Ao ver Harry congelar com as palavras de Madame Pomfrey, Draco sabia que ela havia atingido o cerne do problema. Ele se aproximou de seu companheiro, pressionando seus ombros, depois colocou uma mão tímida em sua perna, esperando não ser empurrado.
— Eu não estou bravo com você.
Harry deu um sorriso pobre e encolheu os ombros.
— Quase te matei... Droga, eu não sabia o que esse feitiço iria causar e lancei em você!
A enfermeira suspirou, chamando a atenção deles.
— Vocês lutam desde que chegaram em Hogwarts, jovens. Não é realmente surpreendente que esse tipo de coisa tenha acontecido, dada a quantidade de estresse com que vocês dois têm que lidar.
Harry corou ligeiramente e sentou-se, pronto para protestar. Porém, a enfermeira ergueu a mão e olhou para ele com severidade, impedindo-o de falar. Após uma breve pausa, ela continuou, num tom mais suave.
— Uma tragédia foi evitada. Acabou da melhor forma possível, sem ninguém morto. Talvez esta seja uma oportunidade para vocês começarem a se dar bem?!
Draco olhou brevemente para Harry. Este último parecia estar pensando nas palavras da enfermeira e assentiu lentamente. Eles trocaram um olhar e Harry pareceu relaxar, como se um peso invisível tivesse sido tirado de seus ombros. O sonserino sabia que ainda teria momentos de dúvida, o moreno ainda iria se sentir culpado. Mas ele pretendia dizer-lhe repetidas vezes que não o culpava. Sua vida foi um desastre tão grande que sangrar até a morte parecia a melhor solução... Muito melhor do que ser morto por Voldemort após inúmeras torturas por ter falhado...
A enfermeira olhou para eles por mais alguns segundos, parecendo triste. Ela apertou os ombros deles, como se os convidasse a vir conversar com ela se precisassem. Ela não podia fazer mais do que oferecer-lhes um ouvido atento e um pouco de conforto.
Vendo que eles pareciam calmos, ela os deixou sozinhos, determinada a ver como estava os regulamentos, para ter certeza de que estaria tudo bem e em ordem.
Quando ficaram sozinhos novamente, Harry sussurrou sem ousar erguer os olhos.
— Eu realmente me culpo, sabe, por ter lançado aquele feitiço em você. Todo mundo me diz que tenho que matar Voldemort, mas não tenho certeza se conseguirei fazer isso. Quer dizer… ele matou meus pais, tirou toda a minha família e por causa dele eu tive uma vida péssima, mas… a ideia de matá-lo me arrepia. Não sou capaz de tirar a vida de alguém e depois retomar a minha vida com calma. Eu acho... que isso vai me destruir.
Draco engoliu em seco e fechou os olhos. Essas palavras poderiam ter saído de sua boca, porque ele também tinha a missão de matar um homem. E assim como Harry, ele não tinha certeza se conseguiria fazer isso. A simples ideia de encarar Dumbledore e erguer a varinha para ele o deixava enjoado. Então, ele agarrou Harry com um pouco mais de força, para pressioná-lo contra ele. Ele apenas sussurrou um estrangulado “Eu sei”. Quando seus lábios se encontraram, Draco suspirou, como se tivesse encontrado seu lugar no mundo. Harry sempre foi o centro de seu universo e se sentia seguro perto dele.
Não foi um beijo áspero ou precipitado. Não houve desejo repentino, nem pressa. Draco apenas a beijou lentamente, com ternura e quase adoração. Aproveitaram o tempo para se descobrirem, para se conhecerem, indiferentes ao que os rodeava.
Quando o beijo terminou, Draco segurou Harry perto, acariciando a linha do cabelo de sua nuca, testa com testa com ele. Harry já lhe havia provado diversas vezes que a marca em seu braço não o incomodava. Draco esperava fazê-lo entender que o feitiço que recebeu foi apenas um acidente, um acidente terrível. O próprio Sonserino iniciou a discussão e no calor do momento, Harry respondeu com um feitiço desconhecido. Provavelmente era estúpido, mas não fazia de Harry um monstro e, acima de tudo, Draco não o culpava.
Ele sentiu o Grifinório relaxar contra ele e fechou os olhos de alívio.
Após uma breve hesitação, Draco sussurrou.
— Eu gosto disso, você sabe. Que você precisa me tocar. Quero dizer... sinto que sou importante.
Harry se afastou um pouco abruptamente para olhar para ele, com as sobrancelhas franzidas.
— Mas você é importante!
Draco sorriu tristemente e permaneceu em silêncio. Aproveitando que estavam sozinhos novamente, o jovem murmurou com a garganta apertada.
— E se Dumbledore não envolver mais você nos planos dele, por minha causa? Por causa da nossa conexão?
Harry encolheu os ombros, como se isso não importasse nem um pouco. Mas ele manteve um leve sorriso nos lábios, seus olhos brilhando com malícia.
— Ele terá que levar em conta o que eu quero, ou terá que encontrar outro boneco para mostrar o mundo mágico.
Draco soltou uma risada nervosa. Então ele balançou a cabeça, com uma pitada de diversão.
— Por favor, não mencione meu nome quando estiver negociando ou ele vai pensar que sou eu quem está sendo dissoluto... Prefiro evitar que Dumbledore me tranque acidentalmente em uma sala remota de Hogwarts para me manter longe de você.
Harry sorriu silenciosamente e se aproximou, roçando os lábios de Draco. Ele sussurrou, sem se afastar, sua respiração acariciando a boca do sonserino.
— Você não entendeu.. Não pretendo tirar os olhos de você.
Draco fechou os olhos enquanto seu coração parecia fazer uma pirueta em seu peito. Ele se inclinou ligeiramente para capturar os lábios de Harry em outro beijo, muito menos gentil que o anterior. Harry não pareceu reclamar, pois respondeu com entusiasmo, esquecendo-se da guerra e das manipulações de Dumbledore, concentrando-se apenas em Draco, em mantê-lo por perto.
Foi emocionante esse sentimento de pertencimento um ao outro, essa proximidade repentina, essa redescoberta mútua.
Quando eles se afastaram, eles trocaram um leve sorriso, e Draco não pôde deixar de erguer uma sobrancelha zombeteira.
— Você ainda acha que estou bravo com você.
Os olhos de Harry brilharam e ele riu baixinho, um pouco mais relaxado. Ele sorriu ao responder, incapaz de esconder sua diversão.
— Talvez não. Mas eu provavelmente ainda precisaria verificar se você está bem e se está perto de mim…
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Promasse de Sang ( Tradução )
FanficApós a morte de seu padrinho, Harry afunda. Ele se afasta de seus amigos para protegê-los e perde a confiança em Dumbledore por causa de suas omissões. Até que um antigo ritual é acidentalmente realizado, mudando a vida de Harry... ▷► ESSA HISTÓRIA...