Capítulo 29 - Despedida

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Enquanto decolava, Kara mandou mentalmente pelo anel, instruções para Mxy. 

Respeitaria a vontade de Lena de acertar as contas e ir depois, mas queria uma garantia caso ela resolvesse ficar: Mxy sumiria com Lex. Lena poderia ficar brava, espernear o que fosse, mas Kara não estaria mais ali para protegê-la, e não arriscaria a segurança dela e de quem ela amava. Principalmente a irmã com uma bebê a caminho.

Com uma explosão de ar, elas rapidamente limparam o edifício mais alto e se ergueram no céu. Kara não protegeu Lena com o anel até que estivessem altas o suficiente para que o brilho carmesim parecesse nada mais do que uma estrela tênue do chão. Ela não estava acostumada com as constelações deste lado do mundo. Kara as moveu acima da linha das nuvens, onde até mesmo os aviões não se tocavam, construindo uma cama flutuante no céu abaixo delas.

Olhando para a cama carmesim translúcida, onde nuvens e seções da cidade abaixo deles podiam ser vistas, Kara deu a Lena uma piscadela atrevida.

— Sentindo-se corajosa? Devo colocar você no "chão"?

Lena se contentou em olhar ao redor e observar a paisagem, sem saber para onde olhar primeiro: para cima ou para baixo. A pergunta de Kara tomou a decisão por ela enquanto ela olhava com os olhos arregalados para sua namorada.

— A cama me manteria segura? — perguntou curiosamente, o coração disparado com o pensamento.

— Sim — respondeu Kara com confiança. Para demonstrar, Kara bateu na cama com o sapato, a ponta do pé afundando suavemente no cobertor brilhante e na cama.

— É inspirado na cama que eu tinha em Krypton. O tecido tem um toque muito acetinado. Pratiquei como fazer construções mais detalhadas e intrincadas durante meu treinamento. — Kara se abaixou até que seu peso estava totalmente apoiado no meio da cama.

— Eu vou sentar bem atrás de você apenas no caso de você estar preocupada com isso. — ofereceu com um sorriso.

— Eu confio em você. — Lena prometeu. Ainda estava com os olhos um pouco arregalados enquanto olhava para a cama virtual, mas deslizou dos braços de Kara, seus pés pousando na cama ao lado da outra.

Apesar de sua declaração, ela agarrou o braço de Kara enquanto tentava dar um passo para longe dela.

— Isso é tão estranho. — declarou com uma risadinha, apertando o braço de Kara.

A kryptoniana parecia orgulhosa de si mesma por ser capaz de encantar Lena com seus poderes de Lanterna Vermelha em vez de assustar sua namorada com eles. Kara ficou perto, embora tivesse certeza de que nada perigoso iria acontecer. Estava frio onde elas estavam e o ar estava muito mais rarefeito, mas isso também significava que Kara tinha muito tempo para pegar Lena se ela caísse sobre a cama flutuante. Ainda assim, manteve um ouvido atento sobre os sinais vitais de Lena. No momento em que parecia que sua namorada estava lutando com a altitude, as levaria de volta ao solo.

Flutuaram lentamente no ar com as estrelas brilhantes acima delas no céu escuro e um mar de nuvens prateadas abaixo delas. Lena estava linda ao luar, um momento verdadeiramente digno de uma tela. 

Ela mal podia esperar para fazer uso daquelas tintas que nunca chegou a tocar.

— Você prefere um tapete mágico? — Kara brincou, sorrindo com indulgência para Lena.

— Oh, não! — disse Lena instantaneamente. — Se vou fazer isso, voar em uma cama é o caminho mais seguro a percorrer. — Ela riu e apertou o braço de Kara antes de soltar. 

Ela deu outro passo cuidadoso para longe da segurança fornecida por Kara, olhando para a forma como seus pés pareciam pairar sobre nada além de uma camada translúcida avermelhada.

A lanterna Vermelha - REPOSTOnde histórias criam vida. Descubra agora