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— Prometo! Barbosa treina que horas? -pergunto

— Ele está de folga!

— Beleza então!

Quando chego na porta da casa, ele está sentado, mas no banco do carona.

Beleza, eu não sei nem entrar em uma Porsche, quem dirá dirigir. Vamos lá!

— Não quer ir dirigindo? -pergunto e ele nega

— Menos de dez minutos pra sua casa, não é possível que não chegaremos vivos nesse pequeno trajeto -ele debocha

— Vai vendo, estou no mesmo patamar que Lewis Hamilton! -ele gargalha

E que bom que ao menos estou conseguindo arrancar isso dele. Dei partida no carro, seguimos o trajeto em silêncio, nem o som ele quis ligar.

— Tem certeza que eu não vou atrapalhar indo pra sua casa? -ele quebra o silêncio

— Você não atrapalha nunca! -é a única coisa que me ouço dizer

Quando chegamos na minha casa, subimos direto para o quarto. O meu quarto que ele tanto queria conhecer.

Hoje você vai conhecer, Barbosa!

— Barbosa, meu quarto. Meu quarto, Barbosa! Pronto, estão devidamente apresentados! -digo dando espaço pra ele passar

— Não era assim que eu queria conhecer, mas tá valendo! -ele diz rindo

— Pode se sentir a vontade, tá? -ele concorda- Quer tomar um banho?

— Pode ser! -ele entra no banheiro e eu entrego suas coisas- Você não vem? -nego com a cabeça

Se eu for, vai deixar de ser um banho e eu tenho certeza que agora não é o momento.

Liguei o ar, separei uns edredons. Ele saiu do banheiro, só com um short, sem camisa e eu fiquei observando seu abdômen, cada gotas de água escorrendo pelo seu peito.

— É... -saio dos meus pensamentos- Vou tomar banho bem rapidinho! -entrei correndo para o banheiro

Quando saí, Gabriel já estava deitado em um lado da cama.

— Esta com fome? Quer comer alguma coisa?

— Quero!

— Vou preparar algo pra você.

— Ou -ele chama minha atenção- quero comer você, mas você não me quer, então só deita aqui comigo! -ele bate do outro lado da cama

Silêncio.

— Quem disse que eu não te quero? -digo me deitando ao seu lado e me cobrindo com o mesmo edredom

— Todas as suas atitudes me levam a acreditar nisso!

— Está falando de mais cedo? -pergunto

Novamente o silêncio reina no quarto.

Ele se vira de lado pra ficar de frente pra mim.

— Quer me contar tudo que aconteceu? -ele nega- Tudo bem, só quero que saiba que estarei aqui tá? -ele concorda- Agora tenta dormir pra descansar um pouco!

Ele me puxa pra perto, nossos rostos estão bem próximos. O que separa é uma pequena distância de no máximo uns 7 cm.

Seguro seu rosto com as duas mãos e deposito um selinho na sua boca.

— Descansa! -insisto

Ele me aconchega no seu peitoral e o meu travesseiro passa a ser o seu bíceps.

E eu juro, aqui é o lugar mais confortável do mundo.

Ainda assim, quem disse que eu conseguia dormir?

Por mais confortável que fosse, minha cabeça estava a mil, pensando em absolutamente tudo que aconteceu nas últimas horas.

Me sinto bem aqui, mas ao mesmo tempo é como se eu tivesse deitada com uma pessoa completamente desconhecida. Eu não conheço o Barbosa. Ele não se abre, ele não conversa. Eu conheço esse jeitão marrento dele, debochado e divertido, mas sobre a vida dele, eu não sei nada.

A sensação que tenho aqui é que conheço há anos, não o interno dele. Mas isso aqui que a gente vive é como se fosse duradouro. Temos química, temos intimidade, temos conexão. Tudo encaixa. Só não temos o principal, a abertura pra conhecer um ao outro.

O que aconteceu agora, eu tenho certeza que se ele pudesse escolher, ele teria escolhido em não passar por isso na minha frente.

Sou interrompida pelos meus pensamentos quando ouço a vez dele.

— Margot, tá acordada ainda? -ele fala em tom de sussurro

Eu viro minha cabeça pra olhar pra ele.

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Aparecendo bem cedinho pra não perder o costume!

A(mar) você | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora