A Arte Beira a Insanidade

Jacqueline Napier

Bruce pov's on

Vasculhamos as redondezas atrás de Jacqueline e Coringa, apesar dos esforços não encontrarmos nada, nenhum sinal dos dois em lugar nenhum, Tim hackeou as câmeras de trânsito da cidade, mas os perdeu quando entraram em um subúrbio mais afastado do centro, procuramos por todo aquele lugar, mas não achamos nem sinal do carro ou dos dois. Os meninos estavam claramente muito abalados com o fato, confusos principalmente e eu não estava diferente, Jacqueline era irmã mais nova do Coringa, seu irmão não havia morrido, mas pelo modo que ela falava parecia que não o reconhecia mais como o irmão que cuidava de si durante a infância, também tinha o fato de que a mulher claramente tinha virado outra pessoa, seu modo de agir, suas palavras até mesmo sua postura mostravam que era uma pessoa totalmente diferente. Meus nervos no limite, não conseguia entender o que estava acontecendo, era confuso, Jacqueline parecia ter cedido aquela coisa a qual se tornou antes ou não estaria com tanto medo, parecia outra personalidade, a parte mais louca e insana da mulher.

Naquele momento estávamos todos na Batcaverna tentando traçar estratégias, haviam se passado semanas sem qualquer sinal de nenhum dos dois, os meninos evitavam o apartamento de Jacqueline como se ali estivesse todos os males do mundo e eu não fiz diferente, mas sabia que precisava investigar o lugar, deixei os meninos discutindo e fui para o apartamento. As luzes estavam apagadas como era de se esperar, tudo estava com uma fina camada de poeira indicando que ninguém esteve ali desde o dia em que ela foi raptada, andei pela sala olhando em todos os lugares que pude pensar, em baixo de um dos assoalhos encontrei dinheiro e algumas poucas joias que pareciam ter muito valor, em seu quarto achei um fundo falso no guarda roupas, contendo também uma quantidade considerável de dinheiro e joias, havia também uma pequena caixa a qual peguei, dentro haviam fotos de uma Jacqueline bem pequena com um rapaz que deveria ter uns dois anos a mais que Tim, também ruivo de olhos verdes, ambos estavam em um dos poucos parques de Gotham, pareciam felizes, na parte de trás da fotografia havia uma data que claramente era do aniversário da mulher e uma mensagem.

Minha pequena princesa,

que essa memória fique para sempre conosco,

e que você cresça e se torne a rainha mais poderosa

que esta cidade de merda já viu.

Para sempre seu bobo da corte,

J.N

As iniciais do nome verdadeiro do Coringa sem dúvida, guardei a foto em um dos muitos bolsos do kevlar e continuei olhando a caixa, nela estava o colar de joaninha que eu já havia visto, um anel de noivado simples, mas elegante e outra foto. Nesta estava uma Jacqueline mais velha que na foto anterior, de cabelos loiros e curtos o que não achei combinar nada com a mulher, ela estava abraçada com um homem que evidentemente não era Coringa, este tinha cabelos escuros, olhos castanhos claros e olhava Jacqueline como se a mulher fosse seu mundo inteiro, ambos estavam com roupas de frio, ao fundo dava para ver o chão cheio de neve, atrás da foto só havia uma data, guardei essa foto também. Sai do quarto e relutantemente entrei no estúdio, eu sabia o quanto aquele lugar era querido pela mulher, mas eu precisava investigar tudo, o luar estava escuro, ao ligar a luz eu pude ver como as paredes eram cheias de pinturas, de flores, animais pessoas, muitas coisas juntas, haviam quadros pendurados nas paredes, alguns estavam no chão apoiados nas paredes, cada um mais bonito e detalhado que o outro, em um cavalete havia uma pintura de Gotham e haviam silhuetas que claramente eram os meninos e eu mesmo. Deixei a pintura e olhei os armários, estavam cheios de tipos diferentes de tintas, diferentes pinceis e espátulas, tudo muito bem organizado, tirei tudo dos armários, mas nenhum deles tinha fundo falso, mas assim que olhei atrás de um deles havia uma portinha, bem discreta, afastei o armário e abri a porta, dentro havia um quadro, o tirei do esconderijo e o virei, era uma pintura estranha, era toda em aquarela, somente a cor vermelha foi usada, era uma pintura do homem da foto, mas era diferente, pelos detalhes dava para ver que o homem estava aterrorizado com algo, a expressão declarava pavor, passei a mão na pintura e a consistência da tinta seca parecia estranha, um cheiro de ferro e alguma coisa estragada exalava levemente do quadro me deixando desconfiado, decidi levar aquilo comigo, revistei o resto do lugar e não encontrei mais nada suspeito, sai do apartamento e fui direto para a Batcaverna onde somente Tim estava presente.