O Segredo da Mentira.

37- Ângela.

Sentando á mesa, Allarick não conseguia parar de sorrir. Olhava para as suas visitantes, e voltava a sorrir. A verdade era que sentia muito a falta delas...Com a mais nova ele falava quase todo dia, mas com a mais velha, fazia um tempo que não se viam.

- Eu acho que o Avy não está com fome. - Dona de uma voz meiga e olhos doces, Evangeline comentou vendo seu irmão distraído com algo que não era a comida a sua frente.Tinha quinze anos, e uma franja muito bonita. - Já que é assim, eu posso pegar o peixe? - Perguntou quando seu irmão lhe sorriu.

- Faça bom proveito. - Ofereceu Allarick. Havia chegado a casa, morto de cansaço, abriu a porta e qual não foi sua surpresa ao ver suas irmãs na casa. Evangeline estava com os auriculares a volta do pescoço, e sua irmã gêmea fazia o café da manhã.

Elas haviam chegado na noite anterior, bem dispostas a lhe fazer uma surpresa. Ele as abraçou, mas estava tão cansado, que resolveu descansar antes de lhes prestar mais atenção. Evangeline o acordou quando a mesa já estava quase pronta.

- Nada disso, ele precisa comer também. - Aline protestou. Ela havia sido a responsável pelo almoço. - Allarick, porquê está sorrindo desse jeito? Está pior do que eu quando me apaixonei. - Sua irmã comentou.

- Eu nem sabia que você estava em casa. E agora você está aqui, é por isso que estou sorrindo atoa. - Respondeu esticando a mão para segurar a sua. Aline a aceitou sorrindo de forma doce. - Eu senti saudades. - Acrescentou.

- Eu pedi para não te contarem, queria fazer uma surpresa. - Contou.

- Gostou? - Questionou a mais nova.

- É claro meu bem, eu adorei. - Allarick respondeu esticando a outra mão para acariciar o rosto dela. - Mas agora uma dúvida senhorita Evy, você não deveria estar na escola?  - Questinou com um ar mais sério que o normal. Evangeline encolheu os ombros.

- Fui suspensa, Avy. - Contou fazendo bico.

- Porquê? - Allarick se voltou para a Aline com um ar curioso. Avy, sua doce e pequena irmã não conseguia pronunciar seu nome quando era mais nova, ela errava sempre, então passou a lhe chamar assim. Cresceu, mas o hábito não morreu.

- Ela agrediu  algumas colegas. - Respondeu Aline. Allarick se voltou para a outra irmã com o tom de questionamento no olhar.

- Elas mereceram, por ficar falando coisas estranhas sobre o meu pai. - Se defendeu emburrando o rosto. Novamente Allarick se voltou para sua gêmea.

- Que história é essa? - Questionou nervoso.

-  Esqueça, são apenas boatos. - Sugeriu a florista. Seu cabelo descia até aos ombros, e as pontas estavam tingidas em vinho.

- Elas disseram que o meu pai tinha uma amante, por isso eu me irritei. - Soltou Evangeline. Como em uma brincadeira bem cansativa,  Allarick voltou o olhar para Aline.

- Para Rick, eu acabei de dizer que era um boato e você fica me olhando como se estivessem escondendo alguma coisa. - Sua irmã protestou. - O Tomas tem uma amiga que estava com problemas, então ele pediu ao nosso pai que a ajudasse.  Daí uma vizinha fofoqueira viu eles juntos, e pensou besteira. Só isso. - Esclareceu.

- Tomas, então ele está de volta? - Allarick perguntou com ar bastante sugestivo. Evangeline tentou não rir da cara de tédio que fez sua irmã. - Ou conhecemos algum outro Tomas? - Devolveu olhando para os lados, como se realmente não o interessasse.

-  Ainda é o mesmo Tomas. O meu marido, quem muito amo e para quem estou voltando. Agora, se você vir para cima de mim com comentários estranhos sobre como eu fui idiota lá atrás ao tentar me divorciar, eu vou embora. Não amanhã, mas hoje. - Aline ameaçou apontando o dedo.