12 - "Pretty little devil, liar deceiver"

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Dazai se submeteu à patrulha noturna.

Agatha Christie demonstrou surpresa quando ele se ofereceu mas não objetou.

Conforme o crepúsculo nevado aterrava a cidade em branco total, Dazai e Yosano percorriam à pé toda a extensão da região norte.

"Está quieta essa noite." — Dazai observou.

Yosano revirou os olhos magenta.

"Falando assim até parece que sou uma tagarela."

De braços entrelaçados, os dois caminhavam sem pressa. Sondando com discrição as ruas e vielas por vampiros envolvidos em atos suspeitos. O que era uma tarefa complicada. Vampiros estão sempre envolvidos em imoralidade e devassidão.

"A patrulha noturna poderia ser feita por membros inferiores do Coven, — Dazai olhou para Yosano de modo especulativo — e no entanto, aqui está você, o braço direito de Agatha."

Ela suspirou.

"Tem sido difícil." — flocos de neve se enroscavam em seus cabelos e à barra do vestido — "Metade do Coven vê a Vampira Demônio como um assunto que deveríamos deixar os vampiros resolverem sozinhos."

"E a outra metade?"

"Consideram mudar o Coven para outra cidade. O risco de exposição dos Ocultos não nos afeta se não estivermos aqui."

"Acha que é uma possibilidade?" — Dazai perguntou, a voz baixa.

Temor lampejou no rosto de Yosano. O desastre seria tão monumental que o desencadear de uma guerra mundial não estaria fora de cogitação. Bruxas sendo queimadas em fogueiras; Lobisomens perseguidos por facões e correntes de prata; Fadas torturadas.

"Talvez." — ela respondeu — "Agatha pretende arranjar uma reunião com o prefeito. Para discutirem métodos de desviar a atenção do povo."

"Os outros líderes sabem?"

"Não especulei essa parte." — seu tom era elusivo, o que indicava que não, eles não sabiam. E os líderes do oculto viviam pelos acordos de nunca agirem sem que os demais soubessem — "Mas e você? Não pense que não notei essas olheiras."

"Que grosseria apontar as olheiras de um cavalheiro." — Dazai resmungou.

"São os fantasmas?" — Yosano, sempre ousada, indagou direta e crua.

Uma brisa, carregando cristais de gelo como chicotes, atravessou as camadas das vestes que usavam. O frio era tanto que fazia o peito arder ao respirar.

Ao não obter resposta, Yosano continuou falando:

"No posto de sua melhor amiga, tenho o direito de destruir qualquer um que lhe cause problemas. E é muito inconveniente quando sou incapaz de cumprir meu dever porque os alvos são intangíveis."

Dazai acariciou a mão enluvada dela.

"Não ficarei por muito tempo. Meu alvo está cada vez mais perto de se revelar."

"Você já sabe quem é, não sabe?"

Dazai soltou um arzinho risonho.

"Não pretendo lhe contar."

Dazai não se importava muito em honrar promessas. Apenas se fosse conveniente para si, é claro. Mas prometera a um certo vampiro baixinho que sendo a própria Vampira Demônio ou um subordinado, a morte seria concedida à ele e mais ninguém.

"Bem, — Yosano falou — seja quem for, está aborrecendo Kouyou e eu não aprecio isso. Então, — ela abriu um sorriso provocante — quando você pegar a miserável me presenteie com o coração dela, sim?"

What The Dead WhisperOnde histórias criam vida. Descubra agora