015

3.5K 188 5
                                    

~ Margot Lamberti

Minha casa nunca foi tão frequentada.

O interfone tocou, eu jurei que poderia ser a tonta da Marcella que esqueceu algo.

Abri a porta e dei de cara com quem?

Sim, o próprio. Gabriel Barbosa!

— Como você entrou? -quero saber

Eu pergunto, porque não é possível que ele vai ter acesso a minha casa sempre que bem entender.

— Boa tarde, Margot! -ele fala com a voz de deboche de sempre

— Boa tarde, Barbosa! Como você entrou? -repito a pergunta na mesmo tom

— Eu tenho as manhas! -ele simplesmente pisca pra mim e eu reviro os olhos automaticamente

— O que você está fazendo aqui? Falei pra não...

— Relaxa, eu vim pelo Joaquim! -ele me interrompe

— Você não pode aparecer assim, do nada na minha casa. Precisa ao menos me avisar!

— Ah claro, aí eu aviso por telepatia? -ele debocha- Nem seu número eu tenho.

Nessa hora o Joaquim grita lá de dentro.

— QUEM É MAMAIN?

— Tio Gabi!

O Gabriel que responde e quando dou por mim o moleque passa correndo igual um furacão e para no colo do homem a minha frente.

Ele simplesmente passa por mim, com o MEU filho no colo, entrando na MINHA casa.

E eu fico parada na porta igual uma retardada.

Não é possível.

Restou pra mim, entrar e fechar a porta.

— Vim cumprir uma parte da minha promessa -o jogador diz

— OBAAAA! -meu filho diz extremamente animado- Vai ser o sorvete ou o Arrasca?

— Nenhum dos dois -corto o barato dele- olha a hora, tá tarde pra sair de casa.

— Qual foi Margot, deixa de ser chata! -Barbosa diz

Ele tá me chamando de chata?

— Por favor mamain! -faz cara de pidão

— Não!

— E se a gente fosse em uma pizzaria e depois em uma sorveteria? —Gabriel diz me ignorando completamente

— Ah claro, como se você fosse um desconhecido qualquer né? Como se amanhã ou hoje mesmo, isso não apareça em vários sites de fofocas

— Nem sempre tem paparazzi a minha disposição -ele é irônico

— Não quero e nem vou tentar sorte, o máximo que posso aceitar, é pedir pra comer aqui -digo dando uma solução

— Melhor que nada né! -Joaquim diz e a gente olha pra ele

Eu poderia esperar essa resposta do Gabriel, agora do Joaquim?

— Tá, eu vou fazer os pedidos então!

Eles brincavam no tapete, enquanto Gabriel fazia os pedidos.

Prazo para entrega 40-60 min.

Beleza, eu vou ter que ficar olhando para o Gabriel esse tempo todo?

Entendi.

Enquanto Joaquim estava entretido no vídeo game, o jogador se aproximou de mim e sentou ao meu lado.

— Então, sobre o moleque conhecer o Arrascaeta, eu pensei em levá-lo pra conhecer o elenco todo do time

Eu apenas o olhei pra vê o que mais podia sair da boca dele.

— Mas, pra isso preciso que você leve ele ao maraca na quarta! -ele continuou

Beleza, hoje é segunda e ele quer esse milagre pra depois de amanhã?

Eu preciso ao menos de um tempo pra me preparar pra encarar aquele lugar, não é simples assim.

— Nem morta! -reviro os olhos

— Assim fica difícil, Margot! Você quer o que, que eu apareça aqui com o Arrascaeta?

— Não seria uma má ideia, você já tá vindo por conta própria mesmo! Ele vê o cara e tchau, cada um pra suas casas.

— Se bem que o Arrascaeta mora aqui nesse condomínio, não seria difícil! -ele dá de ombros

— Como é que é? Ele mora aqui e você quer que eu pise no estádio?

— Aqui ele só vai vê um e lá ele vai conhecer todo mundo. Se quiser, a gente pergunta pra ele o que ele prefere! -ele debocha

— Você nem ouse!

Dou o braço a torcer! Porque realmente, isso deixaria o Joaquim radiante.

— Tá! -ele me olha sorrindo- Como seria isso?

— Pós jogo, você vai com ele no vestiário.

— Ah não, Barbosa! Aí já é demais pra mim -passo a mão no rosto

— Imaginei que você não ia querer, por isso vou separar uma credencial pra Marcella!

— Ela entende, conhece os caras, vai aproveitar melhor do que eu, que ficaria lá com cara de taxo.

— Sem problemas! Pode entrar vocês três também, se quiser -ele insiste

— Na hora eu vejo, beleza? -ele concordou

— Pensa com carinho! -ele pede e eu reviro os olhos

Porteiro avisou que havia chegado e eu liberei a entrada do entregador, Gabriel recebeu na porta e levou direto pra cozinha.

Nos sentamos e começamos a nos servir.

— Tio Gabi -Joaquim fala após comer um pedaço da pizza- o papai não gostou que eu conheci você

— Joca, a gente já conversou sobre isso! -corto ele e levanto pra pegar a jarra de suco na geladeira

— É, e por que ele não gostou? -o jogador quer saber

Eles simplesmente me ignoram e continua a conversa que eu tentei cortar.

— Ele não gosta de você! -Joaquim diz de uma vez

— Ué -jogador ia começar a falar, mas Joaquim interrompeu

— Ele é vascaíno -faz cara de nojo

— Hm, tá explicado então!

— Ele torce pra esse time ruim e você mete vários gols no clássico, então ele não gosta, já falei pra ele mudar de time -o garoto fala

— Diz pra ele que eu sou legal, não precisa me odiar só porque eu meto gol no time dele -o jogador fala e sorri

Que sorriso lindo, pqp.

— Não, não precisa dizer nada Joaquim! Deixa isso quieto -falo

******************

Hoje eu demorei, mas cheguei!

Eai, cês tão gostando?

A(mar) você | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora