Como dizer adeus

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Eu não sei, realmente acredito que haja mais sobre o Oli do que estou vendo, mais do que ele está me mostrando

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Eu não sei, realmente acredito que haja mais sobre o Oli do que estou vendo, mais do que ele está me mostrando. Mas me sinto cansada. Meu coração dói e essa sensação se estende pelo restante do corpo.

Por vezes sinto como se estivesse forçando a minha entrada em um lugar onde não sou bem-vinda.

Atenta ao ir e vir de alunos, me arrumei no parapeito e enxuguei os olhos antes de desistir por completo da leitura.

Jane Austen costuma me acalmar, mas não está funcionando desta vez. Oli é tão orgulhoso quanto o Sr. Darcy, não consigo evitar pensar sobre isso. Mas, infelizmente, essa é a única característica que os dois têm incomum.

─ Posso te fazer companhia? ─ a voz de Jason deslizou suave pelos meus ouvidos e me virei para encarar seu rosto circunspecto.

Queria não ter que falar com ele, agarrar meu livro e sair correndo para longe. Mas não vou agir como uma covarde. Uma coisa que sei é que você precisa enfrentar seus problemas e medos de frente.

Não que ele seja um problema, longe disso, tampouco me dá medo. É só que preferiria não falar com ele no momento.

Desde que a Missie sugeriu que Jason sente alguma coisa por mim, minha cabeça tem estado cheia de minhocas. Questionei Lilian sobre isso uma vez, mas sua resposta não ajudou muito. Por que não pergunta a ele? Eu não sei de nada., foi tudo que ela me disse.

Considerei seguir seu conselho, mas a resposta veio antes de eu precisar fazê-lo. Jason está saindo com a Bea Baltimore outra vez, e as coisas parecem perfeitamente bem para eles, acho que isso responde a pergunta.

Ele se sentou próximo a mim e arredei para o lado, puxando meu Orgulho e Preconceito sobre o colo. Não pretendia bancar a chata, mas, no momento, me sinto quase incapaz de levar uma conversa adiante.

─ Está brava comigo?

Espiei seu rosto e mordi o canto da unha, é quase noite e as estrelas logo aparecerão para pintar o céu. Eu gosto de conversar com as estrelas, elas sempre têm ótimos conselhos.

─ Eu tenho motivo para estar?

─ Acho que não. Mas nunca se sabe, não dá para adivinhar o que vai na cabeça do outro. ─ falou divertido. ─ Você não apareceu para o café, nem para o almoço, achei que pudesse estar acontecendo algo.

─Estou bem, apenas um pouquinho triste. Mas vai passar. ─ o tranquilizei com um sorriso ameno. ─ Obrigada por se preocupar.

─ A tristeza não combina com você, Sardenta. Acho que de todos os sentimentos esse é o que menos combina com você. Você foi feita para sorrir, não para chorar. ─ Ele ficou de pé e me estendeu a mão. ─ E como bom amigo que sou, cabe a mim a missão de pôr um sorriso nesse rosto pintado. ─ Continuei olhando para ele, imóvel. ─ É agora que você segura a minha mão e caminhamos juntos para o jardim.

Viola e Rigel - Opostos 1Onde histórias criam vida. Descubra agora