A Arte Beira a Insanidade

Controle

- ME DÊ O CONTROLE!

- VAI SE FODER.

- ME DÊ O CONTROLE COPAS.

- NÃO.

- DEVOLVA.

- NUNCA.

- AGORA.

- QUIETA.

- DEVOLVA.

- NUNCA.

- DEVOLVA AGORA.

- NÃO.

...

Ver a mulher gritar consigo mesmo era a única coisa que Timothy Jackson Drake-Wayne podia fazer, depois de terem conseguido cuidar dos machucados auto infligidos ocasionados em seu surto a mulher os expulsou de sua pequena jaula e se trancou lá, não se sabia quem estava no comando naquele momento, mas sabia que quem quer que fosse os estava protegendo. Era triste ver alguém que amava e considerava naquela situação. Tim fez de sua missão pessoal fazer com que Jacqueline voltasse, ele precisava dela, precisava da mulher mais gentil que já havia conhecido, precisava de sua mãe com ele, a direção da empresa estava sob controle, a cachorrinha estava sendo cuidada por Damian, Bruce estava conversando com vários especialistas em saúde mental para tentar ajudar, Jason tentava parecer não se importar, mas estava fazendo sua própria pesquisa, Dick estava sendo a babá de todos, garantindo que todos descansassem e comessem bem, até mesmo a mulher na jaula estava sendo servida com refeições balanceadas feitas por Alfred e levando broncas do homem estressado quando passava a noite em claro, era ao mesmo tempo hilário e triste.

Naquele exato momento Damian era quem estava vigiando a mulher, Tim tinha sido forçado a descançar entã a vez era do mais novo, seu trabalho era impedi-la de se machucar gravemente, ele a encarava seriamente, tentando entender a conversa sem sentido que a mesma estava tendo consigo mesma, era intrigante e com certeza iria fascinar qualquer especialista em saúde mental. A mesma andava de um lado para o outro sussurrando para si mesma sobre controle, posse, vingança e perdão, era um colapso total, algo que o menino tendo crescido onde cresceu já havia visto, porém em uma escala muito menor.

- Como ela está?

Saindo das sombras, o segundo mais velho da família Wayne parecia impassível, mas que o conhecia conseguia notar a tensão em sua voz, como se esperasse ouvir a qualquer momento uma notícia ruim referente a mulher que agora estava visitando.

- Mais louca que ontem e menos que amanhã.

- Tão poético pequeno demônio, acha que ela vai melhorar?

- Ela tem que melhorar ou Drake vai enlouquecer ou se matar, e não acho que o pai vá gostar disso.

- Que fofo, você está pensando no próximo.

- Quieto Todd ou vou enfiar minhas espadas em você.

- Não briguem meninos.

Ambos olharam em direção a mulher, a mesma estava sentada no chão encostada na cama, seus cabelos ruivos estavam extremamente bagunçados, suas mãos estavam machucados de tanto que os mordia, as roupas estavam muito bagunçadas, havia um sorriso estranho em seu rosto, seus olhos tinham bolsas escuras e um rastro de lágrimas era visível.

- Brooks?

- Esse não é meu nome querido, mas entendo que é assim que me conhece.

- Tim vai ficar feliz em ver que voltou.

De repente seus olhos ficaram opacos e seu sorriso sumiu deixando somente um olhar sombrio.

- A cadela não voltou, eu não vou deixar, ela pode até sair às vezes, mas nunca mais vai ficar no controle completamente, eu não vou deixar, NÃO VOU DEIXAR NUNCA, ESSE CORPO É MEU, MEU CORPO, SÓ MEU.