Capitulo 13 - Foto.

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— Dia animado, Cabello? – Austin, um dos garçons que está no fechamento comigo hoje pergunta, enquanto eu alcanço minha bolsa atrás do balcão

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— Dia animado, Cabello? – Austin, um dos garçons que está no fechamento comigo hoje pergunta, enquanto eu alcanço minha bolsa atrás do balcão.

Eu viro apenas o rosto para trás, com o cenho franzido, tateando o guarda-volumes em busca da alça. Austin sorri para mim, apontando para algo nas minhas costas que ficou visível quando me estiquei e a blusa subiu. Provavelmente um dos arranhados.

— Graças a Deus sim – volto a me por de pé, com a kapanga pendurada no ombro, e instantaneamente sinto uma pontada no colo do meu útero, causando desconforto. Fazia tanto tempo que não sentia um desses, isso quer dizer que minhas transas passadas foram ruins? – Bendita seja as mulheres.

Eu solto uma risadinha, passando por Austin para pendurar meu avental no gancho. O bar já está fechado e completamente vazio, senão por nós dois, e depois de todo o tempo em pé e meu esforço físico mais cedo, tudo que quero é sair desse lugar logo. Mas Austin está com uma cara de quem vai me atrasar aqui com suas perguntas genéricas de sempre para tentar puxar assunto comigo. Hoje não, amigo.
Não que eu não gostasse dele, mas desde que comecei a trabalhar na Doja, ele não perde a oportunidade de se jogar para cima de mim. Da primeira vez, Austin me chamou para comer tacos em um food-truck perto do seu bairro, e como ainda não tinha pescado a malícia dele, eu aceitei, e ele tentou me beijar. E como ser uma pessoa queer assumida te faz ter a obrigação de sair do armário a todo momento da sua vida, precisei explicar por quinze minutos para Austin que sou lésbica, não bissexual, e que meu envolvimento com homens é totalmente desprezado por mim. Ele aceitou bem, e nas primeiras semanas pensei que criaríamos uma amizade, mas Austin voltou com os flertes singelos, que se penduram até hoje. Eu já poderia ter gritado com ele, mas isso significaria que todas as vezes que Austin me cobre para que eu possa furar meu horário e sair mais cedo quando tenho corridas iriam acabar, e não quero isso. Então, apenas me certifico de deixar bem claro que gosto de peitos em toda oportunidade que tenho.

Um peito com piercing então...

— Vai correr hoje?

— Eu queria, mas não. Estou muito cansada, só quero dormir – alcanço a porta, e o som do sino surge quando a abro. – Você tranca o bar?

— Você quer uma carona? – Ele da um passo à frente, apontando para os fundos do bar. – Eu vim com o carro hoje e você sabe que não moramos longe.

Quase reviro os olhos. Ele está cansado de saber que sempre venho de carro, e eu até faria alguma piadinha sobre isso que desencadearia mais alguns minutos de conversa, mas hoje, só quero deitar e lembrar da foda boa que Lauren me proporcionou. Então não me enche, Austin.

— Estou de carro também, como sempre – ofereço um sorriso para ele, e saio da Doja antes que ele tivesse a chance de me interromper de novo. – Boa noite, Austin.

As paredes da frente do bar são de vidro, então, quando olho por cima do ombro, consigo ver sua decepção, mesmo que esteja escuro lá dentro, mas ele acena mesmo assim. 
Suspiro aliviada, abrindo a bolsa para pescar um cigarro do maço. Deixo meu carro estacionado sempre na frente do bar, para evitar que eu precise caminhar pela rua vazia e eventualmente ser roubada, já que a Doja não é nenhum bar cinco estrelas no litoral, e sim um no qual homens velhos –caminhoneiros, na grande maioria das vezes– vão para jogar sinuca, brigar sobre esporte, beber cerveja, assediar mulheres e falar sobre como pensam ter proporcionado uma noite de sexo bom com o pau minúsculo deles.

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