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• Teto •

— O que que deu com você e a vitória que eu não vejo vocês mais conversar. — Wiu perguntou.

— Sei lá, mano. Coisa dela. — Não menti, desde que eu fui embora naquele dia ela não tem falado muito comigo.

— Tão prontos? — A Clara perguntou e  entregou os microfones.

— Sempre.

— Boa sorte.

— Valeu. — Agradeci e fomos pra lateral do palco esperar.

Ouvimos começar a tocar vampiro, a última música da noite que vamos cantar, e me preparei pra entrar correndo.

Procurei pelo lugar a Vitória com os olhos e quando achei cantei diretamente pra ela a minha parte de vampiro.

— Pode ser que o meu jeito vampiro te deixou com um pouco de tesão
Posso beijar seu pescoço, mas essa nunca foi a minha intenção

...

Entrei no camarim depois de falar com alguns fãs e encontrei a vitória sentada num banquinho vendo algumas fotos que tirou.

— Eu percebi a indireta. — Falou sem me olhar.

— Era pra ter percebido.

— Tô ligada. — Suspirei e me sentei do lado dela.

— Vai ficar assim comigo mesmo?

— Eu só não tô muito bem, mas tá tudo certo entre a gente. — sorriu falso. — Desculpa também.

— Você não fez nada. — Tentei fazer carinho na sua cabeça, mas ela desviou. — O que foi?

— O que?

— Você.

— Mais tarde a gente conversa. — Se levantou.

— Espera Vih. — Se virou pra mim. — Por que mais tarde e não agora? Já estamos aqui mesmo.

— Não tô afim, Teto.

— Por favor... Eu só queria saber por que você tá assim comigo?

— É eu... Não sei, me senti uma grande filha da puta depois daquele dia e... — Suspirou — A gente conversa depois, eu tenho que trabalhar.

— Espera. — Segurei o braço dela — Se você tá se sentindo culpada eu te desculpo, mas não quero que você fique assim comigo, tá?

— Tá, eu vou indo lá — Soltei o braço dela e ela saiu.

Eu realmente não entendo...

• Vitória •

Me senti uma grande filha da puta depois daquele dia, parece que eu tô usando ele, mas eu juro que é sem querer.

Preferi me afastar um pouco pra isso não continuar e pra que nem eu e nem ele se machucar, mas também não queria.

— Se liga, Wiu. — Me aproximei e mostrei as fotos que eu tirei dele.

— Caralho! Cê é foda, sabia?

— Eu sei. — Falei me gabando.

— Bora pro segundo show da noite gente? — A Clara perguntou

— Temos escolhas? — Alguém da equipe falou brincando

— Não, então bora. — Todos pegaram as suas coisas e fomos pra van.

Me sentei no fundo da Van e pra variar o Teto se sentou do meu lado.

— E aí. — Ele falou depois de um tempinho.

— Oi.

— A viagem vai ser longa.

— Tô sabendo. — Dei de ombros.

— Eu ainda não entendi.

— O que?

— Você tá assim comigo, por quê? O que eu te fiz?

— Foi embora talvez. — Murmurei.

— É por isso... Desculpa.

— Mas é culpa minha, fui uma tremenda sem noção.

— Cê poderia ter falado sabia? — Assenti.

— Eu sei. Por que você não quis?

— Você vai me ganhar agora só quando a gente estiver namorando. — sorri.

— Ah, isso é golpe baixo — riu

Olha, o que eu tenho pra dar é carinho respeito e admiração.

É bom dividir minha vida contigo — Toquei no nariz dele.

Um dia você vai perceber que eu te falo a verdade, eu quero só você.

— Eu sei, tô sendo uma grande filha da puta agora, mas eu ainda tenho medo.

— Se você se sente segura comigo não precisa ter medo. — Sorri — O Augusto é do passado, não acha?

— Gustavo. — Corrigi.

— É esse pau no cu aí — ri

— Tem razão, mas desculpa do mesmo jeito

— Aí meu Deus, já falei que você não tem culpa! — Sorri e selei nossos lábios num beijo carinhoso.

Poesia | TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora