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• Teto •

— Caralho a cacheada tá fazendo a limpa. — Wiu falou enquanto via a Vitória beijando geral na pista da festa.

— Qual é, quem que teve a ideia de vir pra cá?

— Você mesmo? — Revirei os olhos.

— verdade, péssima ideia.

— tt com ciúmes da cacheada. — Olhei sério pra ele que levantou as mãos em rendição.

— Cês viram a Vih lá em baixo? Pegando todo mundo, mané. — Tuê falou entrando no camarote.

— Nem comenta muito não se não o mano aqui fica boladão. — Tocou no meu ombro.

— Qual é a de vocês? vocês não são amigos? — levantou a sombrancelha

— Sério?

— Amigos com sentimentos, pô. — Wiu falou.

— Faz sentido. — Tuê disse pegando uma bebida no bar — Se eu fosse você, acabava com essa palhaçada.

— Se eu fosse ela também. — Falei — Mas ela tem medo, o que eu posso fazer?

— Faz ela perder esse medo, ué. Não foi ela que fez você acreditar no amor de novo depois da Marcela? — Assenti — Então!

— Não sei se eu consigo. — Me virei vendo ela dançando.

— Claro que consegue, ela te ama cara.

— Vale a pena tentar, né? — Murmurei

— Claro que vale.

...

— Boa sorte. — Wiu faloi descendo do carro

— Ou vocês são muito pau no cu mesmo, nem pra me ajudar com ela! — Reclamei e Wiu fechou a porta do carro

— A mina é sua, parça, vai na fé. — Revirei os olhos e o motorista deu partida no carro indo pra minha casa.

— Sou de quem? — ela falou tudo embolado.

— Nada, Vitória, volta a dormir.

...

Agradeci o motorista e desci do carro segurando a Vitória pela cintura enquanto seu braço passava pelos meus ombros pra ela não cair.

O elevador abriu no meu andar e encontro o tal ex dela.

— Ei, tá tudo bem com ela? Não me diga que você drogou ela?!

— É mais fácil você fazer isso. — Ele se aproximou pra tentar ajudar — Não, não preciso da sua ajuda. — Ela começou a cantarolar alguma música

— Você não, mas ela sim.

— Ela não gostaria que você encostasse nela de novo, não preciso da sua ajuda. — Sai do elevador.

— Gustavo?

— Oi, Vih, eu mesmo — Olhou pra ela sorrindo e revirei os olhos

— Vai se foder seu filho da puta do caralho. — Vi o sorriso dele sumir e ri pegando a chave de casa do meu bolso

— Valeu aí, ou. — Debochei e ele entrou no elevador.

— Agora você me apresenta sua casa? — Me aproximei depois de fechar a porta e ela quase caiu

— Opa. — Segurei ela. — Amanhã você vê, hoje você não tem condições pra isso. — Guiei ela até meu quarto.

— Por que? — Resmungou.

— Amanhã eu te mostro, Vitória. — Ajudei ela a se sentar na cama e tirei seu salto.

— Não fala assim comigo. — Fez manha.

— Assim como? Tô normal.

— Tá brabo. — Suspirei.

— Foi mal, é que eu não aguentei ver você beijando outros caras. — Gargalhou — O que foi?

— Você tá com ciúmes, que fofo.

— Tô mesmo. — Me sentei do seu lado e ela colocou a mão na minha bochecha aproximando nossos rostos.

Rocei nossos lábios na tentativa de agora eu provocar ela e ela tentou me beijar mas me afastei.

— Qual é? — Reclamou, ri fraco.

— Você quer uma camisa minha emprestada? — Perguntei me levantando.

— Eu quero você, Sávio.

— Não, vih, por enquanto você não vai me ter. — Peguei uma blusa minha e me virei de volta pra ela. — Além de você estar bêbada, ficou quase a festa toda beijando outros caras. — Entreguei a blusa pra ela. — Vai se trocar, por favor.

— Desculpa.

— Por beijar outros caras? Relaxa, a gente não tem nada.

— Não, por ser uma pessoa medrosa, mesmo sabendo que você não seria capaz de fazer o mesmo que aquele filho da puta fez comigo. — Vi uma lágrima cair pelo seu rosto.

— No seu tempo, quando precisar eu estarei aqui pra você. — Dei carinho no seu rosto com o polegar limpando a lágrima que caia e ela levantou se jogando em mim.

— Então eu quero agora!

— Não desse jeito, Vih. — Umideci os lábios — Vai, eu vou te ajudar a trocar de roupa — Tirei o vestido dela com um pouco de dificuldade enquanto ela falava algumas coisas nada a ver e depois coloquei minha camisa que fica parecendo um vestido nela, mas fica lindo. — Pronto, agora você pode dormir.

— Você não vai dormir comigo? — Perguntou já quase dormindo.

— Não, boa noite — Falei e ri depois de perceber que ela já tava dormindo e fui pra sala me deitar no sofá.

...

— Acordou, preta. — Entrei no quarto.

— Que susto, Sávio, não sabia onde eu tava.

— Minha casa. — Me sentei na ponta da cama

— É bonita.

— Isso porque você não viu toda. — Ri fraco.

— Por que você não dormiu comigo?

— Você tava querendo...

— Transar? — Riu e assenti. — Só por isso você não dormiu comigo?

— Você sabe que no final eu não ia resistir e você tava bêbada, então...

— Ai — Se jogou pra trás — Me de não beber muito na próxima vez.

— Vai adiantar alguma coisa?

— Não. — Ri. — Fiz muito merda ontem?

— Que isso, só beijou quase todos os caras de lá.

— Meu deus — Colocou mão no rosto. — Você deve ter ficado bolado.

— Fiquei, mas não tem problema não, não somos nada. — Suspirou.

— Até quando você vai continuar repetindo isso, em? Parece que é uma frase que serve pra me superar.

— Talvez seja mesmo. — Murmurei.

— Teto, não quero brigar com você, além de eu tá com dor de cabeça a gente acabou de se resolver então não faz sentido a gente brigar.

— Tem remédio aí pra você se quiser — Apontei pra mesinha que tem do lado da cama.

— Brigada — Sorriu.

Poesia | TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora