Capítulo 61

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Harry olhou para Draco e notou seu olhar pensativo. Imediatamente sua expressão mudou e ele pareceu preocupado. Preocupado com ele.

Algo se agitou dentro de Draco, como um enxame de borboletas em seu estômago, e ele imediatamente sorriu de forma tranquilizadora, suprimindo a vontade de correr e abraçá-lo.

Depois de comer, Draco levantou-se para recolher os pratos e colocá-los na pia. Ele se perdeu em pensamentos novamente, lembrando que Harry sempre foi especial para ele. Ao mesmo tempo, isso o deixou louco de raiva, provavelmente porque era inacessível. Ou porque tudo se opunha a eles. Ninguém em Hogwarts poderia imaginar que eles poderiam se tornar amigos.

Em pouco tempo conseguiram quebrar todas as barreiras que os separavam, até se encontrarem o mais próximos possível. Se havia uma coisa pela qual Draco estava disposto a mostrar coragem e lutar, era manter Harry por perto. Ele não suportaria perdê-lo.

Draco finalmente saiu de seus pensamentos, balançando a cabeça suavemente, e cruzou os braços sobre o peito na frente de Harry, arqueando uma sobrancelha maliciosamente.

— Então? Qual é a programação de hoje ?

Harry riu, depois torceu levemente o nariz e encolheu os ombros.

— Receio que ainda seja a mesma programação de antes. Ainda pesquisaremos. Você está livre, mas ainda não sabemos como destruir as horcruxes. Se conseguirmos encontrar...

Draco não protestou. Ele se aproximou de Harry para tomá-lo nos braços, dando um beijo rápido em seus lábios. Ele adotou um tom imparcial para perguntar gentilmente.

— E você não pode deixar tudo isso para Dumbledore?

Harry hesitou brevemente, antes de ficar sombrio, um lampejo de culpa cruzando suas feições.

— Não posso... simplesmente virar as costas assim. Quero dizer, imagine que houvesse uma maneira de acabar com isso, ao seu alcance. EU…

Draco assentiu tristemente. Ele entendeu Harry perfeitamente e o interrompeu, falando suavemente.

— Você não precisa se sentir culpado, mas eu sei... que você vai querer fazer o seu melhor para ajudar. Foi... Acho que eu estava esperando egoisticamente que pudéssemos aproveitar a vida, escondidos aqui, seguros, sabe? É... bom estar com você.

Harry soltou uma risada curta, aninhando-se ainda mais nos braços de Draco.

— É muito bom. E você deve pensar que sou estúpido... quero dizer... tenho a oportunidade de virar as costas para tudo isso e...

Draco o interrompeu com um beijo, decidindo que era uma forma particularmente eficaz de calá-lo. Ele puxou a cabeça para trás com um sorriso satisfeito, olhando para Harry. Ele balançou sua cabeça.

— Harry, eu te conheço, eu sei quem você é. Claro que você vai continuar, porque é assim que você é. É sua obrigação fazer o seu melhor para salvar a todos. Droga… você fez de tudo para me salvar quando nos odiávamos!

Depois de um suspiro cansado, Harry encolheu os ombros.

— Não é só... isso. Ainda tem a profecia. Imagina que isso é verdade? Que sou realmente a única pessoa que pode... detê-lo?

Draco encolheu os ombros, com um sorriso zombeteiro.

— A profecia já está errada. Você não está sozinho, eu estou aqui. Eu vou te ajudar, não importa o que você diga.

Harry piscou, visivelmente abalado pela declaração calma de Draco. Ele abriu a boca e fechou-a imediatamente. Por fim, ele ficou levemente rosado e se afastou dele, saindo da sala para ir para a biblioteca, confuso.

Draco imediatamente o seguiu, sem dizer mais nada, não conseguindo evitar um sorriso. Às vezes Harry atacava precipitadamente, sem parecer sentir o menor constrangimento em ir até ele e beijá-lo. Outras vezes, qualquer coisa o assustava, ele parecia hesitante e terrivelmente tímido. Vindo de qualquer outra pessoa, ele teria imediatamente pensado que era uma forma de zombar dele ou de humilhá-lo. Mas ele confiava em Harry. Desde que acordou na enfermaria, ele tinha toda a confiança no moreno, por incrível que isso possa parecer...

O jovem sacudiu a cabeça e acelerou para alcançar Harry, pronto para passar mais um dia imerso em livros velhos e empoeirados em boa companhia.

****

Embora ele parecesse confiante quando respondeu a Draco, Harry pensou na conversa deles. Ele gostou particularmente do fato de Draco deixá-lo fazer suas próprias escolhas sem tentar pressioná-lo. Ele tinha acabado de aceitar sua decisão e o seguiu sem tentar dissuadi-lo... e ainda assim Draco teria motivos para se recusar a ajudar o mundo mágico. Afinal, ele era visto como um Comensal da Morte e Dumbledore não tentou esconder o fato de que queria trancá-lo em algum lugar...

Se quisesse ser honesto, teria que admitir que sua decisão não se devia a um complexo banal de herói. Muitos o viam assim, como um menino disposto a se sacrificar pelos outros, mas não imaginavam que a realidade era muito mais sombria.

A verdade é que Harry queria vingar seus pais e seu padrinho. Cedrico Diggory também, por toda a culpa de ter se oferecido para pegar a taça ao mesmo tempo que ele, o que levou o Lufa-Lufa à morte.

Harry queria destruir Voldemort porque o Bruxo das Trevas o privou de seus pais e de uma vida feliz. Ele queria ter certeza de neutralizá-lo para que ele nunca pudesse atacar Draco ou seus dois melhores amigos. Ele não queria saber de outra morte, uma que ele poderia ter evitado.

Porém, a oferta de Draco de ficar longe da ação, de ficarem juntos escondidos do mundo, na casa de Sirius, foi atraente. Provavelmente poderiam limpar a casa e melhorar a decoração. Fazer daquele lugar o seu ninho seguro. Eles seriam felizes nesta casa. Eles poderiam fazer magia lá livremente, já que era uma casa bruxa protegida e o rastro não os detectaria lá. Afinal, havia um elfo morando lá e ninguém saberia a diferença entre a magia deles e a de Monstro.

Promasse de Sang ( Tradução )Onde histórias criam vida. Descubra agora