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• Vitória •

— Tchau mãe, tô saindo.

Dia de ir pro qg hoje e pra falar a verdade não sei se quero olhar a cara do Teto, mas fazer o que? A gente trabalha junto né.

Sinceramente, não é necessário ter ciúmes de ex, porra, de ex! Véi, isso é muito exagero, ainda mais pra gente que não tem nada.

— Clarinha!

— Oi prima. Como você tá?

— Bem e vocês? — Sorri.

— Estamos bem. — falou acariciando sua barriga.

— E você com o Tuê?

— Tudo certo até agora. E o Teto?

— E eu que vou saber?!

— Você sabe do que eu tô falando. — semicerrou os olhos.

— Você percebeu que sempre que a gente tá juntas você só pergunta dele?

— É o assunto que tem, prima. Ou você tem outra coisa pra falar?

— Meu pai traiu minha mãe. — Ela olhou pra mim surpresa.

— É o quê?! — Suspirei

— Pois é. Infelizmente fui eu que peguei ele com outra mulher na cama.

— Puta que pariu! Quando isso?

— Ontem mesmo, e o pior é que faz tempo que ele tava agindo estranho, então faz tempo que ele tá traindo minha mãe.

— Coitada da dinda, mas o que você fez quando viu eles juntos?

— Expulsei ele de casa né, e aquele puta ainda teve a audácia de falar "te espero em casa Rô". — Fiz uma voz diferente. — Ah vai tomar no cu!

— E aí Vih. — Tuê disse. — O que que tá pegando? — Contei tudo de novo pra ele.

Eu e Clara ficamos na sala conversando enquanto os meninos não chegavam, e é claro que teve que ter aquela típica conversa sobre como tá minha relação com o Teto. Eu tentei fugir do assunto o Máximo possível até eles chegarem, mas não deu muito certo.

— Porra! Tá, eu vou falar. — Falei — A gente brigou, satisfeita?

— Só isso? Quero mais detalhes.

— Olha Clara, sinceramente... Vai se foder! — Riu.

— Conta logo, merda! — Revirei os olhos.

— Ciúmes de ex, pronto.

— Que merda. Por parte de você ou do Teto?

— Dele, o Gustavo mora no mesmo prédio que ele.

— Você não contou? — Neguei.

— Uma hora ele vai saber. — A campainha tocou.

— Deve ser eles. — Se levantou pra abrir o portão, suspirei ao lembrar que vou ter que encarar o Teto.

— E aí Vih. — Wiu entrou na sala.

— E aí Wiu — Abracei ele.

— Você tá bem?

— Aharam.

— Então tá.

— Oi Vih — Teto entrou logo atrás junto com a Clara.

— Oi — Falei seria, Wiu olhou pra gente confuso.

— Tem alguma coisa errada aqui não tem, Clara? — Murmurou e ela assentiu. — Ah, então é por isso que você me abraçou  — Olhei pra ele

— O Tuê tá esperando vocês lá em cima. — Falei

— Beleza — Subiram as escadas e joguei minha cabeça pra trás.

— Aa que merda!

— Vai conversar com ele, prima.

— Tenha porra nenhuma pra conversar com ele não.

— Você não quer se resolver com ele?

— Clara, ele ficou puto só por que eu encontrei com meu ex e não tem motivo algum por que eu e o Gustavo não temos mais nada e nem vamos ter! — Me exaltei.

— Calma, prima. - suspirei me acalmando

— Desculpa.

— Tudo bem que você acha que uma hora ele vai saber, mas você deveria conversar com ele sobre isso agora pra se resolverem.

— Eu não gosto muito de falar sobre isso e eu quero que ele venha falar comigo primeiro. — Assentiu e saiu dali subindo as escadas.

Eu espero muito que ela não tenha ido falar com o Teto.

• Teto •

— O que vocês acharam? — Terminei de mostrar meu verso.

— Da hora, mano.

— Teto? — Clara abriu a porta do estúdio.

— Fala tu, Clara.

— Porque você não se liga que nada faria ela voltar com aquele filho da puta? Porra, o cara que fez ela sofrer!

— Que? — Negou com a cabeça.

— Esquece. — Murmurou fechando a porta.

— Clara espera. — Fui atrás dela. — Do que você tá falando?

— Ela é minha prima Teto e eu faria de tudo pra defender, ajudar, aconselhar ela, agora eu acho melhor você botar essa marra de lado e ir falar com ela porque ela te ama!

— Se ela me ama então porque não fica comigo?!

— Teto, você é burro ou se faz? Porque ela vive te falando que não tá preparada, ela tá com medo, não é tão fácil assim como você pensa, ela não teve um passado legal. Você ama ou não ama ela?

— Amo, claro que amo.

— Então respeita esse momento, por favor e quando puder, desenrola com ela, ela tá tão angustiada. — Assenti e voltei pro estúdio me jogando no sofá

— Que que deu?

— É sobre a Vitória.

— Vai falar com ela, mano, cê vacilou. — Tuê disse.

— Você também sabe?

— Elas são tudo fofoqueira, como que eu não vou saber? — Riu

— Tá — Sai dali descendo as escadas — Vih — Chamei ela que tava sentada na mesa editando algumas fotos —  Podemos conversar?

— hm

— É sério, vih! — Me encarou.

— Tá então fala!

Poesia | TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora