04- Visita infeliz.

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Elizabeth estava gastando seu tempo com coisas que sua mãe considerava demasiado improdutivas, ou seja,  jogando em seu telefone até que seu pai chegou da rua trazendo consigo alguns sacos das compras que recentemente havia feito, e uma animação exagerada para quem iria apenas cozinhar. Sua filha lhe perguntou o que era, e Anderson sem conseguir se conter disse  que faria um jantar especial para comemorar a vitória de sua esposa  no tribunal.

Aquela vitória era esperada, porém nova. Então, a menina se animou  com a iniciativa do pai, e logo se ofereceu para ajudar. Começaram a mexer nas panelas, aqui e ali ,  fazendo algum barulho que atraiu a atenção de Theo para a cozinha, que percebendo o que era feito, também ofereceu ajuda.

Então, disponíveis e com uma certa felicidade, estavam todos empenhados em fazer um jantar especial para Mariana.

Faziam meses que a mulher de longos cabelos cacheados estava incansavelmente trabalhando naquele caso,  tentando provar que a ex- esposa de um médico não havia cometido suicídio, mas sim que havia sido assassinada pelo próprio ex-marido, que após meses desfrutando de liberdade encontrava-se agora preso pelo homicídio.

Cortesia de Mariana de Almeida, a  mãe  e esposa daquela família.

- O que é isso? - Notando a pequena caixa de veludo preta em uma das sacolas sobre o balcão, Elizabeth perguntou ao pai. Seu dedo apontava, e seus olhos se mostravam curiosos.

- É para sua mãe. - Anderson respondeu sorrindo. - Ela merece, por ser uma mãe, esposa, profissional e pessoa incrível. - Falou de modo apaixonado fazendo a mais nova sorrir. Admirava o relacionamento dos pais, e imaginava como deveria ter sido desde o princípio. -  Queria dar para ela o mundo, mas como não consigo, vou dar o que estiver ao meu alcance. - Falou apontando para caixa que naquele momento, Elizabeth tinha em mãos.

Olhando para o pai, ela pensou que se um dia fosse se casar, queria que fosse tão doce e bonito quanto o casamento dos seus progenitores. Já Theo, desejou poder envelhecer ao lado de Kimberly.

- Tenho certeza que dona Mariana vai amar seu presente, Pai. - Theo comentou terminando a tarefa que havia se auto - designado: Pôr a mesa. Ele ainda estava estranho, mas ao menos já se comunicava mais do que estava fazendo pela manhã.

Sua irmã inteligente notou.

[...]

Com a pasta de trabalho em mãos, andamento confiante e sorriso cativante, a bela Mariana de Almeida adentrou o edifício espelhado em que trabalhava. Um passo após outro, adentrou o elevador. Em seu coração habitava uma chama de emoção pela vitória alcançada, e uma chuva de aplausos chegou ao seus  ouvidos quando pisou em seu andar.

Seus colegas estavam todos em pé, lhe aplaudindo e assobiando. Não era apenas pela vitória e porque isso lhe traria bons bônus, mas sim pelo que causava a vitória. Finalmente, justiça havia sido feita.

- Obrigado pessoal, realmente obrigado. Foi um duro caminho, mas aqui chegamos. - Comentou emocionada erguendo a mão que ainda continha a pasta do caso. Mas outra chuva de aplausos. - Mas vocês estão se esquecendo, e não deveriam esquecer que eu não trabalhei sozinha nisso. - Acrescentou quando se acalmaram os aplausos. - Afinal a polícia fez o grandioso  trabalho de investigação. Eu só fui atrás do que ninguém viu.- Disse por fim.

- Aceite a vitória. - Mariana ouviu alguém gritar. Ela riu sem graça abandonando a cabeça.

- É claro, eu estou imensamente feliz, afinal alcancei o qie queria.  - Esclareceu sorrindo. De longe, e antes que se afastassem, viu o olhar de desaprovação de duas mulher conhecidas...Uma era Helena Nava, sua amiga.

E a outra, Evelyn Fox. Uma colega com quem tinha uma desavença desde sempre, e que pareceu pior desde que ela pegou o caso que a ruiva tanto almejava. O olhar pesado de Evelyn podia ignorar, mas o da amiga não. 

O Segredo da Mentira.Onde histórias criam vida. Descubra agora