Só mais um dia em Gotham

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Narrador pov's on

Em algum lugar de Gotham, em uma praça totalmente abandonada, uma mulher pintava um quadro, uma música animada era ouvida saindo dos lábios vermelhos e carnudos, os quadris largos se movimentando ao ritmo da música, um copo no cavalete continha um líquido de consistência viscosa e de um vermelho profundo que era diluído em outro copo para ser utilizado em uma espécie de aquarela, em frente a mulher havia um corpo, uma mulher de curtos cabelos castanhos estava amarrada, cortes se encontravam distribuídos por todo o corpo da mesma, não se podia ver nenhum sinal de vida vindo da mesma, a iluminação do local não permitia que ninguém que passasse visse a mais nova falecida.

- Vai demorar muito?

Nas sombras havia alguém, cabelos verdes, tez pintada de branco, maquiagem muito parecida com as de um palhaço, roupas roxas e um sorriso estranho. A mulher ainda concentrada no que fazia não parecia se incomodar com a pessoa a mais.

- Não pedi que viesse comigo.

- Alguém tem que garantir que não se meta em encrenca.

- É mais fácil você ir para o Arkan do que eu.

- Não me subestime maninha.

- Por quê não está causando o caos por aí?

- Não posso desejar sua companhia?

A mulher parou de pintar e voltou seus olhos verdes para o homem.

- O que você quer?

- Por quê preciso querer algo joaninha?

- Fala logo antes que eu me canse de você.

- Tão fria, booooomm, seu maninho estava pensando, por que não brincarmos com amiguinhos novos?

- Sabe que não gosto de participar das suas extravagâncias.

- Por favooooooor.

- Não.

- Hora pare com isso, vai ser arte pura.

A ruiva suspirou e abaixou o pincel o limpando em um pano já muito manchado assim como limpava as mãos no mesmo, a mulher se abaixou e começou a guardar seus materiais visando limpa-los definitivamente somente em casa.

- Não vai me deixar em paz até eu concordar não é?

- Só serei muito incisivo.

A ruiva suspirou e levantou já com suas coisas guardadas em uma maleta, tirou o quadro do cavalete e o apoiou no corpo da mulher e jogou o cavalete no homem que o agarrou, a mesma começou a sair do parque sendo seguida pelo outro que ainda esperava uma resposta.

- Certo, diga o que quer fazer.

A gargalhada do dito palhaço ecoou pelas ruas vazias daquele pequeno bairro.

..................

Timothy Jackson Drake não estava bem, as bolsas escuras embaixo de seus lindos olhos agora muito apagados de vida, as mãos tremiam, não se sabia se de cansaço ou de muita cafeína ingerida, Bruce Wayne não sabia mais o que fazer, não podiam mais medicar o garoto com risco de fazer mal, o menino só comia se obrigado e com muita dificuldade, e mesmo que soubesse que seus outros filhos não estavam bem, Tim era o que mais o preocupava, os outros ainda comiam e tentavam descansar, Tim ficava o dia inteiro pesquisando e vigiando todas as câmeras que possuíam por Gotham, mas não adiantava, a mulher que o menino procurava não era vista a dias, parecia saber onde as câmeras estavam postas e as evitava a todo custo. O empresário também vigilante se aproximou do menino e colocou a mão em seu ombro direito.

A Arte Beira a InsanidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora