A enfermeira fez uma pausa para lhes dar um sorriso gentil, provavelmente para minimizar suas últimas palavras.
— Não vou dizer que estou surpresa em ver vocês grudados assim. Todos esses anos de busca constante de ambos os levaram a este resultado... Não é a primeira vez que vejo adolescentes se odiarem e depois caírem nos braços um do outro. Seus pais, Sr. Potter, são um exemplo perfeito.
Harry corou e Draco fungou, tentando não demonstrar seu constrangimento. Ele olhou para o Grifinório e notou seu sorrisinho bobo e cativante. Madame Pomfrey recuperou a seriedade com uma careta desolada.
— Bom. Ouvi a forma como o diretor falou com vocês mais cedo e só posso desaprovar sua brutalidade. Quaisquer que sejam as razões, ele tende a esquecer que vocês ainda são crianças e não soldados sob seu comando — Ela aproveitou o tempo para observá-los e depois continuou com um meio sorriso — Professor Snape veio me ver para conversar sobre isso. Ele parece ter reconsiderado suas posições e é da minha opinião - Desde o princípio - de que é melhor mantê-los juntos. Quem sabe o que uma separação repentina pode causar em um ou outro! Sem mencionar o perigo que paira sobre você, Sr. Malfoy…
Harry estava com os olhos arregalados, surpreso que o único apoio deles viesse do professor que mais o odiava. Pomfrey continuou, ignorando seu espanto.
— Professor Snape parece convencido de que você tem uma ideia na cabeça, que envolve escapar do olhar do diretor.
Os dois garotos trocaram um olhar tenso e Harry abriu a boca, procurando algo para dizer, para se explicar. No entanto, a enfermeira levantou a mão.
— Se for esse o caso, não quero saber. Ele me disse para informá-los que o diretor estará ausente de Hogwarts esta noite e que um elfo pode facilmente trazer algumas roupas ou pertences pessoais de seus baús. Porém, nem ele nem eu poderemos ajudá-los a sair da escola... Severus, o professor Snape está convencido de que isso não será um problema e... acreditem, jovens, eu preferiria ignorar tudo isso. De minha parte, só lhe perguntarei uma coisa: vocês estarão seguros?
Harry e Draco trocaram um longo olhar, então Harry assentiu lentamente, sem tirar os olhos do sonserino. Acima de tudo, ele esperava tranquilizar o seu camarada.
— Sim Madame. Estaremos seguros. Ainda mais do que aqui, dadas as intenções do Professor Dumbledore.
A enfermeira passou a mão trêmula pelo rosto e exalou, parecendo derrotada.
— Que tempos difíceis! Nunca pensei que experimentaria esse tipo de coisa. Hogwarts deveria ter permanecido um santuário para todas as crianças... e em vez disso, encontro-me presa entre as escolhas do diretor e o que o bom senso dita... dou por mim a sugerir que dois alunos menores de idade abandonem a escola no meio da noite. ir sabe Deus para onde…
Harry abaixou a cabeça desconfortavelmente. Ele suspirou e encolheu os ombros.
— Sinto muito, senhora. Mas eu prometi a Draco que iria protegê-lo e se o Professor Dumbledore o entregar ao Ministério como planejou, ele será morto... eu...
Pomfrey rapidamente se levantou e se aproximou de Harry para colocar a mão em seu ombro e apertá-lo suavemente.
— Isso não foi uma crítica, Sr. Potter. Longe disso. Gostaria de ajudá-lo ainda mais, mas infelizmente não há mais nada que eu possa fazer.
Harry assentiu, seus olhos brilhantes e sua garganta apertada demais para responder. Entendendo a emoção dele, foi Draco quem falou, com uma voz suave e incomum para ele.
— Você já fez muito por nós, senhora.
A enfermeira Pomfrey apertou seus ombros mais uma vez, depois deixou para eles uma pequena sacola contendo algumas poções de primeiros socorros, querendo ajudá-los da melhor maneira possível.
Suas roupas também estavam à sua disposição, limpas e bem dobradas.
****
Harry se aproximou de Draco e segurou seu rosto com as mãos, olhando em seus olhos. Draco engoliu em seco e sentiu suas bochechas ficarem rosadas sob o olhar intenso de Harry. Este último murmurou, terrivelmente sério.
— Você está pronto?
Draco nem sequer hesitou. Ele assentiu lentamente, adorando a sensação das mãos quentes de Harry em seu rosto. Harry mordeu o lábio, algo em seus olhos dizia ao sonserino que ele tinha dúvidas. Draco o conhecia bem o suficiente para saber que Harry estava preocupado com ele... com os riscos que eles correriam e que poderiam machucá-lo.
Draco gostaria de poder tranquilizá-lo, jurar que sabia no que estava se metendo, mas sua garganta estava apertada. A proximidade deles, o contato deles e o olhar de Harry o intoxicaram, privando-o da fala.
Harry continuou, num sussurro, deixando transparecer sua preocupação.
— Você sabe que se sairmos daqui não haverá volta até o fim da guerra? Estaremos sozinhos, sem apoio.
Draco franziu a testa e agarrou os pulsos de Harry, seu olhar assumiu a dureza do aço. Ele estava determinado quando respondeu, destacando cada palavra.
— Potter, eu sou um garoto crescido. Não sou estúpido e entendi perfeitamente o que isso implicava. Eu estou contigo.
Eles se entreolharam com cautela, como sempre faziam antes das brigas. Desta vez, porém, quando a tensão se tornou excessiva, eles de repente se moveram juntos com um suspiro agudo e se beijaram febrilmente.
Foi um beijo áspero e faminto, resultado do estresse que enfrentavam e do medo do futuro. Draco soltou um dos pulsos de Harry para colocar a mão em suas costas e puxá-lo para mais perto, arrancando dele um gemido de surpresa.
A ansiedade deles gradualmente se acalmou, o beijo tornou-se menos desordenado e mais terno. Finalmente, seus lábios se separaram e eles ficaram próximos um do outro, ofegantes, abraçados com força.
Harry finalmente sorriu, seus olhos mais brilhantes do que nunca, e algo no estômago de Draco se revirou ao perceber o carinho que sentia por seu companheiro imprudente, ele pigarreou, temendo que Harry decidisse falar sobre os beijos que haviam trocado até então.
— Talvez devêssemos… nos troca, certo?
Ele odiava sua voz trêmula e incerta, mas Harry não pareceu notar. Ele assentiu e soltou Draco, quase relutantemente. Este último lamentou imediatamente a perda do contato e se virou para esconder sua angústia, agarrando a pilha de roupas que lhe pertencia.
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Promasse de Sang ( Tradução )
FanficApós a morte de seu padrinho, Harry afunda. Ele se afasta de seus amigos para protegê-los e perde a confiança em Dumbledore por causa de suas omissões. Até que um antigo ritual é acidentalmente realizado, mudando a vida de Harry... ▷► ESSA HISTÓRIA...