O Dia do Zuko

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Kaili gostaria de dizer que aquilo foi só uma vez, mas não, continuou acontecendo. Parecia que o universo a odiava e queria o seu mal. Olhar para Zuko havia mudado, pelo menos um pouco, ele continuava um pé no saco mas era diferente.

Seus dedos faziam um dedilhado nas cordas do chapey e sua mente sempre parecia se embaralhar.

Eu não quero complicar
Eu já tenho medo

Então quero te levar para um lugar
Um lugar para bagunçar
Me bagunçar

A porta da sala se abre e Kaili sem querer joga o chapey na pessoa da porta, que por sorte do destino, sempre o destino, era Zuko.

Ele e Iroh foram para o mercado em busca de suprimentos e agora Zuko tinha um nariz vermelho.

- Qual o seu problema!?

Kaili anda como uma rainha, pega o instrumento, então olha nos olhos de Zuko.

- Você.

E sorri como uma criança feliz.

- Desculpa por termos assustado você. - Iroh diz ao entrar com a cesta.

- Que isso, eu só estava distraída.

A pior das distorções.

Seus olhos traidores vão até Zuko.

Zuko e sua postura mal humorada.

Zuko e suas mãos fortes.

Zuko e...

Como ela podia calar o próprio cérebro?

- Compondo, eu deduso. - Zuko diz entediado e se jogando no sofá.

- Podemos escutar? - Iroh pede.

- Não! - ela se defende, então percebe que não tem do que se defender - Quero dizer- dá uma risada sem graça - Ainda não, ela está meio esquisita e eu não criei nada, só brinquei.

- Mas é nas brincadeiras que surge algo interessante. - responde o senhor como um sábio.

Kaili realmente não tinha certeza se queria mostrar o que estava na sua mente, era completamente assustador.

Os dias vão passando e nada daquilo parar, é igual uma tortura, ela não consegue fazer aquilo parar, e ela nem sabe o que é aquilo!

Ela está limpando o balcão da loja junto de Iroh, quando Zuko aparece com um olhar preocupado.

- Tio, não olhe... - Iroh olha - Eu disse não olha! - sua voz sai mais forte no sussurro - Mas tem uma garota que vem aqui faz uma semana, ela não para de nos observar.

Kaili reconhece a garota dos dias que ela fica apenas parada, descaradamente com a cara grudada em Zuko, por nenhum motivo aparente acha que a garota deve ser insuportável. Ela tem o cabelo castanho e cheio, parece pelugem de cachorro, seu vestido é verde e feminino e ela é peituda, definitivamente peituda com duas frutas na frente de seu corpo.

Não gosta dela.

- Oi. - a peituda abre a boca, próxima do balcão.

Iroh se vira com cordialidade, Zuko fica parado como uma estátua e Kaili espera espantar a garota com seu olhar de ódio.

- Eu sou Jin e eu tenho te observado, queria saber se quer sair comigo?

Zuko a observa pasmo.

Sério? Sério que ele não percebe que caras misteriosos e rabugentos são um tipo específico?

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