Capítulo 21 - Envolvimento proibido

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— Traz mais uma rodada para a gente, Camila, meu docinho! – Theo, um dos clientes mais fiéis da Doja me grita, do outro lado do bar

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— Traz mais uma rodada para a gente, Camila, meu docinho! – Theo, um dos clientes mais fiéis da Doja me grita, do outro lado do bar. – Charlie e eu estamos com sede.

Os dois são os únicos clientes dentro do estabelecimento neste momento, e já me pediram tantas rodadas que estou começando a cogitar a ideia de deixar um engradado do lado da mesa, para que eu não precise sair do meu canto e trabalhar. Ser mulher no quadro se funcionários de um bar como este significa ser a única atendente que eles enxergam, e não é como se eu não gostasse de atenção, mas quando resulta nos bêbados esquecendo completamente de Austin atrás do balcão junto comigo para fazer seus pedidos apenas a mim, eu desejo ser invisível. Mas isso não passa de uma reclamação boba, estou acostumada com eles.

— Já vai! – Grito de volta, largando meu telefone para abandonar a posição de desleixe no balcão e ir em busca dos copos limpos de cerveja.

— Adoro quando você vem trabalhar durante o dia, posso ficar à toa o expediente todo – Austin brinca, sentado na cadeira atrás do caixa, com as pernas para cima e o telefone em mãos. Mostro o dedo para ele.

— Vai se foder, Austin.

— O que foi? – Ele ri. – É o preço que se paga por ser muito bonita. Duvido bastante que eles te perturbariam desse jeito se você não fosse... você.

Recebo seu olhar de cima abaixo, analisando meu corpo naquele avental sexualizado que as garçonetes precisam usar aqui. É algo rápido, vindo de alguém que tenta ser o mais respeitoso comigo, mas não consegue controlar a atração, e eu respondo apenas com um aceno de cabeça e um sorriso meio falso.
Encho os copos até a boca, e estou treinada demais em equilibra-los para precisar andar devagar para não derrubar o líquido, então alcanço a mesa dos dois rápido.

— A cerveja hoje está mais gostosa, Camila – Charlie comenta, para lá de bêbado, e sorrio para ele, mais sincera do que fui com Austin.

— Está mais gostosa ou você que já está bebendo mais do que um Opala e perdeu o paladar?

Minha pergunta os fazem rir, como se eu realmente tivesse contado a melhor piada da vida deles. Adoro quando o bar está vazio assim, porque apenas os homens que costumo dizer que já são da família aparecem, e a versão embriagada deles –às vezes– me arrancam boas risadas.

— Você pareceu minha ex-mulher falando agora.

— Então é porque é verdade – recolho o copo vazio deles, sendo simpática, mas não dando abertura para ele contar sobre a história de Abby pela milésima vez.

Eles se conheceram em um mercado na zona leste de Miami, em uma terça-feira, quando Charlie ainda tinha vinte e três anos, e segundo ele, foi amor à primeira vista. Saíram para tomar sorvete, por meio de um convite de Abby, foram ao parque de diversão da cidade no fim de semana, e depois disso, não se desgrudaram mais. Se casaram aos trinta, tiveram uma filha aos trinta e dois, e quando alcançaram os quarenta, Charlie descobriu que Abby estava o traindo com o dono atual do mercado onde eles se conheceram, a décadas atrás. Os dois se separaram, e mesmo depois de doze anos, ele não superou. Choraminga sobre ela comigo sempre que consegue, e hoje até mesmo já sei que Abby se casou novamente com o amante, e tem outra filha. Não vou mentir, amei saber da história da primeira vez que ouvi. Me entreteu por várias horas de um turno noturno, mas após escuta-lá repetidas vezes seguidas, sinto vontade de ir pessoalmente implorar a Abby que dê outra chance para o coitado.

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