Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a usaria. Se fosse um programa de TV, ele desligaria o aparelho. Mas ela era apenas uma maluca expansiva e sorridente que infernizava a sua vi...
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Não importa o que eu faça, não importa o quanto tente, aquele sutiã de gatinhos não sai da minha cabeça nem por um segundo. É meio que inevitável passar o que está na minha mente para o papel: a barriga lisa e repleta de pintinhas, os picos das costelas e a curva da cintura. Eu não vi tudo, é verdade, mas podia facilmente imaginar os seus seios pequenos e delicados sob o sutiã. Cara de Coruja. Cara de Coruja. Cara de Coruja. Isso é tudo em que consigo pensar, até ser arrancado da minha bolha pela voz esganiçada do Arran.
― Eu sabia, você é um maldito pervertido. ― ele berrou às minhas costas, me presenteando com um susto daqueles. À esta hora era para ele estar dormindo, não enchendo a minha paciência com seus risinhos e comentários desnecessários.
Fechei o caderno com toda força e deixei os ombros caírem.
─ Dá para se afastar? Eu preciso de espaço aqui.
─ Espaço para quê? Para desenhar ervilhas? ─ Uma gargalhada encheu o quarto e meus olhos se apertaram. ─ Respirando fundo, deixei o lápis sobre a escrivaninha e encarei sua cara de pastel. Eu não sei onde estava com a cabeça quando decidi ser amigo da personificação da demência. Certo, talvez eu só não tivesse escolha, não existem muitas pessoas dispostas a se tornar amigas de crianças choronas e medrosas, e era exatamente isso que eu era: uma criança chorona e medrosa que evitava toda e qualquer criatura que não atendesse por mamãe e papai. ─ É sério, cara, que tipo de pervertido fica acordado até esta hora desenhando peitos? Não que eu não goste de peitos, longe disso, peitos são a melhor coisa do mundo. Mas se eu fosse você acrescentaria um pouco mais de volume, transformaria essas ervilhas em suculentos melões. Boop-Boop. ─ disse, segurando duas bolas de futebol imaginárias na frente do corpo.
― Você é idiota? ─ Ele abriu a boca para cuspir alguma bobagem, mas fui mais rápido. ─ Não precisa responder, nós sabemos que sim.
─ Falou o rei da esperteza. Eu posso até não ser o cara mais esperto do mundo, mas tenho quase um milhão de inscritos no meu canal e um monte de fãs, enquanto você tem o quê? Um dragão de estimação.
─ Se eu tivesse mesmo um dragão de estimação, pode ter certeza que a sua cara já estaria incinerada há muito tempo. ─ devolvi num tom bastante sério. Arran se afastou, o lábio inferior dobrado para baixo, e caiu na cama com o celular em mãos. Ele anda meio obcecado com a coisa do Terrorista dos Comentários. ― Ah, e nem pense em fuçar os meus desenhos, menos ainda em sair falando bobagens pela escola. Se você fizer isso, eu conto para todo mundo que você come meleca.