The Joker

881 125 21
                                    


- Boa noite senhoras e senhores, que belo evento temos aqui hoje, telas tão bonitas, crianças tão talentosas, devem estar orgulhosos mamães e papais.

Coringa passeava pela sala e cantarolava a cada novo quadro que via, alguns ele pegava e jogava para um de seus capangas, outros ele simplesmente olhava com desgosto.

- Gosto de arte, me lembra a joaninha.

Estremeci, eu só queria que tudo desse certo pelo menos por uma noite, olhei em volta e notei que Wayne tinha sumido, provavelmente se esgueirou para encontrar o filho, tentei me esgueirar para a varanda que não estava muito longe de onde eu estava, mas um dos homens do Coringa me viu e atirou bem na minha frente me fazendo parar assustada, o mesmo idiota que atirou veio até mim e me puxou pelo braço me fazendo levantar.

- Ela estava tentando escapar, chefe.

O Coringa veio até mim e parecia chateado, ele pegou meu rosto e apertou com força.

- Nada disso bonitinha, vamos todos apreciar o show, juntos, como os bons amigos que somos.

Ele parou por um instante, virou minha cabeça em todos os ângulos possíveis e depois abriu um sorriso enorme, naquele momento eu sabia que devia ter saído de Gotham quando tive a oportunidade.

- Achei minha joaninha.

Ele soltou uma gargalhada que arrepiou todos os pelos do meu corpo, soltou meu rosto, soltou meu cabelo do coque e pegou uma mecha a olhando com desgosto.

- Cor errada.

Ele puxou o meu cabelo me fazendo soltar um leve grito.

- Por que tem a cor errada joaninha? Precisa voltar à cor certa.

Quando ele ia falar mais alguma coisa uma janela quebrou e logo o Batman estava chutando o Coringa e quase me arrancando um chumaço de cabelo no processo, o homem que me segurava me soltou e correu, cai um pouco desorientada, mas assim que ouvi o primeiro tiro corri para a varanda e me pendurei na grade.

- Se eu sair viva dessa, eu vou embora dessa cidade infernal.

Consegui pular para a árvore que ficava bem perto da varanda e por um milagre consegui descer daquela coisa, meu vestido caro estava todo sujo e cheio de folhas, meu cabelo parecia um ninho e um dos meus saltos estava perdido em algum lugar do jardim depois de ter caído enquanto eu descia a árvore, consegui encontrá-lo e colocá-lo no pé, corri para o estacionamento e logo avistei o meu carro, soltei um suspiro aliviado e quando fui me aproximar alguma coisa caiu em cima dele, ou melhor alguém, Coringa estava de pé em cima do meu carro apontando uma pistola para alguém, mas pareceu me ver e gargalhou loucamente.

- Joaninha, joaninha, onde acha que está indo?

"PORRA"

Minha primeira reação foi correr e quando ouvi o tiro me joguei atrás de um carro, notei que a marca da bala no asfalto estava exatamente onde estava minha perna apenas alguns momentos antes. Escutei o som de algo caindo em cima de outro carro e mais tiros, me arrastei para o mais longe possível da confusão, eu só queria sair dali, viva de preferência.

- Vá embora morcego mal, tenho que consertar a cor da minha joaninha.

"Porra, porra, porra"

Corri para a rua e o mesmo cara da moto azul da outra noite apareceu, me jogou um capacete e fez sinal indicando a garupa da moto.

- Sobe.

Mal pensei e já coloquei o capacete e subi na garupa da moto, ele logo acelerou nos tirando daquele lugar me fazendo soltar um suspiro de alívio, até que eu percebi que ele não estava me levando na direção da minha casa, bati no ombro dele e apontei a direção certa.

- MINHA CASA É PRA LÁ.

Ele pareceu não me ouvir e continuou indo para onde quer que ele estivesse me levando, tentei mais algumas vezes e nada, suspirei e me contentei em ser sequestrada. Acho que em algum momento dormi meio agarrada no Nightwing - por algum milagre eu tinha lembrado o nome do herói - pois agora estávamos no meio de uma área cheia de galpões a qual eu nunca tinha estado antes, ele parou em frente a um deles, desceu da moto e tirou o capacete me encarando.

- Vamos?

Tirei o capacete deixando em cima da moto e olhei para onde ele estava indo, era um dos galpões de tamanho médio, parecia abandonado.

- O que? Quer que eu entre aí? Mas nem morta que eu entro nesse esconderijo de serial killer.

Ele parou de andar e virou para me encarar.

- Por favor, eu gostaria de fazer as coisas do modo mais fácil.

- Simples, me deixe ir embora, nem precisa me dar uma carona, tenho o maior prazer em ir andando.

Me virei e comecei a andar na direção onde parecia que tínhamos vindo, mas Nightwing rapidamente veio até mim e pegou meu braço me parando.

- Peço desculpas, mas não posso deixá-la ir.

- Se você não me soltar agora eu vou esfaquear você garoto.

Eu sinto que não deveria ter dito isso, pois mais rápido do que eu poderia ver Nightwing me imobilizou e colocou algemas retiradas do inferno em mim.

- QUE MERDA, por que raios está fazendo isso?

- Eu disse que queria ter feito as coisas da maneira mais fácil.

- ME SOLTA PORRA.

Tentei me soltar, mas ele riu e me jogou por cima do ombro me carregando igual um saco de batatas, tentei me debater de todas as formas, mas meus braços presos e com a força que ele me segurava dificilmente eu conseguiria me livrar dele então rapidamente desisti. Entramos no galpão que parecia muito abandonado, exceto por uma cadeira a qual ele me fez sentar.

- Que merda é essa? Vai me interrogar agora?

- Algo assim.

Ele me deixou naquela merda de cadeira e se apoiou na entrada do galpão, aparentemente esperando alguém.

- EI! PASSARINHO! QUEM A GENTE TÁ ESPERANDO MESMO?

- Eu gostei dela.

Soltei um guincho nada digno quando escutei uma voz atrás de mim, tentei me levantar, mas uma mão coberta por luvas me segurou no lugar, logo na minha frente estava um cara de jaqueta marrom e capacete vermelho vivo, chegava a ser um pouco engraçado, mas eu não tive coragem de rir na cara dele, ainda mais depois de notar que ele estava armado.

- Por que cacete vocês estão me mantendo aqui?

Nenhum dos dois me respondeu, o grandão - que não era de se jogar fora e que eu identifiquei como sendo o Red Hood - foi em direção ao Nightwing, os dois começaram a conversar me ignorando o que me deixou indignada. Notei que ambos estavam de costas para mim, então lentamente me levantei e fui andando devagar para trás, ainda de olho nos dois, se Red Hood tinha vindo de trás, ou ele já estava aqui, ou tem outra saída, andei cada vez mais para o fundo do galpão, andando na ponta dos pés para o salto não fazer barulho, quando achei que estava me aproximando do final do galpão, me senti bater em um corpo bem maior que o meu, e com certeza mais forte, tal pessoa colocou as mãos em meus ombros me mantendo no lugar, me encolhi um pouco e olhei pra cima dando de cara com a máscara do Batman me encarando.

A Arte Beira a InsanidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora