26- Feriado.

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Clara e Cléo, ou eram muito estranhas, ou muito amigas para se manter zangadas. Porque em um momento estavam  quase se matando, e depois estavam se abraçando e conversando como se nada tivesse se passado. Para Elizabeth, eram duas crianças

Implicaram com o nome que  escolheu para o gato, mais a Cléo do que a Clara na verdade, e depois foram fazer mais pipoca a deixando sozinha com o gato. Elizabeth aproveitou para "brincar" com os candeeiros aromatizados que Clara havia colocado ali, comeu doces igual uma criança em feira antes que as amigas voltassem com as pipocas de chocolate  começando a cantaram músicas que ela não conhecia.

Sinceramente, ainda não conseguia entender a dinâmica entre as duas. Ou se amavam ou se odiavam, mas sabia que  precisavam se decidir

O trio assistiu a um filme, riram do final dramático antes que com muito esforço, Cléo convencesse as amigas para que lhes deixasse fazer marias - chiquinhas em suas cabeças.  Ela era astuta e conseguiu, então  contou que pretendia fazer uma viagem em algum momento, mas como sempre, Roo não era seu destino de eleição. Contou  também que queria rever as prioridades e objectivos.O que tinha muita relação com seu sonho de abrir um ateliê de moda.

Elizabeth  logo  ficou com a ideia de que ela queria "largar o De la rose", mas a morena garantiu que não pretendia lhes abandonar com a empresa tão cedo.  Cléo ainda implicou um pouco com o nome do gato, mas  Clara sendo Clara, logo se encarregou de lhe explicar que o gato era de outrem,  portanto esse
outrem que tinha a responsabilidade pelo nome escolhido... Deu certo já que Elizabeth não voltou a ouvir reclamações de sua parte.

Clara não tinha muito a ser partilhado, mas contou que embora amasse demais sua mãe , a convivência com ela  nos últimos tempos estava sendo muito difícil. A loira  disse também que as vezes  pensava em mudar de casa, mas nunca conseguia porque sua mãe era seu mundo. E se enchendo de coragem, contou que se por um lado sua mãe estava prestes a lhe levar a conhecer psiquiatras,  por outro, a relação com o pai estava melhorando.

Como boas amigas e fãs de uma boa relação familiar,  Cléo e Elizabeth  ficaram  felizes com a notícia.  E como não havia trabalho no dia seguinte, conversaram pelo  resto da noite,  sobre amenidades e planos para um  futuro não tão distante, até capotarem no  sono.

Já eram duas da manhã quando aconteceu, e dormiram na sala, em sacos de cama tal igual a um acampamento. Elizabeth dormiu abraçada ao seu novo amigo não humano, o Senhor Miau. Cléo tinha tapa olhos e Clara parecia um anjo adormecido.

- É feriado. - Energética, foi uma das primeiras coisas que Cléo disse assim que acordaram. Era o dia do heroi nacional em todo o pais de Agnês. Todas as cidades pararam, e  claro, Alura fazia parte do conjunto. - Então meninas, o que vão fazer hoje? -  Perguntou enquanto se  despediam a porta da casa de Clara. Por um motivo ou outro, não iriam passar o dia juntas.

- Vou cozinhar, porque já faz muito tempo desde a última vez que o fiz. E mais importante, vou passar o dia com mamãe. - Clara respondeu enquanto retirava uma mecha rebelde de seu rosto. As madeixas douradas estavam penteadas para trás, fixadas com um pouco de gel, apenas uma mecha rebelde se atreveu a tocar seu belo rosto.

- Naninha chega hoje, então vou para casa do meu pai esperar por ela. Não tenho planos, então devo ficar por lá mesmo - Elizabeth explicou dando de ombros. - E tem o meu tio também, estou com saudades dele.- Comentou meio incerta ainda sobre ir lhe visitar naquele dia ou num outro. Quando chegasse em casa, decidiria. - E você? - Devolveu curiosa.

-  Eu tenho um encontro hoje, nada mais natural do que me arranjar para ele. - Respondeu dando de ombros. Um sorriso tonto em seus lábios. Suas amigas sorriram confidentes. - Ah, já chega. É só o Danilo, faz tempo que o conhecem. - Pediu revirando os olhos. Outro dia ele havia ligado, e como quem não quer nada, até porque não havia sido planejado, a convidou para jantar fora em um encontro. Surpresa, Cléo aceitou. - Mas eu não sou uma boa pessoa, então amanhã vou trabalhar. Tenho umas coisas para fazer, mas depois posso comprar algumas coisas para o Sr. Miau. - Acrescentou. - Me dê sua chave. - Pediu abrindo a mão para que Elizabeth depositasse o objecto. Foi o que fez.

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