Capitulo 03 - Pensamentos errados.

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Troco a marcha, piso fundo no freio, e nada acontece

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Troco a marcha, piso fundo no freio, e nada acontece. Eu permaneço com a mesma velocidade. Puxar o freio de mão com tudo não vai me ajudar, porque além do freio defeituoso, estou em uma velocidade suficiente para me capotar, e na melhor das hipóteses, causar uma explosão. Porra!

— Como assim você está sem freio, Camila? – Louis grita no rádio, enquanto eu estou me concentrando para não surtar dentro do carro.

Tenho dez segundos para pensar em algo, então, olho com pressa para o retrovisor, obrigando minha cabeça a espantar todo o álcool e pensar. Minhas opções são bem claras: deixo meu carro sair da pista, até encontrar algo que vai me fazer parar, amassando todo meu capô e levando minha vida como bônus. Ou então, arrisco minha vida levando comigo quem me sabotou.

— Desacelera, Lewis – eu digo, calculando nossa distância pelo retrovisor.

Eu estou na liderança, Drake está logo na minha cola. Lewis sucede, e Hailee corre por último. Se Lewis simplesmente perder a velocidade, ela vai o alcançar, e as chances de eu conseguir bater nos dois crescem.

— O quê? – Ele quase grita. – Eu não vou deixar você...

— Desacelera, ou você vai ser arrastado junto. Não vou conseguir vencer essa, Lewis, então cruza a porra da linha de chegada e eu te alcanço em uma outra – volto o olhar para a pista, e suspiro fundo, apertando os dedos no volante com mais força. – Vou te levar comigo, hijo de puta.

Confiro o retrovisor uma última vez, e quando reparo o carro de Lewis perdendo a velocidade, e Hailee o ultrapassando com uma buzina, eu aplico mais no meu, e giro o volante com tudo para a direita, onde Drake estava. Meu carro roda na pista, e no momento em que puxo o freio de mão, sinto o impacto, somando ao som do pneu cantando. Meu corpo chacoalha no segundo seguinte, meu óculos é levado, e me seguro no que consigo enquanto sou arremessada para longe da pista com o carro, até que eu bato em algo, e minha mente apaga.

Sei que não fico desacordada por muito tempo, que se tratou de um desmaio rápido, porque quando abro os olhos, consigo ver um vulto verde e azul correndo pela pista, e um outro borrão da mesma tonalidade parado a alguns metros de onde estou, com o capô soltando fumaça. Minha cabeça dói, e o rádio chiando aumenta ainda mais essa dor. Preciso sair do carro.

— Porra – xingo baixinho de novo, destravando meu cinto de segurança e abrindo a porta. Sei que capotei, mas, por algum milagre, meu carro parou sob seus pneus, o que me permitiu me jogar para fora dele.

Caio de joelhos, e o impacto faz algumas gotas de sangue respingarem na minha mão. É quando sinto o ardor no lado direito da minha testa. Estou sangrando, mas pelo senso de direção que estou voltando a tomar, sei que não foi nada grave, embora ainda doa. Eu gemo baixinho.

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