Capítulo 36 - A CEO e a Cientista

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Quando os verdes se abriram a princípio, Lena pensou que estava diante de um espelho, mas quando viu a outra sorrir tudo o que pode soltar foi um:

— Puta merda!

A CEO riu gostosamente em resposta.

— Eu sei. — Respondeu dando um passo a frente. — Faço das suas palavras as minhas. É realmente muito estranho.

A cientista sorriu e repetiu o gesto da outra, também se aproximando.

— Você está pronta? — A cientista perguntou.

— Você está? — A CEO rebateu com um olhar esperto e estendendo a mão.

A cientista olhou para a palma estendida e sem nem pensar, a puxou para um abraço.

De imediato ambas sentiram a conexão existente explodir e implodir dentro delas enquanto feixes de luz as envolviam. As duas gritaram sem se soltar pela quantidade exorbitante de informações e sentimentos que recebiam uma da outra, era uma ponte na qual a ambivalência da troca, era de mão dupla.

A CEO ofegou quando a primeira coisa que sentiu foi amor. 

Era como uma brisa fresca após uma chuva de verão, ou um manto quente, em uma noite fria de inverno. E o amor que sentiu era profundo, envolveu todo seu corpo como uma manta suave. Ela sentiu o amor da mãe biológica da cientista que era a mesma que sua. Mas o mais surpreendente, fora o amor recebido pela Lilían da realidade dela. Um lágrima solitária escorreu pela bochecha da CEO ao sentir cada beijo, cada carinho e cada abraço gostoso que sempre sonhara em ter por toda sua vida. A CEO sentiu como era ser verdadeiramente amada por uma mãe pela primeira vez na vida e abraçou esse sentimento com todas as suas forças, sorrindo, pois sentia aquele sentimento acolhedor cuidar e curar cada ferida profunda sua, causada pela falta de afeto. 

Depois veio o medo, a CEO tremeu quando sentiu o medo da loucura de Lionel mas o que mais doeu, foi a traição de seu irmão, em levar para longe o amor materno recém descoberto. A CEO sentiu a raiva da cientista, escondida sob as camadas e mais camadas de medo e abandono. Sentiu a dor da outra ao ver a mãe sendo aprisionada dentro de uma clínica psiquiátrica e depois dentro da própria mente e corpo. A CEO sentiu o frio da insegurança se espalhar por todo seu peito e envenenar seu coração, e ela teve pena da cientista, em vê-la murchar com os anos, graças ao medo que Lex infringiu a ela. Foi penoso de ver em como um relacionamento abusivo e sufocante, era capaz de quebrar, destruir e esmigalhar a alma mais pura e bonita que existisse.

 E por fim, chorou o o âmbito da verdadeira alegria com a liberdade da mãe dela, que agora sentira como fosse sua própria mãe também.

Já a Cientista assim como a CEO, de igual modo recebeu toda a carga emocional de uma vez, a morte de sua mãe biológica que acontecera bem na frente de sua pequenina eu de cinco anos, e a culpa que ela carregou até o dia de sua morte. Toda solidão que sentira na mansão Luthor, a rejeição de Lílian e seu ‹amor› doentio. A cientista experenciou a magnitude do medo de cada provação que os Luthor a fizeram passar e o medo de cada atentado à sua vida até o pavor líquido no dia de seu último suspiro. Sentiu as dores físicas de cada tapa de Lex, de cada surra de lílian e a dor crua e tangível da indiferença de Lionel. 

A cientista gritou de dor quando sentiu sua pele ser retalhada milimetricamente pelas feridas talhadas no corpo da CEO por toda uma vida, resultado de cada joelho ralado, os tiros dos atentados, e os rasgos ás suas costas, conseguidos graças a freiras rígidas e maldosas no internato católico para garotas, que Lílian a havia posto. A Cientista lagrimejava de dor quando cada rasgo novo era talhado a sua pele, ao mesmo tempo que se curavam instantaneamente pelas dores e feridas restando apenas cicatrizes finas e profundas, inferidas de toda uma vida.

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