35- Traidor desgraçado.

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Elizabeth estava sentada no banco do lado de fora da clinica quando viu Clara estacionar seu carro no mesmo lugar em que antes de ser removido, seu carro também estava estacionado. E ficou feliz ao ve-lá descer do veículo, pensando que seria bom receber um abraço apertado e palavras de consolo vindas dela.

Pensou em como tais palavras lhe fariam bem naquele momento, e em como relaxaria com a companhia após um dia tão estressante. Elizabeth perguntaria o que sua amiga havia feito, e depois contaria o quão desastroso foi seu dia. Seria bom, ela já imaginava o cenário.
Na verdade, Clara era bem melhor em consolar do que a morena, e também queria ficar perto dela.

Achava ser  coisa de melhores amigas.

- Como está dona Ana? - Clara perguntou parando a sua frente. Sem se preocupar com o frio, ela usava um regata, e não abandonava a ideia que teve antes. Estava sendo substituída.

- Ela está bem, provavelmente terá alta ainda hoje. - Contou Elizabeth. Queria muito que sua amiga a abraçasse antes de qualquer coisa. Mas como o mundo não era perfeito... - Tudo bem? - Questionou notando o quanto a outra estava  inquieta.

Clara fechou os olhos, inspirou e expirou. Saber como estava Ana,  e mais tarde, quando tudo parecesse melhor, chamar Elizabeth em algum canto para conversar, aqueles eram seus planos enquanto dirigia até lá, mas sua cabeça havia virado, e os planos mudado.

- Liz, há quanto tempo somos amigas. Nove anos, não é mesmo? - Não era uma pergunta, Elizabeth notou pelo tom e a expressão em seu rosto.

- O que foi? - Devolveu estranhando e muito seu comportamento. - Clara, você está bem? - Repetiu  preocupada. Porquê não haviam se falado o dia inteiro, porquê ela estava fazendo aquelas perguntas, e porquê parecia tão mal?

-  O que há com você? - Clara rebateu falando um pouco mais alto que o normal. Elizabeth ainda não entendia o que estava havendo.

- Como assim comigo, Clara? - Perguntou confusa.

- Sim, com você. Porque depois de todos esses anos, e tudo o que compartilhamos, você está me excluindo da sua vida, Liz. - Gritou em desespero.

- Do que está falando? - Procurou saber a filha de Mariana, alarmada se colocou em pé. O que fez para que ela pensasse assim? Elizabeth queria entender.

- De tudo Liz, e agora principalmente da Cléo. -  Clara voltou a gritar, alterada, recuou dois passos.

- Da Cléo? - E então Elizabeth chegou a conclusão de que não estava mesmo entendendo aquele comportamento. Talvez elas tivessem brigado, então teria uma explicação, ainda que razoável. Mas quando  elas brigaram?

- Antes eu sabia tudo e mais alguma coisa sobre você, estavamos sempre juntas,  como irmãs costumam estar. Mas agora... - Clara entortou a cara em total desgosto. - Parece que eu já não existo e para piorar, está colocando a falsa da Cléo no lugar. Você é uma traidora Elizabeth. - Soltou fazendo a amiga se  surpreender com o que ela estava dizendo. Não fazia o menor sentido. - Dona Ana acidentou, e para quem você ligou primeiro? Cléo. - Gritou mais uma vez.

- Hã? Mas o que você está dizendo? - Realmente, Elizabeth não conseguia acreditar nada do que estava ouvindo de sua melhor amiga. Depois do dia horrível que teve, ao invés de ser consolada, recebia pedradas.

-  Se Yara não tivesse me dito, provavelmente nunca ficaria sabendo o que aconteceu com a  Naninha - Alegou. - Por que faz isso Liz, sabe que me importo com ela.  - Acrescentou magoada. Elizabeth piscou pensando estar perto de resolver a situação.

- Acalme-se um pouco, nunca excluí e nem excluirei você da minha vida. - Pediu tentando acalmar sua amiga, ao mesmo tempo que tentava entender o que a deixou daquele jeito. Não podia ser só por não ter sido avisada, Clara  era consciente demais, então não faria tal coisa.- Foi tudo muito rápido, nem me lembrei de ligar quando aconteceu, mas eu iria ligar assim clareace. - Elizabeth argumentou em tom de desculpas.

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