Capítulo 36

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Harry murmurou, depois de alguns momentos, seu olhar ainda vago.

— Sirius... ele era capaz de qualquer coisa, eu acho. Ele desafiou sua família, foi o primeiro negro a ser selecionado para a Grifinória... Ele... ele foi enviado para Azkaban por engano e escapou...

Vendo o Grifinório prestes a chorar ao falar sobre esse padrinho que ele tanto amava, Draco o pegou nos braços e o abraçou. Ele não era de consolar os outros e não sabia o que dizer para acalmá-lo. Ele poderia simplesmente oferecer sua presença silenciosa a Harry, mostrar-lhe que não estava sozinho.

Harry aninhou-se contra ele, uma mistura perfeita de força e fragilidade. Esse adolescente parecia prestes a desmoronar, exalando tristeza, mas estava pronto para ir para a guerra, sozinho, sem o menor medo. Ele estava pronto para desafiar o mago das trevas que arrastou o mundo mágico para uma guerra mortal, só porque queria proteger aqueles que amava. Draco balançou a cabeça gentilmente, então suspirou antes de objetar.

— E você pode me dizer como planeja deixar Hogwarts? Não tenho certeza se nosso querido diretor abriria os portões assim...

Ao ouvir essas palavras, Harry ergueu a cabeça e o brilho travesso que Draco tanto amava passou para seus olhos, afugentando a tristeza por um momento. Ele piscou para ele, fazendo o sonserino de repente querer beijá-lo...

Eles foram interrompidos na conversa pela entrada de Madame Pomfrey. Este último deu-lhes um sorriso gentil e agitou-se pela enfermaria, separando os frascos de poções enquanto fazia anotações e se certificava de que os leitos estavam prontos para receber possíveis pacientes.

Draco gemeu levemente, preferindo os momentos em que estava sozinho com Harry. Obviamente, ele não pretendia admitir porque parecia uma fraqueza. Ele aprendeu desde muito jovem que precisava esconder cuidadosamente suas fraquezas e esse era um ponto da educação de seu pai que ele nunca questionou.)

Ao ver a enfermeira vindo em sua direção, Draco ficou tenso, cheio de um mau pressentimento. Ele se forçou a não demonstrar seu medo — até mesmo seu terror — agarrando-se a Harry e rezando para que ele estivesse errado...

****

A tristeza que invadiu Harry com a menção de seu padrinho, com a menção da morte de Sirius, dissipou-se um pouco graças a Draco. Era estranho que seu novo amigo — ex-rival — fosse um dos únicos que conseguia alcançá-lo quando ele estava se sentindo mal, para trazê-lo de volta de seus pensamentos sombrios.

Quando Draco lhe perguntou como sair de Hogwarts, Harry lançou-lhe um olhar brincalhão, com um pequeno sorriso divertido. Quando viu o sonserino o encarando por um longo tempo, suas pupilas dilatando conforme ele aproximava o rosto dele, ele sabia que Draco iria beijá-lo. Harry ficou parado, deixando-o fazer isso. Ele queria puxá-lo para perto e abraçá-lo, ou talvez apenas acariciar sua bochecha. Mas deixar Draco fazer isso literalmente o incendiou e ele esperou, com o coração batendo, ansioso para sentir seus lábios se encontrarem. Ele tinha certeza de que suas pupilas estavam tão dilatadas quanto as do sonserino, demonstrando seu desejo. )

A chegada da enfermeira o frustrou profundamente e se ele confiava no olhar sombrio de Draco, ele não era o único que queria um pouco de solidão para continuar a conversa e poder se aproximar livremente. O rosnado do sonserino o fez querer agarrá-lo e beijá-lo de qualquer maneira, ignorando a audiência. Ele estava procurando um bom motivo para não ceder quando sentiu Draco tenso contra ele.

Harry imediatamente esqueceu todos os pensamentos agradáveis ​​sobre beijos e abraços e se concentrou em Draco. Um brilho de terror brilhou nos olhos cinzentos e Harry franziu a testa, sem entender. Ele apenas se sentou, totalmente atento ao que estava ao seu redor, agarrando-se a Draco e tentando descobrir o que havia assustado seu companheiro.

Quando Madame Pomfrey parou na ponta da cama, com o rosto sério, Harry relaxou por um breve momento. Ele a conhecia há tempo suficiente para confiar nela e saber que ela se preocupava acima de tudo com a segurança dos estudantes, independentemente de suas casas. Entretanto, ele não precisou olhar na direção de Draco para perceber que seu medo repentino vinha da expressão triste da enfermeira e ele estendeu a mão para entrelaçar seus dedos.

Com os lábios franzidos, Madame Pomfrey observou a interação deles, atenta a cada gesto e a cada olhar. Ela assentiu brevemente como se estivesse tomando uma decisão e esfregou os olhos, parecendo exausta. Ela puxou uma cadeira para si e sentou-se na frente deles, com as mãos nos joelhos, entrelaçando os dedos. De cabeça baixa, ela suspirou, depois se endireitou e deu-lhes um sorriso breve e triste.

— Preciso falar com vocês, mas gostaria que ambos me ouvissem até o fim antes de reagir.

Ela olhou para Harry por um breve momento e o jovem corou levemente, entendendo que esse aviso era dirigido a ele. Afinal, ele era conhecido por suas reações quase instintivas e o assunto devia ser sério o suficiente para que ela antecipasse uma reação dele. Uma reação violenta.

Draco se aproximou de Harry, seu rosto fechado. Ele também tinha compreendido o significado das palavras da enfermeira e isso não acalmou os seus medos. Os dois meninos se uniram sem a menor hesitação, todas as brigas do passado esquecidas.

Madame Pomfrey balançou a cabeça levemente, antes de começar, uma careta irritada provando que ela realmente não gostava do que iria dizer.

— O Diretor Dumbledore deu certas ordens. Ele... exige que vocês se separem, não importa o juramento que tenham feito juntos. Minhas ordens são para colocá-los em quartos separados e trancá-los para que não possam ver ou ouvir uns aos outros.

Os dois meninos permaneceram em silêncio, mas a enfermeira podia sentir a magia deles se agitando, fortemente entrelaçada. Ela franziu os lábios e balançou a cabeça severamente, visivelmente irritada. Ela continuou, depois de alguns momentos, não sem notar que eles estavam se impedindo mutuamente de reagir.

— Obviamente, acho o método dele um pouco... drástico demais, seja qual for a situação. Quero dizer... vocês inconscientemente realizaram um antigo ritual mágico e não sabemos as reais consequências. Percebi o quão próximos vocês estão de repente e essa necessidade quase constante de estar em contato um com o outro. Acho que esta separação brutal pode ser semelhante a... tortura.

Promasse de Sang ( Tradução )Onde histórias criam vida. Descubra agora