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— O problema é esse, eu querer pedir! -digo saindo de lá

Ele saiu do vestiário e tava lindo. Caraca, o cara é estiloso até no simples. Que isso! Além de tudo, cheiroso.

Seguimos em direção ao estacionamento.

Estava vazio, menos mal.

Eu estava confusa com os últimos acontecimentos, eu sou barraqueira, reconheço. Não levo e nunca levei desafora pra casa. Sempre fui mulher pra resolver meus problemas. Só que depois do nascimento do Joaquim, eu mudei muito. Hoje em dia, zelo pela minha paz.

Me tornei uma pessoa mais calada, mais medrosa.

Medrosa então! Vixi, hoje em dia, tenho medo de andar de avião, tudo que remete a altura, velocidade. Coisas que antes da maternidade, eu me amarrava. Adrenalina, era comigo mesmo.

Isso tudo, é medo de acontecer algo comigo e eu não poder vê o crescimento do meu filho.

Quando chegamos no carro, ele colocou um som baixo e deu partida.

— Tá calada, por que? -o jogador iniciou o papo

— Não tenho nada pra falar! -desvio meu olhar pra janela e fico apreciando o trajeto

Um minuto se passou.

— Só que tipo Barbosa -comecei a falar- Não sei da onde você achou que seria uma boa ideia convidar eu e sua ficante para o mesmo ambiente.

— Você está falando de quem? -ele pergunta

— Não se faça de sonso!

— Se for da Júlia, eu não convidei! -ele diz olhando pra frente

— Ah claro! Ela se sentiu no direito de vir tirar satisfação comigo do nada então, entendi -digo ironicamente

— Basicamente, o que ela falou? -ele pergunta

— Na boa, pergunte a ela! -dou de ombros

— Quero saber de você!

— E eu não quero falar, pra mim esse assunto já deu. Você pode fazer o que quiser, só administrar melhor da próxima vez.

— Beleza! Sobre o pai do Joaquim, você quer falar? -ele pergunta, mas eu sinto uma ironia da parte dele

— Falar? Novamente não tenho nada pra falar!

— Vai entender, o cara fala o que quer e na hora que vou resolver sou taxado como maluco, que loucura Margot!

— Resolver com violência? -quero saber

— Resolver do meu jeito mano, não tenho sangue de barata não. Beleza?

— Deixa de ser rude, eu fiz aquilo pra preservar você, imagina que lindo, Gabigol se envolve em briga -digo debochando-

— Tô pouco me preocupando com a mídia, nunca liguei

— Beleza Gabriel, mas eu sei me cuidar. Ok?

Pela primeira vez eu chamei ele de Gabriel, e saiu num tom bem estressante. Até ele percebeu e me olhou.

Desde a primeira vez que vi, sempre chamei de Barbosa.

Foi até estranho.

— Tá tranquilo Margot, me desculpa então o mal entendido com seu ficante, peguete, rolo, sei lá que porra que ele é!

Eu o olhei incrédulo, não é possível que ele está falando isso.

— Pai do meu filho, apenas! -digo secamente

Nessa hora, Gabriel freou bruscamente porque um carro entrou no nada na frente, literalmente fechando a gente.

Gabriel acelerou pra colar na traseira do carro.

E o carro estava fazendo o mesmo, quando Gabriel passou na frente.

Eu já comecei a ficar com medo e soar frio. Eu tenho pavor dessas coisas.

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O que será que vem por aí?

A(mar) você | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora