Era uma tarde ensolarada na praia, seu pai lhe disse que após aquele dia, se conseguissem uma boa quantia iriam tirar férias após dois anos indo de um lado oara o outro no Reino da Terra.
Seu pai toca o ruan enquanto sua mãe sopra o bawu, a garota dança criando o ritmo com os pés, as pessoas que passam se alegram e jogam moedas no pote de metal a frente deles.
Até que conseguem uma quantia generosa.
O homem segura a cintura da mulher e entrega o instrumento para a filha.
- Dragão Aquático? - a menina se vira para o pai - Pode guardar as coisas na carroça? Quero comprar um presente para a sua mãe.
- Amor! - a mulher bate no peito dele e beija sua bochecha.
Kaili acha nojenta a demonstração pública dos pais e vai até a carroça onde tem uma coelho-égua, Shuhua, que ela adora. Ela beija o animal e ajeita as coisas para que ninguém as roube. Não era muito boa de contar, mas acreditava que conseguiriam pagar uma estadia para aquela noite.
Camas macias.
Seria bom após meses no chão duro.
Seus pais voltam de mão dadas e sorrisos apaixonados.
Eca.
Seu pai comprou para sua mãe um pequeno brinco em forma de gota, era delicado e tão bonito. Ela queria tê-lo, queria crescer e ser tão bonita quanto a sua mãe.
Eles fazem uma fogueira para fazer os alimentos que compraram, pelo visto não dormiriam em camas macias aquela noite, mas estava tudo bem, nada que não estavam acostumados.
A família se reúne ao redor do fogo para dormir, o casal abraçado e a garota bem próxima do animal. Um barulho vem da floresta, eles não se importam no início, ainda mantidos no sono, mas quando o som se torna mais pesado o homem se levanta e vai atrás.
Era rotineiro, apenas por precaução, nunca se sabe o que se esconde entre as árvores, porém escutam gritos. Chamas e silêncio.
A mulher se levanta e agarra a filha, ela pega uma espada que usavam para números de risco e a segura, pede para a filha ficar próxima de Shuhua. O som parece vir de todos os lugares, se misturando com o vento.
Então das sombras surgem homens com um cheiro repugnante e espadas em mãos. O maior deles se aproxima, arrastando um corpo ensanguentado.
- Ichigo! - a voz de Ila parece rasgar o reino dos espíritos.
Kaili não consegue acreditar no que vê e observa sua mãe tremer e gritar o nome do amado e correr até o homem corpulento, mas não adianta de nada. Quando se aproxima ele apena a atravessa com sua lâmina e ao ver que o golpe não foi mortal a degola.
- Uma pena seu marido ter roubado os brincos, você era uma bela mulher.
Kaili sobe em Shuhua e tenta fazê-la ir embora, eles haviam matado seus pais, eles haviam matado seus pais, mas seu animal não se mexe, sua melhor amiga não se mexe, ela cai ao chão.
Uma flecha em sua cabeça.
Shuhua cai bem em cima de Kaili, a impedindo de fugir, o sangue vermelho manchando sua pelagem e manchando a garota.
Os homens se aproximam e ela se segura para não chorar, seus pais lhe disseram que chorar não era para momentos de pânico, mas era tudo que ela queria falar.
Um homem magrelo de pele escura a puxa pelo braço, seu corpo sendo arranhado pela terra dura.
- O que fazemos com a criança, capitão?
O homem corpulento se aproxima, os brincos de sua mãe na mão. Ele toca o rosto de Kaili, desliza a mão pelo corpo dela.
- Qual a sua idade?
Ela não responde, fica muda.
O capitão pega sua espada e coloca na garganta dela.
- Qual a sua idade?
- Treze.
Ele abre um sorriso.
- Parece mais velha... e seu nome?
Seus pais sempre pediam para ela ter cuidado com seu nome, com quem era, as pessoas não gostavam do que era diferente em nenhum lugar do mundo. Observou os homens a sua frente, não queria uma garotinha frágil sem estômago, queriam alguém que pudesse lutar para eles.
- Ka, meu nome é Ka.
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Avatar - E A Lenda Do Eclipse
Fiksi PenggemarKaili não sabe o que é viver sem pensar constantemente na própria sobrevivência, mesmo assim sua cabeça a faz cometer constantes erros que colocam sua vida em risco. Quando o príncipe da Nação do Fogo está em apuros ela não evita em salvá-lo, mas nã...