Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a usaria. Se fosse um programa de TV, ele desligaria o aparelho. Mas ela era apenas uma maluca expansiva e sorridente que infernizava a sua vi...
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As férias haviam chegado ao fim, e isso significava aturar a Cara de Coruja por mais um ano na minha cola. Às vezes, pensava tanto sobre isso que tinha pesadelos a respeito:
Corria por um caminho íngreme e escuro enquanto um dragão enorme me perseguia cuspindo fogo, à medida que avançava o caminho ia se estreitando, até me deixar totalmente sem saída, me fazendo parar perto de uma macieira seca, esbaforido e apavorado. Nesse momento o dragão surgia à minha frente e eu apertava os olhos para evitar a face da morte.
Mas em vez de me matar, o dragão começava a gargalhar: gargalhadas altas, estridentes, que faziam tudo à volta tremer freneticamente, então eu abria os olhos a fim de ver meu opressor, aquele que me transformaria em cinzas, um emaranhado de cabelos ruivos surgia à minha frente, e só ai eu percebia que o dragão era na verdade Viola Beene.
Esse era o ponto exato em que eu acordava, com o coração prestes a sair pela boca.
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A manhã estava nublada e o vento frio do início de outono chicoteava meu rosto fazendo a pele pinicar. Como no ano anterior, meu pai me acompanhou até a escola e, dessa vez, arrastou a minha mãe junto. Ela falava comigo sobre a última aparição da tia Lucile quando notei alguém se aproximar a passos largos.
- Oli! - Não dava para acreditar. Girei sobre os calcanhares e lá estava a Cara de Coruja com os dentes à mostra. Antes que pudesse fugir, ela se engalfinhou no meu pescoço como um carrapato. - Senti saudades. Como foram as suas férias? - prosseguiu enquanto me desvencilhava de seus tentáculos.