Poesia | Teto

20.

• Teto •

— Tá então fala!

— Desculpa, tá bom? — Cocei a nuca. — Foi um ciúmes bobo, eu sei o que ele te traiu e agora sei que você não voltaria pra uma pessoa que te fez mal.

— Deveria saber desde antes — murmurou.

— Olha Vih, eu tô tentando, não gosto de ficar brigado com você e garanto que você também não. — Ficou quieta — Você não vai falar nada?

— Não tenho nada pra falar.

— Vih, por favor... A gente precisa conversar.

— Conversar o quê?! Você já não falou o que tinha pra falar?

— Esfria a cabeça então, depois a gente conversa direito. — Me levantei e sai dali voltando pro estúdio.

— Cê resolveram?

— Nada. Ela tá putassa comigo.

• Vitória •

— Pô Vih, qual é a tua?

— Você se intrometendo na minha vida.

— Foi mal se eu to sendo intrometida, mas eu só quero ajudar!

— Não preciso de ajuda, eu sei me virar sozinha.

— Ai Vih, deixa de ser rancorosa, meu Deus! — Suspirei.

— Vou dar uma volta. — Me levantei e sai.

Decidi ir pra praia já que era perto do qg e meu lugar de paz.

Me sentei na areia e fiquei olhando o mar.

— E aí. — olhei pra cima pra ver quem era.

— Gabi! — Me levantei e abracei ele. — O que você tá fazendo aqui em Fortal?

— Campeonato. E você? Por que tá aqui sozinha?

— Vim tomar um ar.

— Tá mal? — Adoro ver o quão carinhoso ele é comigo e quando sabe quando não tô bem. Pena que se falamos pouco agora.

— Mais ou menos

— Posso ficar aqui com você? — Assenti e ele se sentou do meu lado largando a prancha na areia.

— E aí — olhei pra ele que já me olhava. — O que houve?

— Briga.

— Com quem?

— Você sabe que eu não gosto de falar muito quando tô com problemas.

— Eu sei, por isso tô perguntando. Desabafa um pouco.

— Amigo, ficante sei lá o que a gente é.

— Pera aí, você tá dizendo que cê tá namorando?

— Não! Nem eu sei o que é, mas a gente já ficou e estamos brigados agora.

— Por?

— Ah para de perguntar!

— Fala logo. — Bateu seu braço no meu.

— Ciúmes bobo dele por causa de ex.

— Que clichê. — Ri

— Aharam.

— Qual o nome dele?

— Cê tá querendo saber demais, mas vou falar só porque é você. — Sorriu — com o Teto.

— Mentira que você tá pegando o Teto?!

— Verdade ué.

— Ele parece um grande pau no cu assim fazendo minha pequena mal, mas ele é da hora e sei que vocês vão se resolver.

— Obrigada Gabi.

— Aí, vou treinar agora antes que fique mais tarde e as ondas diminuam. — Assenti.

— Daqui a pouco já vou embora também. — Se levantou e pegou a prancha. — A gente tem que se ver mais vezes, até quando você vai ficar aqui em Fortal?

— Não sei ainda, mas eu te falo. Até mais, Vih.

— Até.

— Boa sorte

Fiquei mais um pouco ali vendo o Gabriel surfar e logo fui embora.

Pensei um pouco sobre o que ele falou e sim ele pode ser um cara legal, mas naquele momento foi mesmo um grande pau no cu, mas eu gosto bastante dele.

— Oi.

— Voltou.

— Precisava pensar, desculpa o jeito que eu falei contigo, Clara.

— Tá tudo bem. Desculpa também por ser tão intrometida, eu só tava tentando ajudar.

— Não tem problema, mas brigada.

— Vai falar com ele? — Fuzilei ela com os olhos — É brincadeira, calma.

— Não gostei dessa brincadeira. — ri — Demorei muito lá na praia? — Ouvimos os meninos descerem a escada.

— O suficiente pra eles saírem do estúdio.

— Pedimos comida, você vão querer?

— Tô de boa, valeu.

— Ai eu quero, perder a oportunidade de comer comida de graça? Atá — Falei e riram.

— Você pode conversar agora? — Teto se aproximou.

— Desculpa por aquela hora, tava estressada.

— De boa, eu sei que você tava braba, mas podemos conversar ?

— uhurum — Suspirou antes de falar

— Eu também tive medo — me olhou — medo de você voltar pra ele, de perder você... Não deveria ter sido grosso, muito menos te mandado embora. Nossa, eu me arrependo de tudo de mal que eu fiz pra você. Eu só queria que você me desculpasse.

— Claro que eu te desculpo, Sávio, mas eu também tenho medo de que tudo se repita de novo. Abraço da amizade? — Assentiu e nos abraçamos.

— Olha Vih, entenda que eu vou tar aqui sempre que precisar tá? — Beijou minha testa.

— brigada, Sávio.

— Te amo, preta.

— E aí gente, festa mais tarde pra comemorar que finalmente o Teto e a Vitória se resolveram? — Tuê falou alto.

— Bora! - Wiu falou e ri.

— Meu Deus, gente.