─ Oli. ─ a Cara de Coruja repetiu pelo que devia ser a quinta vez, eu estava meio que a ignorando na esperança de que ela parasse de esmurrar a porta e desaparecesse de vez da minha vida. A última coisa que eu queria no momento era olhar para ela. ─ Eu sei que você está ai.
Eu não pretendia me levantar da cama, menos ainda abrir aquela porcaria de porta, mesmo assim o fiz – Viola Beene conseguia ser mais irritante que cisco no olho.
─ O que você quer? ─ perguntei ao enfiar a cara pela fresta. Não podia correr o risco de ela entrar e se espalhar pelo lugar como costumava fazer antigamente. E, no mais, tinha o encontro com a Emily, para o qual eu já estava quase atrasado.
─ Posso entrar um minuto?
─ Não pode não, Beene. ─ Bati a porta e avancei pelo corredor, ouvindo seus passos estalarem às minhas costas.
─ Está mesmo bravo, não é?
Parei de andar e me virei para ela, seus olhos estavam tristes e os lábios rosados tinham o formato de uma linha curvada para baixo. Enfiei as mãos nos bolsos, observando o pequeno livro que ela abraçava, os braços cruzados cobriam parte da capa e me impediam de ver o título. Mas também não era como se eu estivesse minimamente interessado, o que a Cara de Coruja fazia, lia ou com quem passava seu tempo não era problema meu. Eu não estava em ai. Mas preciso dizer que a Briana Mills tinha se superado. Seus cabelos despontavam para todos os lados em cachos flamejantes, a franja parecia a porcaria de uma juba.
─ O que você acha? ─ devolvi num tom cortante.
Ela me encarou mais um pouco e balançou a cabeça, a língua começando a esfregar o lábio inferior. Estava inquieta, batendo com a ponta dos tênis no piso branco.
─ Aonde vai com tanta pressa? ─ disse, quase gaguejando.
Pensei em ignorar sua pergunta, ela merecia, mas desisti.
─ Pastar, talvez, já que estou treinando para ser um cavalo.
Esperei por uma resposta, mas ela continuou calada, segurando o ar. Até que, do nada, deu um passo à frente e soprou uma mecha de cabelo, que não levou nem um nanosegundo para cair de volta sobre o rosto.
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Viola e Rigel - Opostos 1
Teen FictionSe Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a usaria. Se fosse um programa de TV, ele desligaria o aparelho. Mas ela era apenas uma maluca expansiva e sorridente que infernizava a sua vi...