Capitulo 1 - O começo Parte IV

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Lá vamos nós...


Quando a mão trêmula de Lena Luthor escorregou do rosto da heroína e pendeu sem vida. Kara arregalou os olhos e engasgou prendendo a respiração. Ela também queria parar de respirar. Estava em choque.

Kryptonianos, por culpa da Matriz que havia em seu planeta, só tinham um parceiro biológico por toda sua existência, compatível, e por isso, só amavam uma vez na vida.

Kara segurava o corpo inerte contra si agarrando-se a ele como quem se agarra a uma tábua da salvação, cultivando alguma esperança quando seu navio estava afundando. Mas quando seus pulmões de Super imploraram por ar após um tempo... Kara sentiu as orbes azuis se aquecerem, fechou os olhos tentando impedir a explosão que viria mas era impossível negar a dor que rasgava seu peito e dilacerava seu coração.

O silêncio ensurdecedor que agora habitava o peito de Lena, fez seu próprio coração se partir em milhões de pedaços. 

Porque assim que Lena deu seu último suspiro, Kara havia perdido uma parte da sua alma.

O calor era demais, a dor era demais, então sem escolha, Kara Zor-El ergueu os olhos aos céus e suas orbes explodiram em um azul cegante, foi então que ela aspirou finalmente o oxigênio e gritou junto com sua explosão ocular.

Kara gritou sua dor para as estrelas. 

E seu lamento poderoso ecoou por toda a galáxia, fazendo planetas inteiros tremerem e vibrarem em resposta a sua agonia...

Os olhos da pequena Danvers escorregaram para o amor de sua vida que agora navegava sob a luz de Rao. E gritou novamente a angustia, a dor e a agonia que a rasgava de dentro para fora.

Kara desceu perdendo altitude em reflexo a sua decadência enquanto chorava tentando expurgar a dor que se espalhava por todo seu corpo, e quando a sola de suas botas finalmente tocaram o chão, ela caiu de joelhos. Não era apenas emocional. Perder Lena lhe causou uma dor física tão tangível que ela sentia literalmente seu peito pesar e seu musculo cardíaco contrair de forma anormal.

E Kara teve certeza naquele instante, de que poderia sim, morrer de tristeza.

Em meio a seus gritos de dor e desespero que ela sentiu novamente algo repuxar em seu peito agora com mais força. E e o auge foi alcançado quando ela ouviu novamente voz do causador daquela tragédia ressoar em sua cabeça.

 Eu te avisei criança... Avisei que arrancaria seu coração e o tomaria para mim. Agora você e todo esse planeta me pertencem!

Foi então que a dor no coração da heroína desvaneceu e deu lugar a outra coisa....

A mais pura raiva.

E um brilho vermelho que aguardava seu momento chegar, piscou uma luz bruxuleante bem na frente dos seus olhos. Ele parecia chama-la.

Sem palavras ele conseguiu alcançar a mente frágil e cega pelo ódio da kriptoniana fazendo-a ver que se o tomasse para si, ela teria sua tão almejada vingança.

Kara ergueu a mão sem pensar, estava hipnotizada pelo canto doce do anel vermelho. Seu coração latejava dolorosamente pela sua perda.

"Eu posso acabar com essa dor, apenas faça o juramento..."

Ele cantou seduzindo sua mente.

"Faça o juramento, e eu serei seu..."

Com a mente fraca, enevoada e sem a sua lucidez perfeita, Kara foi seduzida facilmente pelos encantos do anel, e inesperadamente, seus lábios começaram a se mexer sozinhos enquanto sentia o anel se encaixar em seu dedo como ali fosse seu lugar desde sempre.

A lanterna Vermelha - REPOSTOnde histórias criam vida. Descubra agora