Só um dia ruim

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Bruce povs on

Já fazia uma semana que Jacqueline havia sido sequestrada, uma semana que Jason estava no hospital, uma semana que eu e os outros trabalhávamos até a exaustão para encontrar a mulher desaparecida. Eu conseguia me lembrar do acidente, de como o caminhão bateu e arrastou o carro por alguns metros, sei que apaguei por um tempo e quando comecei a recobrar a consciência mesmo com a minha visão embaçada, eu conseguia me lembrar de ver alguém de terno roxo levando uma Jacqueline rudemente carregada nos ombros, eu lembro do cabelo comprido da mulher balançando junto aos seus baços, do vestido vermelho brilhante meio rasgado e ainda consigo ouvir a música estranhamente alegre sendo cantarolada enquanto os dois se afastaram.

Lembro de arrastar um Jason desacordado para longe do carro, e mesmo muito tonto e ferido pegar o celular que ainda estava em um dos bolsos e ligar para um dos meninos, sei que desmaiei antes mesmo de falar alguma coisa e quando abri meus olhos novamente estava no hospital com Dick conversando com uma enfermeira, Tim estava sentado em uma poltrona ao lado da maca digitando furiosamente em seu notebook e Damian não estava em nenhum lugar a vista.

Depois de atualizar os meninos com tudo o que eu me lembrava toda a operação para achar a Jacqueline começou, até mesmo Jason se intrometeu depois que acordou, mesmo machucado ele entrava em contato com seus "espiões" criminosos. Nada do que fazíamos parecia funcionar, tivemos que sedar Tim pelo menos duas vezes para que descansasse, até que após mais uma semana conseguimos localizar movimentações do Coringa, o palhaço havia ido para uma fábrica de químicos abandonada junto com boa parte de seus capangas, era bem afastada da cidade e isolada o suficiente para ser discreta. Mesmo ainda se recuperando Jason insistiu em ir junto, todos eles queriam ir e eu sabia que não poderia fazer nada para impedi-los então fomos todos para o local.

Invadir a fábrica não foi nada complicado, na verdade foi fácil demais, vasculhamos o primeiro andar e não havia nem sinal de Jacqueline, quando fomos para as salas de mistura, eu podia sentir o calor o que significava que os caldeirões estavam sendo utilizados para fermentação e mistura, deixando o local abafado.

- Meninos formem duplas, vamos vasculhar esta parte e depois subir.

- Acho que não vai ser preciso B.

Jason apontou para uma plataforma que dava para algo que eu só conseguia descrever como uma piscina de químicos, amarrada e pendurada pelos pulsos acima da "piscina" estava Jacqueline, ainda com o mesmo vestido vermelho brilhante de antes agora muito esfarrapado, sem boa parte do tecido da saia e muito sujo, estava descalça, conseguia ver muitos machucados inclusive muitos ainda sangrando, ela parecia desacordada o que fazia sentido, ela devia estar sufocando e poderia morrer a qualquer momento.

- Temos que tirar ela dali, Asa Noturna você...

- NÃO VÃO NÃO HAHAHAHAHAHA.

Olhei para uma plataforma não muito longe de onde Jacqueline estava e vi um Coringa muito sorridente, ele parecia mais animado que o normal o que era muito suspeito em sua mão havia um controle que claramente comandava a mobilidade da corrente a qual Jacqueline estava amarrada.

- O MORCEGUINHO GOSTA MUITO DE SE INTROMETER ONDE NÃO DEVE, PEGUEM ELES RAPAZES.

Muitos dos capangas do Coringa saíram de vários lugares, era uma quantidade alarmante de pessoas e mesmo que não fosse muito fortes o número claramente nos atrapalhava, os tiros também eram preocupantes, não sei exatamente quanto tempo ficamos ali, mas cada minuto contava, Jacqueline poderia morrer a qualquer momento ou sufocada ou Coringa podia decidir soltá-la.

- PORRA.

Me livrei rapidamente do capanga a qual estava lutando assim que ouvi a exclamação de Jason, olhei na direção em que ele estava já preocupado que tivesse se machucado, mas assim que o vi notei que estava impressionado com algo, olhei na direção que ele estava olhando e arregalei um pouco os olhos, com muita dificuldade Jacqueline estava se erguendo nas correntes, subindo lentamente para a viga em que o equipamento estava, dava para notar o sangue pingando de suas mãos, mas a mulher não parava.

A Arte Beira a InsanidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora