16- Capitão Sanders.

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- Theo abra a porta, sei que está em casa. - Elizabeth gritou batendo na porta do apartamento pela quarta vez, e ele sendo birrento do jeito que era, não foi abrir. - Preciso falar com você, é importante. - Pediu. Novamente silêncio.  - Theo. - Berrou novamente, começando a se perguntar se ele realmente estava em casa.

- O que quer? - Theo perguntou secamente após abrir a porta. Seus olhos a analisaram de cima a baixo, com uma postura nada amigável que gritava o quanto estava chateado.

- Conversar. - Declarou lhe afastando com a mão para adentrar o local. - Tenho boas notícias. -  Falou animada o seguindo até a cozinha. Diferente do seu apartamento, a cozinha de Theo não era no formato americano isolada da sala por uma "ilha", na verdade sr parecia com a casa dos pais, e  ficava no finalzinho do corredor.

- Aquela sua amiga morreu? - Perguntou expectante. - Então o que é? – Retornou amargo após ter  recebido um não.

- Simas saiu do cargo. - Elizabeth despejou contente vendo o irmão se mover pelo espaço.

- Hãm. -  Soltou confuso lhe passando dois pratos, que supôs, eram  para o jantar. -  Qual Simas? -  Perguntou vasculhando o armário. Elizabeth respirou fundo antes de lhe responder.

- Eduardo Simas, o detetive incompetente que cuidou do caso de mamãe. - Contou pegando os copos e talheres de sua mão. - Agora que ele finalmente saiu do cargo, podemos pedir a revisão do caso. - Explicou vendo- o colocar um jarro com suco de maracujá na mesa.  Aos seus olhos, Theo parecia distraído.

- Entendi. Acho que podemos fazer isso. -  Concordou ajustando os talheres por ela colocados. Definitivamente, não estava normal. -  Como ficou sabendo? -  Devolveu, mas não tão interessado quanto  Elizabeth esperava que  ficasse.

- Cléo me contou. - Respondeu. Se afastando, Theo foi para perto do fogão. -  O carro dela foi roubado hoje, então ela precisou passar na polícia. - Esclareceu dando de ombros.

- Como assim, como  ela está? - Theo se voltou para ela alarmado.

- Está bem. Você viu ela hoje. - Elizabeth respondeu com ar de entediada. Seguiu-se um breve momento de silêncio antes que  perguntasse: - Theo, você está bem? -  Na sua visão, ele estava muito estranho.

- Não. - Respondeu.

- Se é sobre a Kim, eu...

- E também não quero falar sobre. -  Determinou lhe interrompendo a fala.-  E como faremos, falamos primeiro com nosso pai ou com o tal capitão? -  Inqueriu pousando a panela com risoto na base sobre a mesa.

- Pensei em falar com o capitão primeiro, ver se ele presta mais atenção em nós e menos nos rumores. - Respondeu a jovem. Acenando com a cabeça Theo deu a entender que concordava com a irmã, e assim ficou resolvido. - E depois, podemos pedir ajuda para Naninha, e falar com nosso  pai. - Sugeriu para ver em seguida um sorriso desenhar seus lábios. O mesmo sorriso de quando estava para lhe provocar. Elizabeth estreitou os olhos esperando a provocação.

- Elizabetizinha, não vive sem Naninha. -  Implicou alargando seu sorriso. -  Criancinha linda. -  Disse fazendo cara de mimo. Em resposta, a menina olhou para a mesa vendo se havia alguma coisa que pudesse tacar nele. Haviam muitas. - Calma, calma, estava apenas brincando. - Pediu fazendo gestos para que ela abaixasse o garfo que sustentava no ar.

- Morre mais cedo se continuar me provocando. - Ameaçou tomando assento.

- Calma florzinha, estava só brincando. -  Sentando de frente para ela, falsamente se desculpou. - Deixemos Dona Ana de lado por agora, vamos tentar resolver. Se não der certo, aí sim chamamos a cavalaria. - Informou começando a servir-se. Sabia que não seria fácil convencer seu pai, e nem sabia se poderiam lhe convencer a aceitar... Mas havia decidido que fosse qual fosse a reação do senhor, faria tudo ao seu alcance para manter a paz.

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