— Adoro – respondo, entrando no carro com a sensação dos dedos de Lauren formigando onde tocaram. – Por quê?
— Vamos fumar na praia, então – quando jogo meu olhar nela, Lauren já está retirando um pote achatado e pequeno de dentro de sua bolsa, o qual, quando aberto, revela um punhado de maconha já dichavado. Emito uma risada nasal.
— Você não entrou dentro do aeroporto com isso, e tenho certeza de que não roubou do seu irmão. Como caralho você, que está a dois dias em Miami está com um pote cheio de maconha?
— Aqui ainda não é legalizado e curiosamente tem mais comércio do que na Califórnia, que não é mais crime você ser feliz – retirou um pacote de seda da bolsa também, destacando uma e ajeitando-a em seu dedo. – Conheci um cara na internet e prometi que iria virar uma cliente fiel se ele trouxesse na porta da minha casa.
— Aposto que ele foi com segundas intenções.
— Aí infelizmente ele vai ter que lidar com isso sozinho – ela solta uma risadinha que toda pessoa sacana emite, enrolando um pedaço de papel-cartão para fazer de piteira. – Vamos, ou não? Já estou meio caminho andado aqui.
— Com certeza vamos!
A praia mais próxima não fica muito distante de onde estamos, mas como hoje é sábado, estaria lotada, e a Flórida realmente não legalizou a felicidade de alguns, o que significa que teríamos que ficar atentas às pessoas ao nosso redor, e não quero isso. Nos levo a uma praia mais afastada, ao invés, onde sei que a maioria das pessoas vão justamente para fumar, devido ao baixo movimento. Lauren torna a ligar o som, e ocupa seu tempo bolando –o que ela faz incrivelmente rápido.
Eu chego o mais perto da areia que consigo com o carro, e quando saímos, eu sento no capô, influenciando Lauren a fazer o mesmo. Porém, antes que ela conseguisse, sua atenção é totalmente tomada por algo que não consigo ver de início.— Aw! Vem cá, meu bem – ela bate nas suas coxas, emitindo quase um som de assobio com a boca, e ao me virar para trás, vejo que se trata de um cachorro. Ele não parece ter prestado atenção em nós quando descemos do carro, mas agora que Lauren chamou sua atenção, está abanando o rabo, com as orelhas abaixadas, receoso de chegar perto. – Vem, eu não vou te machucar.
Lauren se aproxima apenas um passo, com o dorso da mão virada para ele. O cachorro claramente é de rua, pelos ossos marcando a pele, a falta de coleira e o medo de aproximação. Seu pelo é preto, com algumas manchinhas brancas, e Lauren é paciente para esperá-lo ganhar confiança nela. Ela espera enquanto ele a cheira, sem mover um músculo, e então, o cachorro se entrega, deixando que Lauren passe a mão pela sua cabeça, já com a língua pra fora e o rabo abanado sem parar.
— Oi, meu amor – Lauren afina a voz, assumindo um timbre que você geralmente usa para falar com bebês, toda meiga, distribuindo carícia pelo cachorro. – Você está sozinho aqui? Você é tão lindinho, está com sede? Com fome? Você está tão magrinho, vou comprar alguma coisa para você.
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Racer
FanfictionEla pode pilotar os carros mais rápidos de Miami, mas não o seu coração. Quando Camila conheceu Lauren, ela ainda era uma criança - apenas a irmã mais nova mimada e que a odiava de seu melhor amigo. A irmã que foi embora com os pais para a Califórni...