Cupcakes

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─ Pai? ─ chamei após observar o homem de cabeça encurvada sentado sobre o velho banco de concreto.

Ele levantou os olhos na minha direção e me aproximei a passos hesitantes, as sobrancelhas juntas em confusão.

─ O dir. Prescott está procurando pelo senhor.

─ Acho que o correto seria dizer que ele está procurando pelo meu dinheiro. ─ bufou, endireitando a coluna, em seguida deu um tapinha no lugar vazio ao seu lado, pedindo que me sentasse.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas observando o verde do jardim e ouvindo o barulho da música que chegava até nós como uma leve brisa soprada do Norte. Ele parecia cansado, mais que o habitual, e um detalhe me saltou aos olhos: sua mão direita enfaixada.

─ O que aconteceu com a sua mão?

─ Ah, não foi nada. ─ ele forçou um sorriso. ─ Um acidente com um cálice. O pousei no aparador com mais força do que devia e acabei com um caco de vidro enfiado na palma. Mas a sra. Talbot já cuidou disso.

Assenti.

─ Eu falei com a mamãe, ela pediu desculpas por não poder vir e prometeu passar aqui na Quinta. Ela não piorou, não é? Não foi por isso que ela não apareceu, porque teve outra recaída, foi?

─ Claro que não. A sua mãe está bem, apenas um pouco... Como eu posso dizer...?

─ Deprimida. ─ completei para ele.

─ Indisposta. Ela ainda pensa em retornar à Suíça, acho que sente falta das amigas e ─ Ele respirou fundo. ─... dos Alpes.

─ Ela pode fazer novas amigas aqui, não pode?

─ Poderia se estivesse minimamente interessada. De qualquer forma, é aqui que ficaremos. A sede da empresa está em Madison Place e seu avô precisa de mim para tocar os negócios de perto agora que resolveu se aposentar.

─ Ele me disse que provavelmente não virá para o Natal com a vovó.

Os olhos do meu pai pareciam placas de concreto, escuros, pesados ao pousarem em meu rosto.

Viola e Rigel - Opostos 1Onde histórias criam vida. Descubra agora