25 - "Ya can lock up all your doors; But there's a phantom in your foyer"

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O sino ainda tocava alertando um confinamento urgente e não havia alma viva nas ruas.

Portas e janelas trancadas. Carruagens vazias. Carrinhos ambulantes abandonados nas calçadas, os pães doces atraindo moscas. Até mesmo os cavalos e cães foram confinados.

O âmago do problema foi fácil de encontrar. Uma congregação de fantasmas se reuniu em torno da Prefeitura. Animados para testemunhar o drama dos vivos.

"Você está bloqueando o meu caminho." — diante de suas palavras, os fantasmas sobressaltaram-se e tropeçaram um no outro em sua pressa de se afastar. Abrindo um estreito corredor para Dazai passar.

"Olá, amigos." — Dazai sorriu ao juntar-se aos líderes dos Ocultos — "Isso é uma festa?"

"Deixará que batam a porta na nossa cara?"— Taneda reclamava a plenos pulmões, sem dignar um único olhar à Dazai e Chuuya — "Transforme o prédio em borboletas ou algo assim."

Agatha Christie, com um gigantesco chapéu escondendo os cabelos loiros, lançou ao Lobisomem um impressionante olhar enfuriado.

"Eu não transformo prédios em borboletas." — ela rebateu.

"Então qual é a sua utilidade?"

Fukuzawa se botou entre os dois.

"Não devemos engajar em discussões internas. Tonan terá que sair em algum momento."

"Tonan literalmente fugiu de nós." — Shibusawa apoiou a mão na cintura, as unhas tão pontudas quanto as orelhas — "Um homem adulto fugindo como uma criança marota e ainda assim nós somos obrigados a manter a civilidade? Eu avisei a vocês, no dia em que Tonan engressou na Prefeitura, que ele era o pior tipo de mundano."

Fukuzawa, muito educado para se permitir fazer uma careta, simplesmente balançou a cabeça.

"Sua opinião sobre qualquer mundano é sempre negativa. Tonan era a melhor escolha, na época. E durante anos pensamos que ele estava seguindo os acordos."

Chuuya, que assistia a discussão de braços cruzados, aproximou-se de Kouyou e falou em voz baixa:

"Isso tem a ver com a lista de todos os vampiros da cidade, que os mundanos conseguiram apurar?"

"Estou farta de estacas e pistolas apontadas para os vampiros." — Kouyou vociferou, olhos escarlate fixos no prédio da prefeitura, nas janelas fechadas e portas trancadas. Uma exibição clara de Mundanos tentando manter as aberrações do lado de fora.

Dazai estudou-a. A sutil contração das presas, o cabelo sempre impecável agora solto e rebelde ao vento. Ela exalava um ódio pessoal e profundo que poderia ser um problema imediato.

"Se todas as pessoas agem da mesma forma, mas por causas diferentes, então o que classifica meu povo como monstros?" — revoltou-se — "O Prefeito mentiu para nós!"

"Tecnicamente ele não mentiu." — disse Shibusawa — "Nunca perguntamos sobre a sociedade anti-vampiros porque a informação ainda nos era desconhecida àquele ponto." — seu olhar irônico percorreu Dazai que optou por ignorá-lo.

Kouyou redirecionou sua fúria para Dazai.

"Sua dívida com os Ocultos aumenta a cada dia."

Exatamente como preveu. Problema imediato.

"Está falando comigo?"

"Mori morreu apenas para deixar seu herdeiro como um monstro sem coleira nesta cidade."

What The Dead WhisperOnde histórias criam vida. Descubra agora