Capítulo 08 - Toque.

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Arremesso minha bolsa para cima do sofá assim que fecho a porta de casa, e sem cerimônia nenhuma, me encaminho até meu quarto para me jogar em cima da cama, onde afundo meu rosto no travesseiro

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Arremesso minha bolsa para cima do sofá assim que fecho a porta de casa, e sem cerimônia nenhuma, me encaminho até meu quarto para me jogar em cima da cama, onde afundo meu rosto no travesseiro. Acabei de terminar mais um turno na Doja –o bar no qual vou toda vez que me chamam–, e sinto que meu corpo está tão pesado que vai atravessar meu colchão e me fazer despencar no chão. Me pediram para ir no turno da manhã hoje, mas eu acabei estendendo para tarde, até que eu só conseguisse sair agora, às sete da noite. Não que eu esteja reclamando de ter trabalho, porque prefiro dez mil vezes me sentir cansada, mas saber que valeu a pena, do que ficar à toa o dia inteiro, e no fim do mês isso pesar no meu bolso. Gosto de me manter ocupada.

Penso em preparar algo para comer, tomar um banho, e como sei que não vou conseguir dormir a essas horas, colocar um filme na TV. Mas antes que eu tivesse a chance de realizar qualquer um dos meus planos, meu telefone vibra no bolso da calça jeans. Cogito a ideia de apenas ignorar, mas poderia ser Nicholas, atualizando algo sobre meu carro; Lewis, precisando de alguma coisa; ou Lauren, que só estaria jogando conversa fora. Uma conversa que eu –detesto assumir– gostaria de participar.

Retiro o aparelho do bolso, e é o nome dela que brilha na notificação. Ignoro todas as outras para abrir a conversa.

Lauren: o que você vai fazer hoje à noite?

Camila: não estou muito a fim de sair, então vou ficar em casa
Camila: Acabei de chegar da Doja

Lauren: estava esperando minha mensagem? Respondeu rapidinho.

Rio baixinho, trocando de posição na cama para ficar de barriga para cima.

Camila: o que você quer, Lauren?

Lauren: Ash me chamou pra ir em uma balada que ela vai com um cara que ela quer pegar, você quer ir? Aí você pode me dar uma carona

Camila: eu perdi o momento em que virei seu uber

Lauren: mas você não é meu uber, é minha companhia

Camila: por que não chama seu irmão? Estou cansada.

Lauren: porque ele vai estar ocupado comendo uma mulher que acabou de chegar aqui em casa. Vamos, te pago uma rodada de cerveja.

Mordisco o lábio, e não porque a cerveja fez a oferta ser tentadora, mas porque acabo de descobrir que quero sair com ela, mesmo estando cansada. Acho que isso se deve ao fato de que eu quero ficar com ela, e isso foi a única coisa que eu consegui pensar na semana inteira, sempre que conversamos e ela me enviava uma foto, ou postava uma foto, e eu perdia minutos do meu tempo com aquela imagem congelada na minha tela, pensando em tudo que Lauren é capaz de fazer. Quero descobrir sua pegada, o gosto do seu beijo, e, acima de tudo, conseguir tocar nela e saciar essa vontade que uma garota de vinte e um anos está colocando sobre mim. Quero ela.

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