Sobre Sobreviver

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O sol estava a pino naquele dia. Zuko ficava em seu cavalo-ave enquanto os outros dois iam a pé o acompanhando. Estavam andando já ia fazer uns bons dias? Semanas? Nem Kai sabia mais. Na verdade já não sabia muita coisa, estava cansada e Zuko não ajudava, ele notou o que ela quis dizer ele e seu tio terem entendido Ka, não Kai, e aquilo o tornava uma bomba relógio, a qualquer momento ele poderia resolver desmentir ela.

Sua mente perturbada começou a murmurar a melodia de uma música, uma música antiga que trazia acalento para o seu coração.

- Que música é essa? - questiona Zyan.

- Era da minha mãe, mas eu não me lembro da letra.

- É bonita, talvez quando pararmos a gente pode tentar buscar na sua memória.

- Sério? Seria legal.

- Vocês querem calar a boca? - murmura Zuko, quase gritando.

Os lábios de Kai sobem plenamente contentes de irritar a Vossa Alteza Real.

- Viajar com artistas é assim, príncipe Zuko.

Ele parecia bravo.

Maravilha.

- Ou com você, Ka?

E aquilo a fez calar a boca.

Olhou para Zayn e aquilo a incomodou, ele parecia ver a muralha que ela construiu ao seu redor, porém não tinha como comprovar que havia uma parede ao seu redor.

Um som ordenado de cascos pode ser escutado a uma distância próxima, os três se entre olham e se dispersam. Kai se esconde em cima das árvores, se escondendo entre as folhas. Zyan encontra um arbusto. Zuko coloca uma máscara do que parece ser um espírito azul com presas pra fora e fica atrás de uma árvore, prendendo seu cavalo-ave.

Uma carruagem verde e com a tintura descascando surge, há um rinoceronte- leão puxando o transporte, ele está cheio de cicatrizes.

Quando ela finalmente passa pelo ponto que estão, Zuko cria uma barreira de fogo que assusta o rinoceronte leão, fazendo-o recuar. Os homens saem da carruagem com espadas em mão, parecem ladrões, o ouro nos dentes, anéis exagerados... fez Kai se lembrar dos piratas. A pele manchada pelo sol, os cabelos embaraçados.

Aquilo só lhe trazia ainda mais vontade de estragar o dia deles.

- Quem está aí?

Zuko surge com a roupa preta e a máscara, as vezes ele era tão silencioso que nem parecia vivo. Foi rápido em iniciar o ataque. Zyan o seguiu com sua faca e Kai usou a distração para entrar pela janela da carruagem com um pulo certeiro.

Não tem muito de valor monetário ali, talvez algo que podiam roubar, mas parecia que aqueles ladrões estavam sem muita mercadoria. Encontrou alguns pães, bebidas e... shampoo.

Quase chorou de alegria.

Colocou o essencial na bolsa. O som de espadas havia parado, o que não era um bom sinal, porque nenhum dos dois foi avisá-la do fim de nada. Deixou a bolsa no chão e pegou uma espata, longa demais para o tipo de lâmina que estava acostumada, mas poderia lutar com aquilo, arrancou suas faixas. Ao sair pela janela se abraçou e olhou para seus companheiros presos em pedras, os olhares implorando para que ela os libertasse. Os ladrões, quatro.
O dobrador de terra estava no centro de Zuko e Zyan. O de cabelos curtos segurava um arco e flecha, o de barba tinha uma lança e o mais próximo, careca, dela uma espada curva.

O careca se aproximou com um semblante assustador e nojento.

Kai se jogou aos prantos no braço dele.

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