalentar um bebê.

Todo esse pensamento caiu por terra, quando eu descobri minha gravidez. Eu senti medo, medo porque estava sozinha, medo por não ser uma boa mãe, medo por não saber entender o que um bebê poderia precisar, enfim. Minha família me acolheu e supriu toda ausência do João.

Quando Joaquim nasceu, eu literalmente renasci. Parece que todo aquele medo, nunca havia existido. João foi se aproximando do jeito que podia, tentamos ficar juntos novamente, mas não deu. Eu tive sentimento por ele, não posso negar. Mas entendi que a gente não iria ficar juntos. O máximo, seria uma boa convivência por causa do menino. Faz pouco tempo que paramos de ficar de vez. Porque durante esses anos, a gente sempre tinha um ao outro ali, na hora que quisesse. De uns meses pra cá, foi diferente. Quando eu decidi dar um basta nisso.

— Vamos à praia? -minha irmã perguntou, assim que eu entrei no quarto dela

— Oba, praia! -Joaquim se joga na cama da tia

— Tá viajando? Tô cheia de coisas pra fazer no ateliê

— Ah, só dar um mergulhinho Mar. Por favor, vai! A gente passa a tarde toda no ateliê, vamos. Eu vou te ajudar!

Cá estamos nós, a caminho da praia. Foi só o tempo de passar em casa, colocar um biquíni e separar as coisas do Joaquim.

Fomos à praia da Barra.

Estendemos nossas cangas, pedi um guarda sol para o Joaquim e ficamos ali.

Nós temos uma conexão muito grande com praia/ mar. Nossa mãe sempre foi muito apaixonada e acabou transmitindo pra nós. A paixão foi tanta, que foi daí a escolha dos nossos nomes. Mar-got e Mar-cella.

Muito criativo mãe, nota dó.

— Mar, vai lá pegar um açaízinho pra gente! Diz que sim. -minha irmã diz com cara de pidona

— Você me chamou aqui pra me escravizar né, só pode! -ela concordou e nós rimos- Só vou porque estou muito afim de tomar também.

— Vou com você mamãe!

Eu e Joaquim levantamos e fomos sentido a um quiosque na beirada da praia.

— Eu vou querer um picolé, um açaí e deixa eu pensar mais o que. -Joaquim diz ao chegarmos no lugar

— Pode parando por aí, um ou outro. Daqui a pouco é hora de almoçar e se você não comer tudo já sabe né? -pergunto

— Eu já sei mamãe, eu vou ficar maior tempão sem Flamengo

— Muito bem! -digo

Faço nossos pedidos e aguardo enquanto é preparado.

— Da o picolé do menino, Margot! - um rapaz se escora ao meu lado do balcão

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Bom dia leitores lindos!

A(mar) você | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora