A paciência é a arte de esperar, alguém já disse. E aqui estou, sentado em uma poltrona, esperando pelo meu pai.
─ Você é tão parecido com ele. ─ a nova secretaria cacarejou pela milésima vez, a mulher parece uma matraca. ─ Só precisa de um bronzeado.
─ Não mais do que você precisa de um cérebro.
Ela parou de falar e me encarou, o sorriso crescendo enquanto apertava as pastas contra o peito.
─ Você é engraçado.
─ Por que não faz o seu serviço de boca fechada, Srta. ─ apertei os olhos a fim de conseguir ler o nome em seu crachá. ─... Mills? É parente da Briana Mills?
─ Desde que nasci. Sou neta dela.
Rebolando mais que serpente na areia, ela caminhou pelo escritório com algumas pastas em mãos e se abancou no sofá com as pernas quilométricas cruzadas, o que fez com que sua saia subisse uns bons cinco centímetros.
A porta se abriu com um estalo e a figura do meu pai surgiu diante de nós.
─ Rigel, o que faz aqui? Aconteceu alguma coisa?
─ Nada, é que você não estava em casa ontem à noite quando cheguei e, quando o procurei pela manhã, a mamãe disse que já tinha saído.
Ele afrouxou o nó da gravata e lançou um olhar à loira de pernas cruzadas antes de dar mais um passo à frente.
─ Srta. Mills me traga um café, sim. ─ Ela ficou de pé no mesmo instante, parecia uma tonta, era como se aquele punhado de palavras tivessem-na hipnotizado, congelado o seu último neurônio. ─ Sem açúcar e sem adoçante desta vez.
─ Dois. O meu com muito creme.
Meu pai balançou a mão num claro sinal de caia fora, que a cabeça de vento pareceu não entender, já que continuou parada, fitando seu rosto com a boca entreaberta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Viola e Rigel - Opostos 1
Teen FictionSe Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a usaria. Se fosse um programa de TV, ele desligaria o aparelho. Mas ela era apenas uma maluca expansiva e sorridente que infernizava a sua vi...