Irmãos

629 80 12
                                    


Jason povs on

Eu queria muito atirar na cabeça daquele psicopata, mesmo com Damian desferindo golpe após golpe Coringa continuava rindo, Bruce estava um pouco estático olhando para o tanque em que Jacqueline havia caído, eu conseguia ver suas mãos tremendo pela força que segurava as barras de segurança com força, eu conseguia ouvir os soluços altos de Timothy, também conseguia escutar Dick tentando convencer o menino a descer, mas o que eu mais ouvia, eram os ecos do grito de Jacqueline caindo, meu sangue parecia ferver em minhas veias, senti o poço tomar conta de mim, fui até onde Damian havia parado de socar Coringa e estava só o sacudindo pelas roupas sussurrando ameaças em árabe, toquei o ombro do garoto e o fiz sair de cima do palhaços, peguei aquela coisa ridícula pela roupa e o fiz se levantar, seu rosto estava cheio de sangue, mas o sorriso não se desmanchava de modo algum, prensei o idiota na mesma mureta em que Bruce estava agarrado e praticamente o pendurei ali. Bruce se afastou e não falou nada, o que era estranho ele era contra matar afinal.

- SEU FILHO DA PUTA DOENTE, VOCÊ A MATOU E PRA QUE? ALGUMA MERDA SEM SENTIDO.

- Minha pequena rainha vai voltar logo.

Eu ia soltá-lo e deixar que se espatifasse, mas Bruce colocou a mão em meu braço, olhei para ele que fez que não com a cabeça.

- ELE A MATOU.

- Eu sei, mas não podemos nos transformar em monstros, vamos prendê-lo.

Escutei o barulho de Tim e Dick "pousando" na plataforma em que estávamos, tive a impressão de escutar algo vindo do tanque em que Jacqueline havia caído, mas sabia que era somente meu cérebro querendo desesperadamente que ela estivesse viva.

- Pare com isso, ele a matou, fique com raiva, desconte nesse desgraçado.

- Batsy não é assim.

- CALA A BOCA PORRA.

- É IDIOTA CALA A PORRA DA BOCA.

Paralisei, todos nós paramos qualquer movimento ou qualquer fala e olhamos para o tanque, ao lado dele estava Jacqueline, as roupas encharcadas de produtos químicos, esfarrapadas e perdendo a cor, o cabelo estava desbotado, haviam partes pretas e outras de um vermelho acobreado, uma ferida clara de tiro ainda sangrava, mas ela parecia não sentir pelo modo em que estava apoiada naquela perna com os braços cruzados.

- JACQUELINE.

Tim já ia correr até a mulher, mas eu o segurei, havia alguma coisa errada, seu rosto estava divertido demais para alguém que havia acabado de passar por uma experiência de quase morte, o sorriso em seu rosto também era suspeito, toda sua postura gritava perigo.

- EU SABIA QUE A MINHA JOANINHA VOLTARIA.

- QUIETO, VOCÊ ATIROU EM MIM PORRA, O QUE TAVA PENSANDO?

- Mais que porra...?

A mulher antes dada como morta conversava com tanta intimidade e leveza com seu quase assassino que era insano, Coringa esguichou a flor de sua lapela em mim me fazendo solta-lo, todos estavam tão atordoados com tudo que ninguém impedio o maldito palhaço que correu para o andar de baixo, quando nos demos conta que ele já estava quase no fim da escada todos começamos a correr atrás do palhaço para impedi-lo de chegar até Jacqueline.

- JACQUELINE, CORRA AGORA.

A mulher simplesmente continuou onde estava, na verdade começou a correr empolgada em direção ao palhaço, os dois se encontraram no meio do caminho, Jacqueline se escanchou no palhaço e o abraçou com força, o mais surpreendente o palhaço correspondeu, todos paramos de correr em choque, eu podia sentir meu cérebro escorrendo pelo meu ouvido, ainda mais quando ouvi a risada da mulher.

A Arte Beira a InsanidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora