Grupo menor

154 15 2
                                    





Por mais que a estadia na prisão esteja tranquila, parecia que dentro de mim, tudo só piorava, eu e Carl estávamos outra vez diante um do outro, palavras afiadas voando como flechas em meio à tensão. Carl me olha com raiva, seus olhos faiscando de frustração enquanto suas palavras cortam como facas afiadas.

— Você é irritante, Isabella — Ele diz com um tom de desdém, e suas palavras ecoam pelo ar entre nós.

Sinto meu coração apertar diante da crueldade de suas palavras, mas tento manter a compostura.

— Eu só queria ajudar —Deixo escapar, minha voz tremendo um pouco.

Ele revira os olhos, como se minhas palavras fossem insignificantes.

— Não preciso de nada de você — Ele retruca com amargura. — Você só serve para atrapalhar.

As palavras dele atingem como um soco no estômago, e por um momento, me sinto desmoronar sob o peso de sua rejeição. Então, uma chama de determinação se acende dentro de mim.

— Se é assim que você se sente — Digo com firmeza — Então talvez seja melhor que cada um, siga seu próprio caminho.

Eu e Carl estamos sentados em lados opostos do refeitório, o silêncio entre nós tão pesado que quase posso tocar. A música suave que Beth cantarolava preenche o vazio, trazendo à tona memórias que preferiria esquecer.

Olho para Carl e vejo a tristeza em seus olhos, um reflexo da minha própria dor. As palavras não ditas pairam entre nós, como fantasmas do passado que se recusam a desaparecer.

Olhar para ele me lembrava dos momentos que ficávamos rindo juntos mas também me lembra das brigas e das palavras cruéis que trocamos, deixando cicatrizes, era só isso que fazíamos agora depois daquele beijo, eu me perguntava o motivo de ter reagido daquela forma, se foi algo que gostei.

Queria poder voltar no tempo, consertar tudo isso, ter evitado nossas brigas, mas sei que o passado é imutável.

Eu fico tentando encontrar as palavras certas para expressar tudo o que sinto, mas elas parecem fugir de mim. Sinto um nó se formar em minha garganta, e percebo que talvez seja hora de deixar isso para trás, mas agora, aqui estamos, como estranhos perdidos em uma multidão, sem saber o que dizer um ao outro.

Ele parece prestes a dizer algo, mas hesita, desviando o olhar. Sinto um aperto no peito ao perceber a distância que se formou entre nós, me levanto e decido sair de vez daquele lugar, eu não entendia meus sentimentos, não sabia o que estava de fato acontecendo comigo, com Carl, eu sentia meu coração doer, mas o porquê ele fazia isso. Para mim era um mistério.

— Isabella? Você viu as gêmeas?— Glenn perguntou se aproximando e eu neguei com a cabeça.

— Aconteceu alguma coisa?— Perguntei e ele suspirou dando de ombros.

— Ninguém acha elas em lugar nenhum, se achar, me avisa, tá bom?

— Tá bom, pai.— Respondi e ele sorriu ao me ouvir chamar ele de pai, ele ainda não havia acostumado com isso, eu sabia, mas eu me sentia tão bem chamando ele assim.

Estamos vasculhando cada canto da prisão em busca das gêmeas desaparecidas. O medo aperta meu peito enquanto percorremos os corredores sombrios, esperando encontrar algum sinal delas. Ao meu lado, T-Dog. Caminha com determinação, sua expressão séria refletindo a seriedade da situação.

— Essas meninas gostam de brincar de se esconder, né? — Comento, tentando aliviar um pouco a tensão no ar.

T-Dog assente, seu olhar preocupado.

— Espero que dessa vez seja só uma brincadeira, Isabella. Mas precisamos encontrar elas logo.

Continuamos avançando pelo corredor, nossos passos ecoando no silêncio da prisão abandonada. Meus pensamentos estão tumultuados, preocupados com o destino das gêmeas e com o que poderíamos encontrar.

De repente, um grito ecoa pelo corredor, cortando o ar como um raio. Meu coração salta na garganta e T-Dog e eu trocamos olhares alarmados antes de sairmos correndo na direção do som.

Chegamos ao fim do corredor e nos deparamos com uma cena horrível diante de nós. Os gritos continuam, ecoando pelas paredes, enquanto nos aproximamos do local onde as gêmeas estão. Quem estava gritando era Carol em completo choque.

— O quê?— Pergunto ao ver as gêmeas mortas de forma brutal.— T-dog? Não foi um zumbi que fez isso, né?

— Não Isabella, não foi.— Ele responde sem tirar os olhos das meninas mortas em nossa frente.

— Quem faria isso?— Carol pergunta com a mão na boca enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto.

— Provavelmente um dos prisioneiros. Temos que chamar o Rick.

Estou no pátio da prisão, observando a cena diante de mim com um nó no estômago. Tyreese está sentado em um banco, sua cabeça entre as mãos, soluçando baixinho enquanto as lágrimas escorrem por seu rosto. Meu coração se aperta ao ver a dor estampada em seu semblante.

Ao lado dele, Rick está enfrentando os prisioneiros com determinação implacável. Sua voz ressoa no ar enquanto ele faz acusações e toma decisões difíceis. Uma delas é prender Dexter, um dos prisioneiros, que Rick suspeita ser o responsável pelo terrível crime das gêmeas. Dexter protesta veementemente sua inocência, mas Rick não parece disposto a ouvir.

Enquanto isso, Glenn se aproxima de mim, segurando uma arma em suas mãos trêmulas. Ele me olha com seriedade, como se estivesse prestes a confiar em mim com algo de extrema importância.

— Isabella, eu sei que você é responsável e precisa se defender. Tome isto. — Ele estende a arma para mim.

— Obrigada.— Digo, pegando a arma com mãos trêmulas.

Enquanto isso, vejo Rick fazer o mesmo com Carl, entregando uma arma e dando instruções sérias sobre como usar com responsabilidade. O olhar entre pai e filho é carregado de emoção, uma mistura de proteção e preocupação.

O pátio da prisão está repleto de tensão e incerteza, mas também de uma determinação feroz de sobreviver a qualquer custo. Enquanto nos preparamos para enfrentar os desafios que estão por vir, sei que teremos que confiar uns nos outros e permanecer unidos, não importa o que aconteça.

Mas mesmo em meio ao caos e à confusão, uma coisa fica clara: precisamos nos unir, encontrar forças uns nos outros e lutar contra as sombras que ameaçam nos consumir. Pois, no final das contas, é a nossa humanidade, nossa capacidade de amar e proteger uns aos outros, que nos torna verdadeiramente fortes.

Runners •ᴄᴀʀʟ ɢʀɪᴍᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora