Capítulo 2 - Salvadora?

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No alto do céu de outra Terra, o ar se abriu com bordas distorcidas e cuspiu uma massa raivosa de preto e carmesim. 

Kara, sob a forte influência de seu anel do Lanterna Vermelho, rosnou para o portal pelo qual foi enviada e gritou sua fúria flamejante em direção a ele.

O portal se fechou com um inofensivo 'bwoop! ' Que deixou Kara presa em uma terra diferente da dela. Ela apertou os olhos por trás da máscara carmesim, olhando para a cidade. Havia tantos sons e cheiros irritantes para seus sentidos super estimulados.

Ela estava pronta para incinerar todo o maldito lugar no chão quando as batidas de um coração único atraíram sua atenção. Kara fechou os olhos e aspirou profundamente o oxigênio ao redor, grunhiu quando um cheiro familiar atingiu seu nariz.

Morangos selvagens!›

Os olhos de Kara se arregalaram em choque, a pequena parte lúcida dela lutando contra seus impulsos primitivos reconhecendo o cheiro. Faziam anos que ela não sentia aquele cheiro. Cinco, para ser mais exatos.

Lena! Kara choramingou feliz, aquele aroma delicioso entorpecendo seus sentidos.

Por que aquele portal maluco distorceu o tempo e o espaço, causando uma fenda em que a pequena Danvers ficou presa, da mesma forma que os 24 anos em que ficou refém da zona fantasma. Cinco anos presa naquele maldito vórtice. Ela iria matar aquele duende na próxima.

Kara grunhiu respirando aliviada, era bom sair daquele pesadelo maldito, outra vez.

Com um estalo no ar, Kara disparou em direção à fonte do perfume caro e os conhecidos morangos selvagens, como um raio vermelho no céu estrelado.

***

Ela deveria ter pegado um táxi ou pedido a Roy uma carona clandestina. 

Maldita hora para brigar com seu irmão e mais ainda, ter que aturar as birras dele. Foi um pensamento que veio tarde demais quando Lena subiu apressadamente as escadas. Ela podia ouvir o grupo de homens atrás dela. Cinco deles, e quase todos bem além da sobriedade exigida.

Depois de um encontro sem graça, Lena estava no piloto automático quando ela pegou o metrô de volta. Algo que lamentou quando duas paradas, o grupo de bêbados entrou.

Se algum dia alguém fizesse uma pergunta absurda tipo: Sozinha a noite, se tivesse que escolher entre estar na companhia de um Urso ou um homem, quem ela escolheria?

Sem dúvida alguma seria a porra de um Urso!

Ela os ignorou na maior parte do tempo, desejando que tivesse trazido seus fones de ouvido junto, no entanto planejava apenas pegar um táxi para voltar para casa o mais rápido possível, mas o metrô em que estava havia chego primeiro. Poderia ter sido apenas coincidência os homens terem subido a bordo, mas houve muitos olhares e comentários obscenos em sua direção para que acreditasse nisso.

Na parada, seu apartamento estava a dois quarteirões de distância, e Lena descobriu que as ruas estavam vazias a esta hora da noite. Cara.. devia ter ouvido Roy, o motorista de sua família a levava para qualquer canto, sem que seu irmão Lunático soubesse. Enfiou a mão na bolsa, fechando os dedos ao redor da clava. Manteve um ritmo acelerado, na esperança de colocar alguma distância entre ela e o grupo sem fazê-los notar.

Lena realmente esperava que fosse uma coincidência, mas então ela ouviu um grito atrás de si.

— Ei, coisa gostosa. Espere. Queremos apenas levá-la para casa!

Lena diminuiu abruptamente. Tudo o que ela queria era correr para casa, mas não podia deixar esses caras verem onde ela morava. Endurecendo-se, deslizou a maça de sua bolsa, segurando-a na frente dela.

A lanterna Vermelha - REPOSTOnde histórias criam vida. Descubra agora