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Chegamos ao estacionamento, encontramos com meus pais e pegamos o Joaquim, nos despedimos deles e Gabriel deu partida seguindo pra minha casa.

— Tio Gabi, no próximo jogo a gente pode levar o pipoca?

A gente solta uma risada sincera.

— Não meu amor, não dá para o pipoca ir!

— Poxa, mas por que? -ele quer saber

— Filho, imagina que ele pode não se comportar e sair correndo, alguém pode ter medo, não vai ser legal -tento explicar

— Mas ele não morde -faz cara de triste

— Olha Joca -Gabriel olha para o menino atrás e põe a mão na perninha dele, fazendo carinho na região- Se você quiser, a gente pode levar o pipoca em outros lugares

— Você jura? -ele se alegra

— Juro! -Gabriel diz

Eu olho pra ele com uma cara de quem quer perguntar "o que ele tá fazendo?"

— A gente pode levar ele pra passear, no shopping, no parque

— Obaaa -Joaquim diz todo animado- É que eu não gosto de deixar ele sozinho, queria levar pra escola comigo

— Joaquim, aí não dá né! -digo

— Ele entende que a gente precisa sair às vezes e entende também que tem lugares que não pode ir e tá tudo bem! -Gabriel fala

É sério, é surreal esses momentos dos dois juntos. A paciência que Gabriel tem com ele, o jeito que ele tem de contornar as situações e de fazer a criança entender as coisas é simplesmente incrível.

— Você vai dormir lá em casa hoje? -Joaquim pergunta

— Só se sua mãe deixar! -o jogador responde em tom de sarcasmo

— Se ela não deixar, eu deixo tio Gabi

— Então tá combinado! Bate aí -os dois fazem um toquinho com as mãos

— Eu tô lascada! -reviro os olhos

— O que você quer comer quando chegar, Joca? -Gabriel pergunta

— Hm, sushizinho não seria nada ruim! -o moleque responde

O jeito que o Gabriel mima ele.

— Então tá, deixa comigo!

Quando chegamos em casa, Gabriel fez o pedido da comida.

— Joca, já para o banho! Vamos! -falo

— Tio Gabi, quer vim comigo?

Ele simplesmente me ignora e chama o Gabriel, que me olha como se me pedisse autorização.

Que molequinho safado.

— Vão logo antes que eu mude de ideia -falo com os dois

Aproveito pra ir tomar um banho rápido também, faço minha rotina noturna e vou em direção a sala, mas quando passo próximo em frente ao quarto do Joaquim, ouço algumas risadas e entro pra vê. Vou em direção ao banheiro, a porta estava entreaberta, então eu olho pela greta, a cena que faz meu coração se aquecer.

Os dois no box, tomando banho juntos. Banho não né, porque na verdade eles estão brincando, enquanto tentam tomar banho.

Não é possível. Opto, por não atrapalhar o momento. Apenas observo um pouco e saio dali.

A comida chega e nada deles. Volto no quarto e antes de entrar escuto os dois.

— Vem aqui cara! -Gabriel fala e Joaquim só gargalha- Qual foi, eu tô cansado já! O tio tá velho, me ajuda!

A(mar) você | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora