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Parada em frente à cela de Thomas, minhas mãos tremiam incontrolavelmente, e o peso da arma parecia dobrar a cada segundo que passava. Eu estava acostumada a segurar uma arma, mas a força necessária para manter ela firme agora parecia me faltar. O nervosismo corria pelas minhas veias como um veneno, deixando meu coração batendo freneticamente no peito.

Thomas estava encostado na parede da cela, seus olhos fixos em mim com um olhar vazio e sem brilho, o olhar de alguém que havia perdido completamente a sanidade. Um sorriso cruel e distorcido se formou em seus lábios enquanto ele me observava.

— O que você vai fazer, garotinha? — Ele perguntou, a voz carregada de desprezo e diversão. Sua risada baixa ecoou pela cela, fazendo meu estômago revirar.

Apertei a arma com mais força, tentando controlar o tremor das minhas mãos. Precisava me lembrar do porquê estava ali. Thomas havia matado as gêmeas, havia tentado me matar e a Carl. Ele era uma ameaça constante para todos nós, e eu não podia permitir que continuasse a viver.

— Você não tem coragem. — Thomas continuou, seus olhos sem vida penetrando os meus. — É só uma menina assustada com uma arma que mal consegue segurar.

Seus insultos e risadas alimentavam minha determinação, embora também despertassem meu medo mais profundo. Eu sabia que ele estava tentando me desestabilizar, fazer com que eu duvidasse de mim mesma. Mas não podia deixar isso acontecer. Sei que Rick vai gritar comigo, talvez até querer me expulsar quando voltar mas não podia deixar ele machucar mais ninguém.

— Acabou, Thomas. — Disse, tentando manter a voz firme, embora meu nervosismo fosse evidente. — Você não vai machucar mais ninguém.

Ele se levantou lentamente, caminhando até as grades da cela e as segurando com força. Seus olhos fixaram nos meus, um desafio silencioso.

— Então faça, Isabella. — Ele disse, sua voz um sussurro mortal. — Prove que você não é tão fraca quanto parece.

Meu dedo tremia sobre o gatilho, e as palavras de Thomas ecoavam na minha mente. A raiva, o medo e a determinação se misturavam em um turbilhão dentro de mim. Eu sabia que não podia hesitar. Não podia permitir que ele vencesse, que continuasse a ser uma ameaça para todos que amava.

Respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Focalizei minha mente no que precisava ser feito, ignorando a presença intimidadora de Thomas e seu sorriso cruel.

E então, finalmente, puxei o gatilho.

Minhas mãos tremiam tanto que quase soltei a arma, o disparo ecoando nos meus ouvidos como um trovão. Por um momento, tudo pareceu ficar em silêncio, como se o tempo tivesse parado. Senti o cheiro acre do sangue antes mesmo de olhar para baixo e ver o líquido vermelho escorrendo, molhando meus sapatos.

O corpo de Thomas caiu no chão da cela, sua expressão congelada em um misto de surpresa e dor. Ele não ria mais, seus olhos sem vida fixos em nada.

Mal tive tempo de processar o que havia feito quando ouvi passos se aproximando. Daryl foi o primeiro a aparecer, sua expressão um misto de choque e preocupação ao me ver parada ali, com a arma ainda na mão, o sangue de Thomas formando uma poça aos meus pés.

— Garota, o que você fez? — Ele perguntou, a voz rouca e incrédula.

Eu não conseguia encontrar as palavras. Minha garganta estava seca e meu coração batia descontroladamente. Tudo o que podia fazer era olhar para Daryl, meus olhos arregalados e cheios de lágrimas que começavam a brotar.

Ele entrou na cela rapidamente, afastando a arma das minhas mãos com cuidado. Seu toque era firme, mas gentil, enquanto me afastava do corpo sem vida de Thomas.

Runners •ᴄᴀʀʟ ɢʀɪᴍᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora