15.

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Teto •

— Aí Teto — Drakoz me chamou — Sua mina não vai?

— Que mina, irmão? — Dei de ombros enquanto terminava de arrumar minha mala.

— Você sabe muito bem. A vitória, meu. — Deu um tapa na minha cabeça.

— Porra. — Reclamei. — Ela vai, só que vamos encontrar ela no aeroporto. E ela não é minha mina.

— Isso é o que ela diz. — Revirei os olhos.

— Tá tá, vamo logo — Fechei minha mala.

Talvez ele tenha razão nisso, a gente se curte e o que a gente tá tendo é bom. Não sei por que ela fica fugindo quando pergunto alguma coisa do tipo pra ela.

— Teto! — Desci da van e ouvi alguém me chamar, olhei pro lado e vi a Vitória vindo correndo em minha direção.

— Oi preta. — Me abraçou — como cê tá?

— Bem. Oi gente — Cumprimentou a equipe.

— E aí Vih. — Drakoz falou — Me diz aí, só uma dúvida, o que você é o Teto são?

— Por que? — Riu sem jeito me olhando de canto e depois voltando a olhar pro Drakoz — Somos amigos.

— Hmm. Tão mais pra ficantes — Drakoz falou na cara dura.

— Que isso irmão?!

— Só mandei o papo. — Levantou a mão em sinal de rendição. — Tá na cara que vocês se gostam.

Pegamos nossas malas e entramos no aeroporto pra fazer chek-in e essas coisas.

...

— Você tá estranha depois do que o Drakoz falou.

— Foi mal, é coisa minha.

— Ta bem?

— uhurum.

— Cê não quer falar sobre isso?

— Isso o que, Sávio?!

— Nós.

— Somos amigos. Só isso.

— Só isso?! — Falei surpreso.

— Sim, por que a surpresa?

— Amigos que se beijam e fazem sexo? — Ficou quieta — Você ainda acha que somos amigos nessa altura do campeonato? — Nosso vôo foi chamado e eu peguei minha mala e me virei pra ir pro portão.

— Teto, o que você quer que sejamos então se só amigos não adianta pra você?

— Eu é que pergunto pra você — O vôo foi chamado mais uma vez. — Vamos logo antes que perdemos.

• Vitória •

Que merda!

Eu não gosto muito de tocar nesse assunto, é meio delicado pra mim. Mas talvez ele seja diferente, né?

Rola uma química entre nós não vou negar, mas eu ainda tenho medo, ainda não tô pronta pra isso. Não sei o que ele vai se tornar depois que criarmos um relacionamento, que nem da última vez.

Teto preferiu trocar de lugar com o Felipe, que é o cara que cuida da manutenção do som. Podia jurar que essa viagem seria boa que nem a outra, mas pensei errado.

— Deu merda não deu? — Assenti. — Cê quer ajuda?

— Ajuda?

— É, se reconciliar com ele.

Poesia | TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora