Promasse de Sang ( Tradução )

Capítulo 59

Draco não pôde deixar de olhar periodicamente para seu braço, como se quisesse ter certeza de que não estava sonhando.

Harry estava perdido em pensamentos, o futuro de repente parecendo muito mais brilhante para ele. De repente ele pulou enquanto Draco falava com ele.

— E agora ?

Harry suspirou e esfregou o rosto, contendo um bocejo cansado. Ele encolheu os ombros.

— Sugiro uma boa noite de sono, para começar. Amanhã... bem, veremos juntos.

****

Draco pareceu surpreso por ser incluído nos planos de Harry e deu um sorriso hesitante. Harry deu-lhe uma piscadela de conhecimento.

— Sinto que terei que lembrá-lo regularmente que um juramento de sangue nos torna camaradas de armas. Companheiros, como iguais.

Dessa vez o sonserino permaneceu em silêncio, não confiando na resposta de sua voz. Harry estava dando a ele mais do que ele poderia esperar. A simples ideia de que o jovem confiava tanto nele, a ponto de considerá-lo um igual, já fazia sua garganta apertar.

Draco puxou Harry para perto dele para ir para a cama, então se juntou a ele com um suspiro, certo de que não conseguiria dormir, não com todas essas mudanças repentinas.

Porém, assim que esteve nos braços de Harry, ele adormeceu em paz.

****

Ao acordar, Harry precisou de alguns segundos para lembrar de tudo que havia mudado em sua vida.

Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se completamente descansado. Melhor ainda, ele se sentiu em paz.

Ele permaneceu imóvel por alguns momentos — Draco ainda dormia contra ele — saboreando a normalidade que ele desejou durante toda a sua vida. Acordar em paz, sem pesadelos, perto de alguém que era importante para ele. Abrir os olhos e pensar no futuro. Até agora, toda a sua mente estava focada na ameaça representada por Voldemort. A partir de agora, novas perspectivas se abriram para ele.

Claro, Harry sabia que ainda tinha um papel a desempenhar, mas esta primeira vitória ofereceu-lhe alguma esperança bem-vinda. Ele não iria deixar o mago das trevas escapar impune tão facilmente, especialmente porque Draco provavelmente seria um alvo prioritário.

Harry sentiu Draco se espreguiçar ao lado dele e sorriu, apenas murmurando um carinhoso 'olá'. O sonserino bocejou e murmurou uma resposta, virando-se para se apoiar nele. No segundo seguinte, ele pulou e sentou-se abruptamente com uma careta, o braço esticado à sua frente.

— Não foi um sonho?

— Não — Harry riu, balançando a cabeça  — Você está livre!

Draco quase se lançou sobre ele com uma risada escandalosa e o beijou sem jeito, seus olhos brilhando. Sem a menor hesitação, Harry retribuiu o abraço, percebendo que não poderia viver sem seu companheiro. Eles não questionaram seu relacionamento, não tentaram descobrir o que significavam um para o outro, mas Harry já sabia que não poderia se afastar dele tão facilmente.

Harry suspirou e sentiu-se incapaz de resistir a beijar Draco mais uma vez, apenas um beijo curto e rápido. Ele lembrou que não tinha gostado muito de beijar Cho no ano anterior e achava que trocar beijos com outra pessoa não era tão agradável quanto algumas pessoas faziam parecer. No entanto, ele reconsiderou sua opinião. Ele não conhecia nada melhor do que trocar beijos com Draco Malfoy.

Harry sorriu para o sonserino, seu coração inchando de felicidade.

— Café da manhã ?

Draco gemeu, bocejou e choramingou, com um meio sorriso nos lábios.

— Estou cansado... Todo dolorido...

— Isso é uma forma de me pedir café da manhã na cama? — Harry ergueu uma sobrancelha zombeteira.

Draco corou e arregalou os olhos, assumindo uma aparência falsamente inocente.

— Se fosse esse o caso, funcionaria?

— Pode funcionar, se você for bom — Harry encolheu os ombros, parecendo travesso.

Draco começou a rir, mas Harry teve tempo de vê-lo corar um pouco mais. O jovem começou a rir também antes de agarrar a mão de Draco para forçá-lo a se levantar.

— Vamos, tome um banho quente para relaxar os músculos enquanto eu vou cozinhar.

Draco grunhiu superficialmente antes de parar na porta.

— E você ? Você não precisa... bem, você não sente mais dor?

— Algumas dores, nada de mal — Harry encolheu os ombros — Não foi a primeira vez que tive esse tipo de coisa, acho que já estou acostumado.

Draco piscou, seu sorriso desaparecendo rapidamente. Ele voltou para Harry e afastou o cabelo da testa para revelar o que restava da famosa cicatriz. Ele sussurrou, sua voz cheia de emoção.

— Então é bom que você não vai mais precisar passar por isso.

O jovem traçou o flash quase invisível com a ponta do dedo, apenas um toque que fez Harry estremecer, antes de se virar e sair do quarto para ir ao banheiro.

Harry ficou ali por um momento, olhando fixamente, então suspirou e foi para a cozinha, perdido em pensamentos.

Não é novidade que Monstro estava presente. Harry sorriu e cumprimentou-o, antes de agradecer por ter trazido algo para comer no dia anterior. O velho elfo encolheu os ombros, mas ficou na frente de Harry, franzindo a testa.

— Mestre Harry conseguiu remover a Marca Negra do Sr. Draco.

Harry piscou, surpreso com a afirmação silenciosa do elfo. Ele assentiu, incapaz de parar de sorrir.

—  Sim. Draco está livre agora. Ele não pode ser ferido por... Voldemort.

Monstro parecia satisfeito. Ele permaneceu em silêncio por alguns segundos e depois continuou.

— Mestre Harry é mais poderoso que o bruxo das trevas.

Harry hesitou brevemente, sem saber onde a criatura queria chegar com isso. Contudo, o elfo continuou, pensativo.

— Muitos anos atrás, Monstro prometeu ao Mestre Regulus que faria algo importante. Foi o último desejo do Mestre Regulus e Monstro tentou. Tente novamente. Mas Monstro falhou. Talvez Mestre Harry pudesse ajudar Monstro a ser um bom elfo?

Um arrepio percorreu Harry, enquanto ele ouvia Monstro com atenção. Foi como uma premonição e ele prestou total atenção, a excitação correndo por suas veias ao sentir que algo importante estava acontecendo naquele momento.

Ele olhou Monstro nos olhos e assentiu lentamente.

— Claro. Eu te ajudarei se puder, Monstro. Tenho certeza de que Regulus sabia o quanto você era dedicado a ele.