CAPÍTULO FINAL

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 Os olhos arregalados de Alex primeiro identificaram a figura estranha e encurvada no canto da sala observando tudo, depois buscaram o verde dos de Lena em busca de alguma coerência.

— O que você fez?

— O que você iria fazer assim que abrisse aquela porta. — Lena fungou.

Alex queria muito socar alguém, mas as lágrimas vieram antes que pudesse segurá-las, estava tão cansada de chorar. Contudo, era sua irmã quem estava naquela cama, sem vida.

— Guarde suas lágrimas Alex porque isso ainda não acabou. — Lena disse sucinta. —Eliza. — Chamou a mulher que olhava estática para o corpo inerte de sua filha caçula do coração. Em suas mãos estavam dois copos fumegantes, um deles era um café para a própria e o outro, um chocolate com marshmallows para Kara. — Eliza olhe para mim. — Tocou o ombro da mulher mais velha o que a forçou seus olhares se encontrarem.— Ouviu o que eu disse? Isso ainda não acabou. Cuide dela até que eu volte está bem? — Limpou uma lágrima que escorria no rosto da mulher em choque. — Preciso que acene se entendeu. — Eliza anuiu automaticamente ainda em choque. — Me leve até Ral Jordan.

Pediu com uma calma discrepante ao que o momento pedia, e ao desespero que exalava algumas horas atrás.

A diretora do DEO a olhou tomando nota de que talvez ela estivesse ficando louca. Mas ao ver a ausência do luto nos olhos esmeraldas, se perguntou se ela havia por fim encontrado a luz no fim do túnel que tanto procurava ou se havia sucumbido a loucura. Optou pelo primeiro.

O desespero leva as pessoas a fazerem e sentirem coisas engraçadas. Foram apenas alguns segundos, mas Alex desconfiou que a mulher que entrara naquele quarto, não era a mesma para o qual estava olhando naquele momento. 

Enquanto era guiada pelos corredores do DEO, Lena via cada um dos momentos mais importantes de suas duas vidas passarem sua cabeça. Dificuldades sem dúvidas existiram, e houveram momentos em que a solidão atingiu pontos tão profundos dentro de si, que achou talvez nunca ser capaz de supera-los e se erguer em busca de sua felicidade. Sorriu brevemente ao se lembrar no exato momento em que ela viu pela primeira vez aquele sorriso ensolarado, o brilho daqueles olhos azuis que sorriam igualmente para ela, fosse na primeira vez que a viu como CEO em sua sala ou quando aquele brilho vermelho furioso e ocasionalmente fofo a salvou em uma viela escura. 

Preto e branco eram as cores que definiam a sua vida antes de conhecer Kara Danvers Zor-el, Contudo, ver aquele sorriso mais brilhante que uma supernova, foram como se cada uma das cores existentes e as que ainda não foram descobertas, colorissem sua vida.

Conhecer Kara, trouxe a Lena Luthor um fôlego suave e fresco, como aqueles em que você respira após resolver ir acampar ao ar livre. 

Kara tinha sabor das coisas mais deliciosas e boas de sua vida.

— Ele está aqui. — Apontou para a porta estérea. — Lena, ele está em coma o que você quer com ele?

— Confie em mim, Al.

Os castanhos se abriram e Alex sentiu-se ofegar ante ao apelido vindo dos lábios de sua antiga amiga, e que fora conseguida a duras penas e muita implicância. 

E ouvindo aquele apelido e olhando bem fundo nas esmeraldas, a ruiva ofegou ao ver o vislumbre da amiga que havia enterrado meses atrás. Já havia vivido e experenciado coisas demais para chegar em uma porta impossível e ainda parar para se perguntar a lógica dela. Aquela mulher de alguma forma era a sua amiga, Lena. A sua Lena.

— Lena. — Sua voz saiu como um sussurro e seu coração errou a batida por um segundo ao ver a outra sorrir torto, de forma que só sua melhor amiga e melhor Luthor, saberia sorrir.

A lanterna Vermelha - REPOSTOnde histórias criam vida. Descubra agora