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• Vitória •

— Aonde estamos indo? Aqui não é meio distante de tudo?

— Meu lugar preferido.

— É bonito pelo menos?

— É sim.

— Tamo chegando já?

— Só mais um pouco. — Só um pouco nada, depois de uma longa caminhada chegamos no lugar e como ele falou é bonito sim. É tipo uma cachoeira no meio da floresta.

— Que lindo. — Falei admirando o lugar. — As outras pessoas sabem que existe esse lugar?

— Algumas provavelmente. Eu gosto daqui por isso, não tem ninguém e é bonito. Cê quer entrar?

— Agora?

— É — Tirou a blusa

— Eu não tenho roupa pra isso não.

— Só vamo, preta. — Falou e depois pulou na água.

— Você é louco — Ri.

— Você não vai entrar não?

— Não. — Falei como se fosse óbvio.

— Me ajuda a sair aqui então. — Estiquei meu braço pra ajudar ele a sair da água e ele me puxou.

— Filho da puta. — Reclamei enquanto ele ria. — Tem graça não, porra. Vai se foder. Tomar no seu cu.

Depois de xingar ele horrores e ficar mais um pouco lá aproveitando fomos embora dali.

— Qual é preta, foi só uma brincadeira.

— Foda-se, não gostei dessa brincadeira.

— Olha aí ó, a pracinha que eu vinha com os meus parças.

— Não perguntei.

— Eu tô falando. — Mostrei o meu dedo do meio e ele riu.

— E aí mano. — Um cara de longe chamou a atenção do Teto.

— Cadu! Quanto tempo, parça. — O cara se aproximou e eles fizeram um comprimento.

— Achei que cê nunca mais ia aparecer, mano. Oi moça.

— Oi. — Falei.

— Minha namorada.

— Não mais — Falei e o Teto riu.

— Deixa de neurose, Vitória. Eu só te joguei na água.

— Idai?

— Eu ia comprar um açaí pra minha namorada depois, mas já que eu não tenho namorada não vou poder, olha que pena.

— Quem disse que você não tem namorada? — Abracei ele e ele e o amigo riram.

— To indo pro churrasco do Davi e do Kevin lá do lado da sorveteria da dona Maria e vende açaí lá, vocês vão querem ir?

— Vamo então.

...

— Gente! Se liga em quem tá aí. — Cadu falou abrindo a porta.

— Teto!

— Fala irmão!

— E aí galera, como vocês tão? — O Teto falou e cumprimentou dois caras que julguei ser o Davi e o Kevin.

— Oi gente. — Falei

— E aí.

— Sua namorada? — Assentiu. — Entrem a Renata, a Isa e a Manu também estão aí. — Entramos na casa e fomos pros fundos onde tava acontecendo o churrasco.

Cumprimentamos elas e me sentei junto pra me enturmar.

— Você namora o Teto? — A Renata perguntou

— Sim.

— Meio fofo ele né?

— Renata! — Repreendeu Isa

— O que?! — Perguntei

— Soca fofo, não?

— Você tá dizendo que já transou com ele?

— Já fomos namorados.

— Renata, fica quieta. Você as vezes é desnecessária. — A Manu falou.

— Você deve tá falando isso só por que é a única solteira daqui. — Falei calma, mas por dentro pegando fogo de raiva dessa Renata.

— Só tava falando que ele é um soca fofo.

— Se fosse eu saberia e você não precisa ficar falando. Ele deve ter sido soca fofo só com você também por que comigo meu útero chega a doer. — Falei e vi as outras meninas rindo baixinho e a Renata me olhando com deboche. — Isa e Manu, a gente se fala. Com licença. — Me levantei, me aproximei dos meninos e me sentei do lado do Teto.

— Que foi que você tava meio braba lá?

— A Renata, ela falou que vocês já namoraram e que você é soca fofo e eu dei uma patada braba nela. Que menina irritante.

— Nunca nem entrei naquilo. — Olhei pra ele.

— Ela é assim mesmo. — O Kevin falou. — Pra ela o que é dela é dela então provavelmente não gosta desse relacionamento de vocês.

— Não entendo por que a Manu e a Isa ainda andam com ela. — Disse o Davi.

— Elas nem andam mais com ela, a Renata que persegue elas.

— Que ruim — Falei. Eles começaram a falar sobre outro assunto e o Teto se levantou pra atender uma ligação. — Quem que era? — Sorriu.

— O que?

— Na ligação.

— Ah, o Tuê. A gente volta amanhã, beleza?

— Tranquilo, e você ainda tem que me dar um açaí. — Riu fraco e me abraçou de lado.

— Tô ligado.

...

— Isa, Manu! — Chamei a atenção delas. — Vocês querem tomar um açaí? — Elas olharam entre si e se levantaram se aproximando, sorri vendo a cara de surpresa da Renata.

— Aí Renata! Você já pode ir embora querida. — O Kevin disse e ela pegou a bolsa dela e foi embora.

— Guria ridícula. — Murmurou Isa.

— Né.

— Vamos ir tomar açaí então? É por conta do Teto!

— Ah, que isso preta?! — Ri e fomos pra sorveteria da dona Maria pegar nossos açaís...

— Valeu por tirar a Renata da nossa cola.

— De nada, conheci ela hoje e já não gostei. Não consigo acreditar que meu preto namorou aquela loira oxigenada. — Ela riram. — Vocês namoraram o Kevin e o Davi né?

— Sim, o Kevin é o meu neném. — A Manu falou raspando o copo de açaí dela.

— Vocês combinam. — Sorri

— Nós cinco se conhecemos desde a infância.

— Legal! Eu queria continuar com as minhas amizades de infância, mas eu mudei de cidade então não ajudou muito.

— Entendo l.

— Vih, já terminou seu açaí? — O Teto perguntou

— Já.

— Bora então?

— Perai. Meninas, me passem o número de vocês, a gente precisa se ver de novo.

— Claro, o meu é... — Peguei o número delas e fomos embora.

Chegando em casa arrumamos nossas coisas por que íamos voltar cedo amanhã.

Poesia | TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora